Capítulo 1-Bárbara Oliveira

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Era quarta-feira de novo e eu já acordei ansiosa para treinar.  Levantei e me espreguicei, minha barriga indicava que eu estava com fome.

Fui direto pro chuveiro acordar o corpo, a água gelada me fazia estremecer,  mas logo o corpo acostumava e eu conseguia aproveitar o banho.

Arrumei meu cabelo em duas tranças boxeadoras como sempre e desci com minha bolsa já arrumada para tomar café da manhã. 

-Bom dia, Babi. - minha mãe insistia em me chamar assim, mesmo que eu pedisse sempre pra me chamar de Barbara. - Minha filha, você está cada vez mais gostosa,  hein? Acho que vou começar a treinar também. 

-Bom dia, dona Ana. Pode me chamar de Barbara, por favor! - Eu falei e me olhei novamente no espelho que tinha no corredor da casa. Meu short de ginástica realmente marcava bastante minha coxa e o top curto deixava parte da minha barriga exposta. Não vou mentir, gostei do que vi.

Tomei um café rápido,  escovei os dentes no banheiro social e finalmente fui para o treino.

Há 7 anos perdemos meu pai, o muay thai me ajudou a superar a dor e seguir em frente. Nunca fui uma pessoa popular e sempre fui zoada por conta do meu peso. Eu não era muito de me importar para o que os outros achavam, mas quando fiquei doente com a partida de meu pai, emagreci absurdamente e depois o muay thai me ajudou a ganhar massa e corpo.

Nunca me apeguei a ninguém, nunca namorei e meu primeiro beijo foi aos 17 anos, quando finalmente descobri que gosto de mulheres.

Desde então, fico com quem sinto vontade e me mantenho longe de relacionamentos sérios. Não consigo nem me imaginar com uma pessoa só por muito tempo. 

Quando cheguei na academia, me encaminhei direto para a sala do muay thai. Estava ouvindo minha música alta com fones de ouvido e me assustei quando alguém cutucou meu ombro.

Quando olhei pra trás, não acreditei. Era uma menina do ballet. Estava vestida com uma saia rosa e uma blusa larga, com o cabelo castanho preso em um coque perfeitamente bagunçado. Se eu não estivesse tão sem ar com a beleza daquele menina, eu teria rido da audácia dela em falar comigo.

Tirei os fones do ouvido e permaneci com meus olhos fixos nela, sem conseguir parar de admirar toda aquela beleza.

-Desculpa te incomodar… - ela deixo um sorriso bobo aparecer no canto da boca - você deixou isso cair… - ela falou e estendeu a mão enquanto me entregava minha identificação da academia - bem, achei que gostaria de evitar ter que pedir uma segunda via, deve saber o quanto demora a chegar e é bem chato todo procedimento para entrar com o provisório.

-Ér...bem...obrigada, eu acho… - respondi finalmente acordando do meu transe. Ela já ia virando as costas quando perguntei - Posso saber seu nome?

-Ah, sim, pode sim. Me chamo Evelyn. - ela baixou o olhar novamente deixando o sorriso bobo aparecer - a gente se vê por aí, Barbara.

Evelyn...fiquei extasiada com a beleza dela. Nunca me senti assim e tentei afastar todo tipo de pensamento estranho quando percebi o que ela tinha feito comigo.

Ela era tão linda e seu jeito doce e gentil de falar comigo foi, simplesmente, tão único. Não sabia como agir ou o que pensar...só conseguia pensar nela e se a veria novamente naquele dia.

Você me aceita? (Romance Sáfico) - degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora