*Bônus - Jodi*

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Ao passarmos pela porta principal, já percebo que não foi uma boa ideia ter saído hoje.

- Caralho, essa boate vai me custar quase duas semanas de salário, por que é tão caro?

- É boate de luxo, amiga - Allyson me responde -. Aqui vem gente famosa e endinheirada... - segue falando enquanto olha em volta e sorri pra tudo mundo.

Olho em volta, já localizando o que me interessa - o bar.

- Eu espero é que a bebida seja boa também. Até mais - deixo ela e sigo em direção ao enorme e luxuoso bar, que diferente dos lugares onde eu frequento, não precisei chegar me espremendo por entre uma galera pra conseguir pedir -. Quero um Martini sem gelo e com azeitonas - peço ao barman que me responde apenas com uma piscada e um sorrisinho, sorrisinho esse que some com seus olhos devido esses serem puxadinhos, seus traços orientais o dão uma aparência fofa, mas o corpo musculoso com certeza é de um homem. Ele é gostoso e charmoso, quem sabe mais tarde?

Ao abrir a minha bolsa de mão, antes mesmo de buscar qualquer coisa, encontro algo que chama a minha atenção, algo que nem sequer me lembrava mais: o cartão de Dominique. Achei até que tivesse perdido. Será que ligo para ele? Seria legal ter um ricasso para me bancar essa noite neste lugar caro. Tenho certeza que não seria problema para ele. E ter a minha companhia é sempre um prazer.

Seguro firme aquele pedaço laminado de papel dourado, contornado por... Platina? Aposto que só o preço desses cartões que ele fez para distribuir por aí já custa mais que o meu vestido. Está decidido! Vou chamá-lo!

- Pensando em me ligar? - essa voz...

Sinto meu corpo gelar da cabeça aos pés. Me viro tão rápido que acabo me descuidando e trombando em seu peito.

- Cuidado, cajuzinho - ele me segura nos ombros, me ajudando a não cair no chão.

- Desculpa, eu... - tento argumentar, mas paro o que estou fazendo ao ver sua mão se aproximando lentamente do meu rosto. Delicadamente seu polegar passeia ao redor dos meus lábios e seu toque é como eletricidade atravessando a minha pele. Observo seus movimentos bem quietinha, não quero quebrar esse contato.

- Borrou seu batom - ele justifica o fato de estar fazendo isso, me trazendo de volta do transe. Me dou conta de que provavelmente estou é passando vergonha. Me afasto e pego um guardanapo para tirar, mas ele conclui -. Não precisa tirar, eu já limpei. Deixa para tirar o restante de outra forma - ele pisca pra mim. Algo me diz que ele não está falando só do batom.

- Seu Martine - o barman diz ao meu lado e coloca a taça no balcão, então olha para o Dominique -. Gostaria de algo, senhor Attah?

- Whisky, sem gelo - o rapaz dá as costas e vai preparar a bebida.

- Bebidas com gelo também não é muito a minha praia - digo na tentativa de gerar algum assunto e não ficar com cara de bunda, ele sorri... um sorriso lindo, não me lembrava de como ele era promissor da última vez que o vi. Com sua roupa escura e cheia de correntes, seus anéis e tatuagens... É tão sexy -. Sua camisa... - falo, me dando conta de que a borrei de batom, com certeza na minha quase queda.

- Não se preocupe com isso - me tranquiliza. Então a bebida dele também é colocada sobre o tampo de vidro, seguro a minha taça e ele pega seu copo -. Ainda não me respondeu, por que tava encarando o cartão? Ia me ligar?

- Tava pensando em alguém pra me bancar esta noite, só pra variar - brinco e ele ri, me olhando de cima a baixo.

- Está linda com esse vestidinho - ele elogia.

Dou uma pausa para ver se o próprio iria complementar a sua fala e... Nada! Fico feliz por ele não bancar o macho escroto falando que adoraria me ver sem a peça ou que estaria pensando no que uso por baixo. Se bem que ele não precisa falar nada, seu olhar já deixa muito claro suas intenções sobre meu corpo. E isso está deixando minha calcinha encharcada.

Estendo minha mão e acaricio seu braço, inclino a minha cabeça para o lado, observando as tatuagens alí.

- Vem sempre aqui? - continuo o flerte.

- Sou o dono dessa boate - imediatamente paro a carícia e meus olhos vão direto para seu rosto, buscando ali algum sinal de que fosse brincadeira, mas ele está a tranquilo. É verdade.

- Uau, por essa eu não esperava - falo, em seguida dando o meu primeiro gole na bebida.

- Hum... E no que pensou? - indaga, interessado nas minhas especulações.

- Bom, não sei... Um cafetão de uma boate de strippers - continuo na linha da brincadeira e ele sorri aberto.

- Chegou perto - ele completa, entrando na onda.

- Mafioso - ele levanta uma das sobrancelhas.

- E por quê?

- Explicaria seu carro.

- Faz sentido.

- Talvez um gogoboy de eventos para senhoras ricas...

- Acha que eu me daria bem nessa?

- Justificaria seu corpo.

Antes mesmo que eu diga qualquer outra coisa, ele passa seu braço em volta da minha cintura e me puxa, unindo meu corpo ao seu.

- Gosta do meu corpo, é? - ele rosna em meu ouvido.

- Por que não deixa eu te mostrar? - passo minha mão livre em sua nuca e puxo sua boca contra a minha, o beijando com vontade, chupo aquele lábio carnudo, passando as unhas de leve pelo seu pescoço. Mordisco seu lábio e os deixo para traçar um caminha de beijos até sua orelha, onde chupo lóbulo e depois volto para a boca.

Dominique está duro. O sinto contra minha mim. E eu? Eu estou pegando fogo. Pela primeira vez eu estou tão sem noção que seria capaz de transar com ele aqui, na frete de todo mundo.

- Vamos sair daqui - ele pega a taça da minha mão e devolve as bebidas para a mesa, me segurando em seguida e puxando escada acima.

Ele me leva até sua sala particular, ao entrarmos ele tranca a porta. Vai até o frigobar e oferece:

- Quer beber o quê? - ele se abaixa para abrir. Só pode estar de brincadeira. Antes mesmo dele tocar naquela geladeira, eu o puxo.

Vou levando ele até o sofá e o jogo sobre o móvel, abro as pernas e me sento em seu colo, suas mãos vão direto para as minhas coxas e a agarram com força, rebolo no seu pau duro - ainda escondido na calça - seguindo o ritmo da batida da música que toca lá embaixo. Sua mão deixa a minha coxa e me dá um tapão na bunda, agarrando em seguida e me ajudando no movimento.

- Deusa! - ele geme e agarra meus cabelos, me puxando para mais um beijo. Parece que nossas bocas foram feitas uma para a outra. Eu vou quicar nesse homem até ficar assada, disso eu tenho certeza.

Levo as mãos para tirar a sua camisa quando algo nos enterrompe: o som dos nossos celulares tocando ao mesmo tempo. Tentamos ignorar no começo, mas logo fica insuportável.

- Melhor atendermos. Deve ser importante - ao pegarmos nossos aparelhos olhamos a identificação.

- É o Kenner - ele fala.

- É a Júlia - digo eu.

Olhamos desconfiados um para o outro, já era perceptível a tensão da desconfiança de que isso não é uma coincidência. Ainda sem quebrarmos a troca de olhares, clicamos no botão verde e falamos em uníssono:

- Alô?

Chefe Cretino Onde histórias criam vida. Descubra agora