Naquela sexta-feira senti muita saudade de Evelyn. Era estranho porque não tinha nem uma semana que a gente se conhecia, mas eu já sentia falta dela e vontade de estar com ela o tempo inteiro.
Quando ela me mandou mensagem, logo respondi dizendo que ligaria para ela mais tarde. Eu fiquei enrolada na academia e não consegui encontrar com ela.
Tive que seguir meu dia normalmente, tentei nem pensar muito em Evelyn porque eu acabava me distraindo e não fazendo nada. Fui para o trabalho e logo deu o horário do intervalo. Estava ansiosa para falar com ela pelo telefone.
Ela me atendeu e conversamos durante todo o meu intervalo. Aproveitei a ligação e combinei com ela de nos encontrarmos antes de chegarmos a festa do Caíque, poderíamos chegar juntas. Confesso que fiquei animada para isso, tinha vontade de mostrar a todos que eu estava com ela e assim já evitaria maiores problemas durante o dia.
Evelyn é tão linda, que eu já tinha certeza que se não soubessem que ela está comigo, choveria gente indo querer ficar com ela.
Eu sei que não tinha nenhum direito sobre ela, não estávamos namorando nem nada disso, mas estava acontecendo algo bacana entre nós e eu não queria mesmo que ninguém fosse falar com ela porque provavelmente eu surtaria e ela se assustaria com minha reação.
Agradeci quando deu a hora de ir para casa. Eu estava bem cansada, apesar de ter tido folga no dia anterior. Cheguei em casa e fui direto tomar banho, comi uma maçã e dormi.
Sonhei com Evelyn. Mas não foi um sonho muito bom. Estávamos na festa e uma menina chegava para falar com ela, só que ela já chegou segurando Evelyn pela cintura e beijando sua nuca.
Eu me senti extremamente irritada, queria voar em cima daquela garota. Mas Evelyn não negou o toque dela, ela sorriu e se virou, abraçou a menina e elas se beijaram.
Eu explodi, não aguentei ver aquela cena e comecei a gritar. Um colega meu teve que me segurar para eu não fazer uma besteira. Acordei toda suada e nervosa.
Tinha sido apenas um sonho, mas não consegui mais dormir tão bem. Fiquei pensando que apesar de eu achar que ela está tão na minha quanto eu estou na dela, não temos um compromisso e ela pode sim fazer o que quiser.
Será que eu me decepcionarei? O medo começou a crescer dentro de mim. Eu estava muito nervosa e com medo. Não estava nem um pouco disposta a sofrer por ninguém. Ela parecia diferente, mas eu não podia deixar que ela me magoasse.
No dia seguinte, levantei antes das 8h, mesmo sendo sábado. O sonho que tive me deixou agitada e não consegui dormir tanto quanto de costume.
Tentei dispersar esses pensamentos. Eu não podia entrar num relacionamento já imaginando tudo que poderia dar errado. Mas sei lá, o medo parecia gritar muito mais alto do que a certeza de que ela não faria isso comigo.
Decidi que daria a ela uma chance na festa. Tentaria conversar mais e saber de outros relacionamentos que ela teve. Eu também teria como observar como ela reagiria caso alguém fosse falar com ela.
Para isso, não poderíamos chegar juntas. Era bom que pensassem que ela estava sozinha, assim chegariam nela e eu poderia observar.
Peguei o celular e digitei uma mensagem para ela:
"Bom dia, Eve. Dormiu bem? Desculpa, tive um imprevisto aqui. Podemos nos encontrar na festa? Espero que sim. Até mais tarde."
Enviei a mensagem e fiquei torcendo para que ela não se chateasse com isso. Qualquer coisa, eu inventaria uma desculpa depois.
Terminei o café e fiquei o resto da manhã no quarto, escolhendo roupa, mexendo no celular, pensando, pensando e pensando...
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O que foi isso, hein Barbara? Um pequeno surto causado por um simples pesadelo! E aí, será que ela vai vacilar?
Deixem o voto para me ajudar na história!! Beijos!!
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Você me aceita? (Romance Sáfico) - degustação
Chick-LitBárbara Oliveira é uma lutadora de muay thai que nunca se abriu verdadeiramente para um relacionamento. Evelyn Sampaio é uma bailarina que terminou um relacionamento por conta de uma traição, o que a deixou traumatizada. O que elas têm em comum? Bá...