I | Mansão Malfoy

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"Algumas feridas nunca cicatrizam e voltam a sangrar de novo ao som de palavras."

George R. R. Martin - Game of Thrones

            Os largos corredores da Mansão Malfoy eram invadidos pela penumbra, a escuridão tentava resistir a luz bruxuleante de poucas velas. O herdeiro Malfoy cambaleava pelos corredores, ainda sonolento. Barulhos oriundos do andar inferior da Mansão o haviam despertado. Draco Malfoy pensou em virar para o outro lado e continuar a dormir na cama "King Size", da suntuosa suíte que lhe pertencia. Mas sabia que uma vez acordado, não adormeceria facilmente de novo; Malfoy tinha insônia crônica. Frequentemente passava a noite em claro, e adormecia ao amanhecer, ou mesmo ao anoitecer, mas quando chegava a madrugada permanecia em estado de alerta.

              O quarto havia sido decorado com muita atenção e carinho, pela sua mãe. Os móveis eram antiguidades, luxuosos e caros. O quarto era espaçoso e devia ser equivalente ao do Príncipe Real de Londres, transbordava opulência e requinte, mas em tons verdes e prata. Pelas paredes havia o brasão de Dragão da família Malfoy e um Majestoso Pássaro que representava o brasão da família materna, os Blacks. Seu quarto era o único lugar da casa no qual ainda tinha um pouco de paz.                                                                              

              A Mansão Malfoy havia se tornado ponto de encontro entre Comensais da Morte. Voldemort estava na Mansão Lestrange, por isso lá era a sede, mas o Lord das Trevas estava cogitando mudar de ares. E a Mansão Malfoy era favorita para essa substituição. Desde então, seus pais brigavam constantemente. Narcissa não gostava da ideia de ter o Lord na sua casa, mas seu pai estava em situação delicada desde o fiasco do Ministério da Magia; no qual Harry Potter escapou, a profecia foi perdida e a volta de Lord Voldermot foi revelada para o mundo Bruxo. Hoje não era diferente, as vozes estavam exaltadas, pareciam vim da Sala de Visitas. Draco sabia que eles estavam brigando novamente. 

                 O jovem Malfoy se esgueirou por entre as estátuas, que adornavam a porta larga da entrada da sala de visitas, na tentativa de descobrir o que estava acontecendo, dessa vez. Conseguiu ver a cena por uma  fresta da porta, que estava levemente entreaberta. Draco não conseguia enxergar o cômodo com clareza, havia muita sombra sobre a sala. Mas dava para ter certeza que havia pelo menos três pessoas e isso deixou Draco agitado.

- Deixem-me ir! Eu não quero mais conversar com nenhum dos dois, vou resolver essa situação agora mesmo. - A voz de Narcissa Malfoy enchia o cômodo. - Meu Filho não vai cumprir ordem alguma do Lord de vocês! Estou cansada disso, para mim chega!

- Cissa, desobedecer as ordens do Lord das Trevas é traição! - Uma voz aguda, agressiva e estridente falava na sala, era feminina, mas não pertencia a sua mãe. Draco tentava recordar de onde conhecia  aquela voz. 

- Esqueça, não me interessa! - Narcissa Malfoy respondeu asperamente. 

- Você não faria isso, você não colocaria sua vida em risco... - A voz aguda respondeu.

- Não há nada mais que eu não faria! - A voz da mãe de Draco era dominada por uma histeria crescente. 

- Você sabe como será punida, se desobedecer as ordens do Lord. - Uma voz masculina, seca e fria soou com desprezo. 

- Não me venha com mais uma traição de sangue, eu não aguento presenciar isso, de novo! - Interrompeu a voz estridente - Primeiro aquela criatura do pântano se juntou aquele sangue ruim, pra ter uma miniatura de sangue sujo. E agora você?

- Traição de Sangue? Você vem me falar de traição de sangue? Você matou nosso primo, Sirius Black, Bellatrix! - A voz de Narcissa Malfoy estava carregada de ódio.

Draco Malfoy: Poção Polissuco | Dramione - REVISAOOnde histórias criam vida. Descubra agora