XX - Bolamos um plano

279 24 0
                                    

- E ai? - pergunta Cato.

- E ai o que? - respondo.

- Não quero arrumar aliados. Quero ficar sozinho, porém vou morrer se os outros quatro carreiristas vierem para cima de mim. Nunca entendi pra que serve uma aliança. Vamos todos nos matar no final.

- Vamos ficar juntos. Tive uma ideia. Vamos concordar ser aliados do 1 e do 4 e vamos fingir ser amigos deles. Vamos aprender coisas que não são o nosso ponto forte, por exemplo... não sou boa com lanças... algum outro carreirista homem pode ser. Vou pedir para ele me ensinar e no último dia de treinamento vamos anunciar, que queremos sair da aliança. Juntos conseguiremos acabar com o 1 e o 4. Já que o garoto do 4 é um pirralho - digo.

- Fechado.

Somos os primeiros a chegar no centro de treinamento. Vamos para um local, que é como um palco, onde há uma mulher esperando os outros tributos chegarem. Acho que para fazer um discurso. Com o passar do tempo, os outros tributos chegam e os do 12 são os últimos.

- Meu nome é Atala - diz a mulher - Em duas semanas, vinte e três de vocês estarão mortos e um estará vivo. E esse será aquele que escutar o que vou dizer agora. Muitos querem tocar numa espada, porém 10% vão morrer por morte natural, 20% por desidratação. A exposição ao sol pode matar tanto quanto uma faca. Pensem bem em qual estação vocês vão investir, pois a coisa mais normal dos jogos é um tributo muito habilidoso, morrer por não saber fazer uma fogueira. Vocês terão quatro exercícios obrigatórios, depois disso as suas escolhas serão de livre arbítrio. Estão liberados.

Um homem nos guia até a estação de escaladas. O primeiro exercício obrigatório. Você entra na academia lá no distrito 2 quando se faz 8 anos. Até os 10, não podemos tocar em nenhuma arma e somos obrigados a fazer exercícios básicos de sobrevivência, depois você é quem escolhe. Eu deixava os finais de semana para essas coisas. Por eu ser uma das unicas garotas do distrito 2 que sabia que só lutar não basta e o fato de eu gostar da escalada, o professor dificultava as coisas. Ele ficava la no alto e tacava pequenas pedras, galhos, terra e uma vez ele tacou uma cobra. Não vou ter dificuldades nisso. Olho bem e vejo que vamos ter que subir um paredão, atravessar por astes de ferro, que subiam a deciam e descer outro paredão. Fácil.

Os primeiro a fazer isso é... ora,ora, a garota do 6. Dou uma gargalhada quando ela cai no meio do caminho na aste de ferro. Todos ficam me encarado, porém dou um sorrisinho maléfico, empurro o garoto que ia subir e começo a escalar. Subo bem rápido, passo pela aste de ferro um pouco lenta. Depois que termino de atravessar desço mais rápido que o normal, quase caio na hora de pular no chão, porém como não caio, sou parabenizda pelo instrutor.

- Parabéns srt...

- Clove - respondo.

Depois que todos passam pela escalada, somos levados até a estação do arremeço de facas. Fico em último na fila. Vejo que poucos tributos conseguem chegar pelo menos perto do círculo do coração ou da cabeça. Só os que conseguem são Thresh, do 11, Finch, do 5 e Marvelous do 1. Quem está na minha frente é Katniss. Fico surpresa, pois ela também está na lista dos razoáveis. Quando chega a minha vez pego quatro facas e atiro nos alvos que estão piscando em vermelho. Acerto duas no meio do coração e duas no meio da cabeça. Pego mais duas facas e atiro as duas de uma vez só. Uma para no coraçao e a outra na cabeça. As luzes param de acender nos bonecos, isso quer dizer que acabou. A próxima estação é a de camuflagem, nessa quem se sai melhor é o Peeta. E por último reconhecimento de plantas. Um sinal toca e uma voz feminina anuncia que é hora do almoço. Sento com Cato e com os tributos do um.

- Qual seu nome - Pergunto ao garoto.

- Marvel - diz ele.

- Mas a mulher falou Marvelous na sua colheita - digo.

- Me chama de Marvel - diz ele.

Cato pergunta o nome da garota.

- Glimmer - responde ela - e o seu?

- Cato - responde ele.

Um garçom chega com duas bandeijas. Uma com dois pães do distrito 2 e outra com dois pães do distrito 1. Parece que minha mente foi fraca ao imaginar o pão daquele distrito, pois ele é muito mais elaborado. Um pão rosa com gliter em cima, flocos que parecem diamantes estam encrustados dentro do pão e eu tenho a sensação do pão estar brilhando. No prato há vários confetes de ouro e penas, que eu acho que são comestíveis, pois Glimmer e Marvel as comem de primeira. Como meu pão e fico cheia logo assim que termino. Há algo de estranho nesse pão, pois lá em casa como vários e ainda fico com fome.

Depois do almoço Cato vai para a estação de combate corpo a corpo e eu fico na de arremesso de facas. Agora eu fico mais ousada, pego três facas e tento acertar em três alvos diferentes. Pego as três com meu braço direito, dou um giro e arremeço as facas. As três param no coração de cada boneco.

- Parabéns Clove - disse o instrutor - parece que vou ter uma aluna bem dedicada esse ano.

Depois de uns dez minutos arremessando, saio dessa estação e vou para a de machados. Pego um e decido lutar com um instrutor, o dele é de borracha, porém machuca.

Ele sai da estação e eu fico meio confusa, de repente sinto alguém atrás de mim. Um outro instrutor tenta acertar minha cabeça, porém me abaixo e rolo por baixo das pernas dele. Tento encravar o meu machado nas costas dele, pois sei que ele está com uma roupa cheia de proteção, porém ele se joga no chão e me derruba, dando um golpe com o cabo do machado na minha perna. Ele fica em pé e atira o machado na minha cabeça, me esquivo para o lado e o machado fica no chão a um centímetro de minha orelha. Pego o machado dele, o derrubo no chão com um, fico em pé e enfio os dois no coração dele. Ele não morreu, pois o machado jamais atravessaria sua roupa.

- Parabéns garota. Você me venceu. Agora... vai conversar com os seus coleguinhas - diz o instrutor. Olho para trás e vejo que todos os carreiristas estão me olhando.

clove nos jogos vorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora