Carlos Passamani estava saindo de mais um treino da academia no shopping Pier 21 quando avistou uma garota familiar parada em frente a uma loja de sapatos.
Um dos objetivos de malhar em um shopping era justamente esse: paquerar as garotas no caminho até à academia, durante o treino e depois de sair da academia.
Essa garota em particular ele não fazia ideia de onde conhecia ela, mas a cintura fina e a bunda empinada chamou a sua atenção.
— Se você sorrir para mim eu compro três pares desses pra você.
A garota estava com o coração acelerado quando reconheceu a voz que falava no seu ouvido. Ela tinha feito esse mesmo ritual várias vezes aquele ano e, finalmente, ele a notou. Só precisava do vestido certo e uma cinta modeladora.
— Agora você me deve três coturnos pretos da Constance.
Carlos olhou para aqueles olhos castanhos claros e em seguida para o decote do seu vestido. Na sua cabeça, cada centavo gasto ia valer a pena quando ele estivesse na cama com aqueles seios.
— Vem!
Ele disse pegando na mão dela e a levando para dentro da loja.
— Você. — disse ele apontando para a primeira vendedora que viu — Me traz três pares daquele coturno preto da vitrine. No tamanho...
— 34.
Ele sorriu e sentiu um arrepio ao pensar nas coisas que ele faria na cama com aquela garota tão pequena.
Ela sorriu tímida, como se estivesse lendo os pensamentos dele e imediatamente ele sussurrou no seu ouvido.
— Prazer, Carlos Passamani.
— Jéssica... Jéssica Torres.
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Victória estava mais de duas horas olhando para o celular e sorrindo. Roberta observava a irmã enviar uma mensagem, sorrir para o celular e esperar alguns segundos. Enviar uma mensagem, sorrir e esperar. Enviar uma mensagem, sorrir e...
— O que você está fazendo?
— Te observando. Para quem não está apaixonada, há muitos risos e olhos brilhando em apena UMA mensagem.
— Certo, Roberta. Estou feliz de estar conversando com um cara inteligente, bonito e solteiro. Feliz agora?
— Muito feliz! Adoro ver você assim! Agora posso fazer o almoço em paz.
Victória sabia que a irmã estava certa, mas ela não queria estar apaixonada. O assunto com o Diego não acabava e ela queria ter certeza que ele também estava sentindo o mesmo.
Mas era muito recente e seria loucura tentar alguma coisa... Por outro lado, ela podia marcar de se encontrar com ele na exposição que estava acontecendo no CCBB.
O Centro de Convenções Banco do Brasil (CCBB) é o lugar ideal para quem é de Brasília e ama cultura. Se você acompanhar o cronograma da instituição, consegue ver exposições de arte, festival de teatro, cinema e música ao vivo.
E agora estava acontecendo a exposição Linhas da Vida, da artista japonesa Chiharu Shiota, que Victória queria ver muito e seria o ambiente ideal para conversar mais e conseguir saber se pode ou não investir em uma futura relação.
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Depois do café da manhã, Sofia, Beatriz e Nicolas decidiram ir para a piscina. Eles queriam acabar logo com a ressaca, antes de se encontrarem com o Carlos para um almoço no Coco Bambu.
Bea estava saindo da piscina quando percebeu um olhar estranho entre Sofia e Nicolas. Ela conversava por olhares com Sofia há anos e aquele olhar significava que havia um segredo.
— Vocês dois vão me contar o que está rolando ou posso começar a ligar para o meu detetive particular?
Beatriz sempre falava isso quando queria saber alguma coisa, mas nem Sofia, nem Nicolas sabiam se era verdade ou não.
Por isso, ambos ficaram nervosos. Eles acreditavam que estavam disfarçando bem, mas pelo visto a tensão sexual entre os dois era perceptível.
— Não está rolando nada, Bea. Disse Sofia deitando na espreguiçadeira e colocando os óculos escuros.
— Desde ontem eu percebo que tem alguma coisa que só vocês dois sabem. E vocês não podem esconder nada de mim. Posso demorar, mas eu sempre descubro.
Nic olhou para a Sofia e entendeu perfeitamente que era pra ele tirar eles daquele situação. É claro que ele não ia contar da noite anterior, mas ele podia contar outra coisa.
— A Sofia vai morar nos Estados Unidos.
— O que?
— Nicolas!
Ambas disseram ao mesmo tempo. Beatriz chocada com a informação e Sofia assustada porque Nicolas contou o outro segredo dela.
— Como assim, Sofia? E você não ia me contar?
— Eu ia, Bea. Claro que eu ia...
— E como o Nicolas sabe primeiro do que eu? Você vai me abandonar é isso?
— Não, Bea. Nicolas descobriu ontem, antes de você chegar. Mas eu não decidi ainda. Minha mãe quer que eu vá com ela passar um ano lá, mas eu ainda não sei... Não quero deixar minha vida aqui. Não quero deixar vocês...
— Mas você já me deixou, Sofia! Quando não me contou dessa possibilidade, você já me traiu!
Beatriz saiu para vestir sua roupa e pegar suas coisas para ir embora. Sofia sabia que a amiga ia fazer esse drama, por isso não queria contar.
Mas foi melhor Nicolas ter contado sobre isso, do que ter falado do beijo da noite passada.
— Bea, por favor. Me escuta...
— Eu não quero escutar NADA! Minha vida é assim mesmo, todos me traem! Até vocês dois... Os únicos que eu achei que nunca iriam me trair.
Ela já estava chorando. Nicolas e Sofia sabiam que ela não estava falando da viagem, eles sabiam que ela falava do pai.
Por isso, ao mesmo tempo, ele tirou a bolsa das mãos dela e Sofia abraçou a amiga.
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Elite BSB
Teen FictionOlá elite de Brasília! Já teve a estranha sensação de que nada pode ser feito aqui ou alguém descobre? Sempre tem alguma notícia sobre os corruptos do Congresso Nacional, desvio de dinheiro ou operações da polícia federal com nomes engraçados. Poi...