Capítulo XXII - Aula Particular

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"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos"

Sigmund Freud


           Depois de algum número incalculável de momentos românticos entre Narcissa e Sirius Black, que deixaram Draco muito entediado, ele foi sugado de volta para a réplica do seu quarto, na sala precisa.

-O que aconteceu? Porque estou aqui? - Murmurou para si mesmo, exasperado, antes de escrever no diário as mesmas perguntas e ter uma resposta evasiva.

"Há muitas memórias para revisitar, deve estar descansado e alimentado para continuar."

          Draco ouviu um ruído desagradável, que precedeu uma sensação ácida e dolorosa em seu estômago, foi quando se deu conta, que não sabia quando havia colocado comida na boca, pela última vez. Queria desesperadamente comer e saber que horas eram, estava se sentindo perdido. No minuto seguinte, uma pequena mesa redonda surgiu no centro do quarto, com um relógio ao lado de um prato com uma redoma de prata, acompanhado de talheres do mesmo material, assim como uma taça de suco de abóbora. 

          O objeto marcava 3 horas da manhã. O loiro ficou surpreso, perdeu todo o aniversário de Hermione, preso naquele diário. Precisava descansar antes das aulas do dia, e já era tarde demais para voltar ao dormitório, por isso resolveu dormir no seu confortável quarto. A vontade era se mudar para lá de vez, tendo em vista a forma como Hermione tratava "Gabrielle", evitando a todo custo. Não esquecendo o quão cansativo estava sendo aquela rotina de fingir ser outra pessoa.

           Malfoy desabou na cadeira, em frente a mesa em que o prato surgiu, e começou a devorar um delicioso bife com batatas cozidas. Seu estômago agradeceu, e ele sentiu alívio instântaneo, a felicidade da saciedade invadiu o seu corpo. Depois de apreciar o aroma de ervas que temperava as batatas, e a crosta crocante, que adornavam a peça macia e rosada de carne, se arrastou preguiçosamente até a cama, onde se esticou sobre os lençóis verdes sedosos. Levantou subitamente, afim de garantir que havia poção no bolso da capa, separou o vidrinho em cima da mesa e voltou para a ansiada cama. Enfiou o rosto no travesseiro, se aninhando confortavelmente e dormiu, finalmente em sua forma original.

            Quando acordou no dia seguinte, percebeu que perdeu o horário da aula. Não queria sair daquele cômodo, estava melancólico e cheio de interrogações no seu âmago. Quando se dignou a levantar, viu que na outra extremidade da cama, havia um uniforme esticado, parecia que o sujo e rasgado, da noite anterior, havia desaparecido. Ficou se perguntando se era apenas magia da sala, ou se os elfos domésticos tinham acesso àquele lugar "secreto".

           Foi até o banheiro luxuoso, anexado ao quarto e tomou um banho rápido, antes de beber a poção reserva, para enfim voltar a mais um dia de fingimento. Após guardar o diário nas vestes, saiu do quarto e deu um último olhar saudoso, tinha sérios planos de voltar àquele cômodo, mais tarde naquele dia.

        Draco aproveitou que já estava atrasado para a aula e rumou direto para a aula seguinte, a do Professor Snape, precisava falar com o padrinho com certa urgência. Quando chegou a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, esta encontrava-se envolta na penumbra e vazia. Andou sem cuidado por entre as carteiras, esbarrando em duas ou três, movendo um pouco de lugar, mas não estava com tempo e nem paciência para ajeitar. Rumou até a sala do professor, que ficava no fim do cômodo. Subiu uma pequena leva de escadas e parou em frente a uma pequena porta negra. Bateu duas vezes, fazendo uma pausa considerável entre uma batida e outra. Então ouviu: - Entre!

Draco Malfoy: Poção Polissuco | Dramione - REVISAOOnde histórias criam vida. Descubra agora