"Nossas vidas são definidas por momentos. Principalmente aqueles que nos pegam de surpresa."
Bob Marley
Após o costumeiro chá da tarde na clínica, os Granger's chegaram em casa para um merecido momento em família. A garota de cabelos castanhos claros, como o mel das safras mais escuras, foi cumprir parte de suas tarefas domésticas, como prometeu aos seus pais.
Passou pela porta de entrada e fechou atrás de si. Hermione levava o lixo para fora, enquanto observava mais uma noite de verão, fresca e agradável.
Não precisou colocar sua amada jaqueta jeans, pois seu "humilde" vestido florido, com detalhes de crochê, era perfeito para aquele clima. A noite não estava fria como de costume, mas também não estava quente.
Quando chegou a calçada que emoldurava o jardim, ficou em estado de choque ao ver uma cena completamente inusitada. O banco de madeira na frente da sua casa estava ocupado por um rapaz, isso não é motivo de surpresa. O que tornava a situação atípica era a identidade do tal rapaz, lá estava um bruxo Sangue-Puro "metido a besta" e futuro Comensal da Morte, em uma rua repleta de trouxas.
O rosto conhecido tinha traços retos angulosos e sua pele clara parecia brilhar a luz da lua, que acabara de nascer. Seus cabelos loiros eram tão claros que pareciam ouro branco.
Parado na frente da sua casa, estava Draco Malfoy. O objeto de seus desejos mais secretos e profundos, embora também fosse o responsável pela maior parte das lágrimas que derramou, desde que entrou em Hogwarts.
A surpresa foi tão grande que Hermione derrubou a sacola de lixo no chão, o que fez o rapaz se assustar. Seu corpo alto e esguio sobressaltou do banco. Ele olhou para a fonte do barulho e ambos disseram simultaneamente:
— Malfoy!
— Granger?
Draco Malfoy levantou-se em um salto, como um felino ágil. E Hermione pegou a sacola de lixo que havia derrubado. Tentou conter o nervosismo e caminhou com toda a dignidade que pôde até o lugar apropriado para o descarte de lixo.
— O que faz aqui, Malfoy? Não me diga que resolveu vim perseguir os trouxas nas suas férias.Hermione balançou a cabeça em reprovação e continuou — Como você chegou aqui afinal de contas?
O loiro não respondeu, apenas andou em direção a garota e estendeu uma carta. Ela ficou completamente desarmada.
"O que é isso, Meu deus? Ele veio se declarar para mim? E até escreveu uma carta?" - Hermione suspirou sonhadora - "Acorda Hermione, você está sorrindo abestalhada e ele está olhando..."Quando notou, Malfoy olhava para o seu rosto com curiosidade. Hermione ficou séria, tão repentinamente, que seu rosto se contorceu em uma careta. A grifinória pegou o envelope trêmula e abriu, mas só havia duas frases.
Hermione Granger, acolha o Draco Malfoy na sua casa! É um pedido de Dumbledore!
Assinado: Professor Severus Snape
Ps: A carta se destruirá.
— O que é isso? Alguma pegadinha? — Hermione olhava para Draco incrédula e um pouco irritada por ter criado expectativas de que poderia ser uma declaração, ou quem sabe um pedido de desculpas, seria pedir muito?— O que tem escrito? — O rapaz arrancou a carta das mãos dela e leu rapidamente, antes do papel começar a chamuscar e se rasgar.
— E ele nem explicou nada? Só disse isso? — Draco vociferou irritado.O sonserino olhou para Hermione que o mirava com descrença. Ele achou incrível o quanto ela estava linda sob a luz da Lua Cheia. Seu cabelos volumosos ondulavam com a brisa da noite, enquanto alguns fios alisavam deliciosamente o rosto da garota.
— Você vai ficar na minha casa agora? Era só o que faltava... aceitar um Comensal da Morte na casa dos meus pais. Como vou saber se eles estão seguros com você, Malfoy?
— Ah Granger, eu não tenho cabeça, nem tempo, para começar mais uma discussão infantil com você. Se não lhe agrada, vou para outro lugar — Draco Malfoy deu as costas, sem pestanejar, começou a caminhar orgulhoso em direção oposta a casa de Hermione.
