Diego estava com o coração a mil por hora. Ele sabia que era impossível o coração bater nesse ritmo, mas estava difícil controlar o nervosismo enquanto Sofia o carregava para dentro da sua casa.
— Se eu me lembro bem, daqui a poucos minutos vai cair uma chuva forte.
— Vai sim. É melhor eu ir pra casa.
— Fica, por favor. Eu preciso... Conversar. — disse ela se encostando no balcão da cozinha.
— Mas... E sua mãe?
— Ela está na banheira e não vai sair tão cedo dali. E outra coisa: se duvidar ela nem sabe que você mora aqui.
— Tudo bem. Quer conversar sobre o quê? — perguntou ele colocando o livro sobre o balcão e ficando mais perto de Sofia.
— Qualquer coisa. Me conta sobre você. Já sabe o que vai fazer na faculdade?
— Provavelmente, Letras.
— Vai fazer o terceiro ano no Mystikas?
— Com certeza. Sou o melhor nerd daquela escola e isso mantém a minha bolsa garantida até o final do ano.
— Namorada?
Diego exitou por um minuto. Ele tinha namorada, ia fazer um ano que estava com Victória e ele a amava muito. Mas ele estava em frente da sua paixão platônica e era estranho conversar sobre isso com ela.
— S-sim.
— Imaginei. Você parece ser um cara muito legal pra ficar sozinho.
Ele sorriu sem graça com o elogio. Não sabia ao certo o que Sofia queria com aquela conversa.
— Olha, eu sei que parece loucura eu querer saber tudo isso. Mas... É porque me sinto culpada por não conversar com você durante todos esses anos.
— Não se sinta culpada, somos de mundo diferentes.
— Ah! Para! Não existe essa de mundos diferentes. Se moramos na mesma casa e estudamos na mesma escola, somos do mesmo mundo.
— A diferença é que sou filho do caseiro e bolsita, enquanto você é filha de dois empresários e paga a mensalidade de R$ 2 mil.
— Certo. Nessa você me pegou. Mas isso só comprova que eu era uma tremenda patricinha idiota.
— Eu não diria idiota, mas patricinha sim.
Sofia sorriu da sinceridade e começou a abrir as portas dos armários da cozinha.
— O que você está fazendo?
— Eu vou cozinhar pra você. Uma das coisas que aprendi nos Estados Unidos foi fazer panquecas.
— Interessante. Essa é outra forma de me pedir desculpas?
— Sim. E se prepare que é só o começo.
Eles ficaram conversando sobre vários assuntos aleatórios enquanto Sofia fazia as panquecas, como não tinha calda de chocolate nem mel eles decidiram fazer chocolate de panela (com leite condessado e cacau em pó) para jogar em cima.
Sofia contava uma de suas aventuras nos Estados Unidos quando Clarisse anunciou que um amigo tinha chegado. Sofia não sabia quem poderia ser, mas antes de pedir licença para Diego, Nicolas apareceu na porta da cozinha.
— Oi. — disse ele com um buquê de rosas na mão.
— Oi. — ela o cumprimentou por reflexo, não sabia que o seu coração ia bater tanto após reencontra-lo.
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Elite BSB
Ficção AdolescenteOlá elite de Brasília! Já teve a estranha sensação de que nada pode ser feito aqui ou alguém descobre? Sempre tem alguma notícia sobre os corruptos do Congresso Nacional, desvio de dinheiro ou operações da polícia federal com nomes engraçados. Poi...