Capítulo 15 - Sempre há surpresas para estregar os planos

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Apesar de adorar o CCBB, Vic odiava o fato de ser horrível chegar lá sem ter que esperar uma eternidade pelo ônibus ou ter que chamar um Uber.

Ela não estava com condições para bancar um motorista particular, então a solução foi cronometrar cada minuto para conseguir pegar dois ônibus (um da sua casa até a rodoviária e um da rodoviária até o CCBB) e ainda chegar na hora combinada com o Diego.

Ela ainda não sabia se era um encontro, mas decidiu ir arrumada como se fosse se encontrar com as suas amigas do interior do Goiás. Escolheu um vestido listrado de tecido leve, uma rasteirinha e uma, pois ela odiava carregar qualquer coisa nas mãos quando estava indo para uma exposição.

Assim que chegou no CCBB avistou uma fila enorme para pegar os ingressos gratuitos, sem pensar duas vezes ela entrou atrás da última pessoa e enviou uma mensagem para Diego.

"Cheguei. Já estou na fila para pegar os ingressos."

Vic levou um susto quando viu Diego parado na sua frente com o celular na mão sorrindo para ela.

— Estava ali embaixo na árvore quando vi você chegar.

— Quase me matou do coração! Ficou esperando muito tempo?

— Deu para escutar três músicas do Slipknot.

— 15 minutos então.

— Relaxa. Estou sempre com o meu fiel companheiro.

Ele levantou um exemplar de Harry Potter e o coração de Victória quase saltou pela boca. Ela queria beijá-lo e sair de lá com ele para um cartório. Havia muito tempo que ela não ficava assim por causa de um garoto.

— Me rendi aos leitores de ebooks. — disse ela tirando o seu Kindle da bolsa — Morando em um apartamento pequeno eu não tenho lugar para minha biblioteca pessoal.

— Te entendo. Meu pai está louco para jogar meus livros fora. Mas ele não entende que adoro reler essas obras-primas.

Eles ficaram conversando sobre livros até conseguirem pegar os ingressos e entrar na exposição.

Lá dentro e perto das obras-de-arte eles apenas comentavam uma coisa ou outra sobre a beleza na composição da artista.

Assim que saíram, Diego a convidou para comer na lanchonete do local. Victória ficou um pouco sem graça de recusar, mas mentalmente contava se o dinheiro que ela levou ia dar para pagar o lanche. Afinal de contas, a alimentação ali era bem cara. Só um pão de queijo custava R$ 10,00.

— Reparou que a gente não falou da escola nenhum minuto? — perguntou Diego depois que eles já estavam na mesa.

— Isso comprova que existem muitas coisas melhores do que o Mystikas.

— Isso com toda certeza! Mas, cara... Como a gente não se esbarrou antes? O nosso ano teria sido bem melhor.

— Sim. Mas ano que vem já sei com quem vou sentar no intervalo.

— Vai ter que aguentar os meus amigos nerds e minha irmã mais nova.

— Vai ser bem melhor do que ficar sozinha. — disse Vic tentando não parecer dramática.

— Cara, não acredito que você ficava sozinha. Você é uma das pessoas mais incríveis que já conheci.

Vic sentiu suas mãos começarem a soar. Aquilo foi uma cantada?

— Tenta ser a garota estranha que entra no meio do ano letivo. Vai ver que é super fácil ficar sozinha.

— Te entendo perfeitamente, até hoje sou o garoto estranho.

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