Capítulo 2 - Triângulo amoroso é o melhor clichê que existe

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— Eu me rendo! — Gritou Sofia Pavese enquanto Nicolas Aviani a abraçava por trás para jogá-la na piscina. Nic estava com cheiro de Armani, o mesmo perfume que usava desde o sexto ano. Sofia tentava não pensar no fato de Nic estar com a boca bem próxima de sua orelha direita. Ela esperava que ele achasse que o arrepio em sua nuca era por causa do frio que estava fazendo.

Eles estavam a beira da piscina quando um trovão soou ao norte da casa de Sofia. Nic respirou fundo, retirou os braços da garota e, olhando para o céu, sentou-se na borda da piscina. Sofia olhou desconfiada para o amigo, mas depois que ele sorriu ela sentou-se ao lado dele. Ficaram ali olhando para os pés na água por um bom tempo. Era um dia típico de Novembro em Brasília: no último de dia aula na escola o sol estava escaldante, mas agora, no meio da tarde, as nuvens já cobriam o céu acabando com todos os planos que eles tinham para aquele dia.

Sofia morava em uma linda mansão no Lago Sul. A localização era perfeita, pois ficava longe da parada de ônibus e na quadra mais nobre da cidade. A casa cobria 1/3 do lote e as outras partes eram ocupadas pela piscina, área de lazer, a casa do caseiro e uma "modesta" sauna.

— Acho que vai cair um dilúvio. Disse ela olhando para a sombra que a nuvem negra fazia sob a piscina.

— ‎Quer entrar, então?

Sofia olhou para o céu, olhou para a piscina e depois para Nic. Ele levantou primeiro, estendeu a mão e a levantou.

Sofia pegou a saída de praia Martha Medeiros que estava jogada em uma das espreguiçadeiras e foi junto com Nicolas para a cozinha. Entraram pela porta de trás, a casa estava totalmente vazia. A mãe de Sofia estava em algum encontro com as amigas, o caseiro e a filha foram buscar o mais velho na rodoferroviária e os empregados foram dispensados mais cedo. A mãe de Sofia era uma famosa design de jóias e vivia em encontros e eventos. Já o caseiro... Bem, ela não tinha contato com ele ou com qualquer outro empregado.

Nicolas, como um bom amigo de infância, abriu a geladeira e foi procurar algo para comer.

— Tem alguma coisa aqui que tenha açúcar ou gosto?

— ‎Desculpa, minha mãe está querendo emagrecer. Mas acho que temos macarrão integral. — Disse ela abrindo a porta de um dos armários — Juro que se fizermos um molho você nem vai notar a diferença. Completou assim que viu a cara de desprezo do amigo.

— ‎E você por acaso sabe cozinhar?

— ‎Internet serve pra isso.

Sofia pegou o Iphone 7 e digitou no Google como preparar um macarrão. Após eles separarem os ingredientes e colocarem no balcão, Nicolas pegou os utensílios de cozinha para cortar a cebola e o tomate.

— Mamãe quer que eu faça o próximo ano nos Estados Unidos! — Disse Sofia enquanto ela colocava água na panela e Nic descascava a cebola. - Ela vai ficar um ano lá fazendo um curso de especialização e não quer me deixar sozinha. Até parece que não sei me cuidar. Mas ela não se convenceu quando eu disse isso e eu acho que vou ter que ir mesmo.

Nicolas parou de cortar a cebola e deixou o chorume entrar nos olhos. Eles ardiam e as lágrimas queriam sair, o que era uma ótima oportunidade de disfarçar sua tristeza.

Sofia achou estranho o amigo não falar nada e assim que colocou a panela no fogão se virou para ele.

— Brasília vai ser um saco sem você aqui. Disse Nic abaixando os olhos.

— Eu sei... Mas acho que não tenho escolha.

Sofia se virou para a ligar o fogão, mas foi impedida por uma mão gelada em sua cintura. O coração acelerou e a sua intenção era se virar para Nicolas e o beijá-lo. Ela sentia que o amava, sentia que era o certo a ser feito.

Nicolas puxou Sofia para perto do peito e encostou a boca em seu ouvido.

— Eu amo você!

Sofia se arrepiou. Mais pelo ar quente da boca de Nic do que pelas palavras em si. Ela sentia uma atração muito forte pelo amigo desde que as espinhas foram embora e ele tirou o aparelho. Mas aquelas palavras faziam muito mais sentido para uma amizade de infância do que para algo a mais. Nicolas não sabia o porquê tinha dito tais palavras. Seus sentimentos alternavam entre a loira sedutora e a morena delicada. Desde a infância, quando brincavam que ele ia casar com as duas, a palavra amor era um tanto confusa para ele. 

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