Depois que Carlos ajudou a subir o zíper da parte de trás do vestido, ele saiu do quarto sem dizer nenhuma palavra. Sofia estava esperando alguma piada sobre ele estar ajudando ela a colocar uma roupa ao invés de tirar, mas ele não disse nada.
Com isso, ela teve certeza que nada mais era como ela se lembrava. Ela não ia conseguir voltar para a sua vida antiga e não iria conseguir ter os seus amigos de volta. A única coisa que ela podia fazer era encontrar novos amigos.
Por isso, ao invés de voltar para o almoço, ela foi até a cozinha. Diego estava ajudando Victória a preparar os pratos de entrada: camarões inteiros com casca marinados na cerveja, fritos e refogados com cebola e alho.
— Posso ficar aqui com vocês? — perguntou Sofia com uma voz triste.
— O que aconteceu? O Carlos fez alguma coisa com você? — perguntou Diego largando o que estava fazendo e indo de encontro a Sofia.
— Não... Eu só percebi que... Eu não tenho mais meu lugar aqui.
Diego percebeu os olhos de Sofia cheios de lágrimas e a abraçou. Em seguida, ela começou a chorar.
Victória parou o que estava fazendo e observou a cena: Sofia estava desabando de tanto chorar nos braços de Diego. Ela dizia algo sobre estar sozinha e não ter mais ninguém. Diego tentava acalmá-la com palavras de conforto e dizia que agora Sofia tinha ele e Victória como amigos.
— E se você não se importar pode almoçar com a gente aqui na cozinha. — disse Diego.
Sofia saiu um pouco do abraço e, com o rosto vermelho, olhou para Victória como se perguntasse se ela concordava com aquilo.
— Mas você vai ter que ajudar a montar os pratos. — disse Vic.
Sofia sorriu em resposta, saiu dos braços do Diego e foi abraçar Victória. Vic se assustou com a atitude, mas logo depois retribuiu o abraço.
— Agora vamos trabalhar! — disse Vitória saindo do abraço — Se a gente quer almoçar ainda hoje precisamos enviar logo as entradas e depois o prato principal.
Sofia limpando as lágrimas com as mãos, perguntou como podia ajudar. Ela tinha feito um pouco de tudo nos Estados Unidos, até trabalhou Starbucks. Foi aí que ela se lembrou que também não era mais a mesma pessoa. Não era mais a menina rica que não sabia de nada, na verdade, o que aconteceu nos Estados Unidos a transformou em uma pessoa melhor. Por isso, ela não se encaixava mais com o seu antigo grupo de amigos. Ela não era mais com eles.
No seu último dia em Brasília, muitas coisas passaram na sua cabeça. Após a sua primeira vez com seu melhor amigo, ela queria apenas ficar com ele para sempre, mas a imagem de Beatriz vendo os dois juntos passava na sua mente o tempo todo. Ela não acreditava que tinha traído sua melhor amiga.
Então ela inventou uma desculpa qualquer e saiu da despensa. Ela se trancou no seu quarto até outro dia. Escutou as pessoas da festa indo embora e ignorou Nicolas bateando na porta do quarto mais de quatro vezes. No outro dia bem cedo, ela pegou suas malas, desligou o celular e foi para o aeroporto sozinha.
Assim que chegou nos Estados Unidos, a primeira coisa que Sofia fez foi não se preocupar com redes sociais. Ela queria viver uma vida nova, onde ninguém a conhecia e não sabia dos seus defeitos. Os dois primeiros meses foram uma loucura, ela foi para várias festas, conheceu várias pessoas e dava vários perdidos na sua mãe.
Mas tudo mudou quando ela começou a trabalhar no Starbucks. Sua mãe tinha cortado a sua mesada, então ela decidiu procurar um trabalho para continuar bancando sua vida de festas. Foi aí que ela conheceu o Murilo.
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Elite BSB
Ficção AdolescenteOlá elite de Brasília! Já teve a estranha sensação de que nada pode ser feito aqui ou alguém descobre? Sempre tem alguma notícia sobre os corruptos do Congresso Nacional, desvio de dinheiro ou operações da polícia federal com nomes engraçados. Poi...