O seu medo de rejeição era tão grande, que ele rejeitava primeiro. Andava pela calçada sem fazer a mínima ideia de para onde iria agora. Pensou em desespero:
"Eu estou mais perdido do que uma varinha no Tamisa* ... Não vai demorar até um Comensal me encontrar... Voldemort vai me servir de jantar pro seu pet. Eu tinha que ser tão orgulhoso?"O orgulho era um dos maiores defeitos de Draco Malfoy, assim como a arrogância. Draco não queria ir embora, queria poder olhar para ela sem censuras, sem ter que desviar o olhar e disfarçar seu interesse. Malfoy estava perdido em seus pensamentos, quando ouviu a palavra que o fez parar e abrir um sorriso satisfeito.
— Espera!
Ele recompôs a expressão neutra, tirou o sorriso torto do rosto e virou-se para continuar seu teatrinho.
— O que foi Granger?
— Pode ficar! — disse com uma voz mansa que mais parecia um pedido, do que um favor — Eu só preciso que você prometa que não colocará meus pais em risco e não lhes fará nenhum mal.
— É justo! Não se preocupe Granger, a palavra de um Malfoy vale mais que 100 galeões. Eu dou minha palavra.
— Posso perguntar uma coisa que está me matando?
Draco ficou com receio do que estava por vim, mas a sua curiosidade era maior.
— Pergunte...— O que diabos é isso que você está vestindo?
Draco vestia uma camiseta preta de quatro caras atravessando uma rua, uma calça jeans escura surrada e estava apenas de meias. Malfoy estava tendo um problema de observação pessoal nas últimas 24 horas. Ele passou a madrugada com um pijama ensanguentado e não notou. E agora estava com um roupa trouxa de "muito mal gosto" (para ele) e não havia se importado. Assim como esqueceu que não teve tempo de calçar nenhum sapato, quando Snape pegou no seu braço e aparatou.— Eu sinceramente não sei — Draco riu.
Era isso, Hermione estava sonhando, agora ela tinha certeza. Draco Malfoy apareceu sentado no banco, no qual ela brincou tantas vezes durante sua infância. O mesmo banco que ela sentava, todos os dias, para ler no final de tarde. Vestindo roupas de trouxas e agora ele estava rindo. Draco Malfoy rindo?
Se ela pudesse usar sua varinha, lançaria um "Finite Encantatem" para garantir que era mesmo o sonserino. Embora a carta de Snape parecesse verídica: mal educada, curta e grossa exatamente como ele.
Estava a beira de um surto, com tantas inquietações na cabeça. Mas do jeito que Draco Malfoy era orgulhoso, chato e fechado, sabia que se começasse a fazer perguntas ele daria uma cortada, ou pior, iria embora. E ver o objeto de sua paixão platônica, duas semanas mais cedo e ainda por cima vulnerável, pedindo sua ajuda, era sorte demais para se arriscar a estragar tudo.
— Venha Malfoy, eu tive uma ideia. Apenas concorde com tudo que eu disser! — falou com autoconfiança e autoridade de uma futura Monitora Chefe.
Esta era só mais uma das coisas que Draco achava atraente na filha de trouxas, o quanto ela era segura de si e como sabia se valorizar. Ele simplesmente achava insuportável bruxas inseguras, como Pansy Parkison, por exemplo. A sonserina vivia atrás dele, implorando que ficasse com ela, mesmo sabendo que não era dona do seu coração. Draco Malfoy achava essa falta de amor-próprio repulsiva.
Enquanto isso, Hermione Granger transbordava tudo que Draco valorizava: conhecimento, beleza, autoconfiança, até a petulância dela era apaixonante, e ela certamente sabia como se impor.
Hermione fez sinal para que ele a seguisse, o que ele fez sem hesitar.
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Draco Malfoy: Poção Polissuco | Dramione - REVISAO
FanfictionA vida de Draco Malfoy se transforma completamente quando presencia o assassinato da sua mãe. Deixando muitos mistérios no ar e uma nova descoberta: ele é um raríssimo Veela Puro. Apesar de ter suas vantagens, isso também significa que só poderá se...