Hospital

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- Paciente vítima de PAF apresentando sinal de hemorragia! - a enfermeira diz para o médico que vem correndo atender Derick sobre a maca na entrada do pronto socorro. Ele está deitado de lado enquanto as enfermeiras pressionam os ferimentos.

Muito sangue, muito, muito sangue.

Quando o doutor se aproxima, liga uma pequena lanterna que tira do bolso do jaleco e abre a pálpebras de Derick uma de cada vez, jogando a luz lá dentro.

- Vamos levá-lo para a sala de emergência e chame o cirurgião.

É quando toda a equipe de saúde sai correndo puxando a maca e me deixando sozinha na entrada do pronto socorro com outros dois homens que colocaram ele no carro e nos trouxeram para cá.

- Dominique já está sabendo disso? - um deles pergunta ao outro.

- Vou ligar para ele agora - o outro responde e se afasta, pegando o celular do bolso da jaqueta.

Mesmo em meu estado letárgico, ainda consigo balbuciar:

- Preciso falar com a minha irmã... Com o senhor Kenner... Com a Dorothy... - resmungo para mim mesma enquanto passo as mãos pelo meu corpo buscando meu telefone e não encontro, devo ter perdido nas docas.

- Aqui - o homem que ficou chama a minha atenção, olho para ele que me estende o seu celular -. Faça quantas ligações precisar.

- Obrigada - pego o telefone com mãos trêmulas e... com sangue. O sangue dele.

Por sorte - sorte um caralho - sei o número dos três de cabeça. Basta decidir por quem eu começo...

• •




Jodi entra como um tufão na sala de espera, seus olhos buscam algo ao redor, parando sobre mim. Ela suspira em alívio assim que me vê. Só há eu e o senhor Kenner aqui, assim que ele chegou, me trouxe para sala VIP do hospital para aguardarmos notícias em um ambiente mais confortável e fora da vista de platéia. Mas o que me chama atenção é o fato do senhor Dominique estar vindo bem atrás dela, e pela mão dele em sua cintura, isso indica que estavam juntos.

- Você está bem? - ela o deixa e vem correndo me abraçar.

Ignoro sua pergunta e a cobro sobre outro assunto:

- Com as amigas do trabalho, né? - não é hora para tocar nesse ponto, mas não pude evitar - Jodi, não precisa mentir pra mim.

- Não menti. Dominique é dono da boate que eu fui, nos encontramos lá e ele me deu carona até aqui.

- Eu estou bem - respondo a primeira pergunta -. Também liguei para Dorotéia. Ela encerrará a semana de moda para a equipe dela e virá em seguida pra cá. Ainda bem que ela não está mais em Paris e sim em Nova Iorque. Deve chegar de manhã.

Entretida em minha conversa com Jodi e Dominique com o senhor Kenner, nem nos damos conta do médico entrando na sala. Mas ao notarmos sua presença, todos nós nos colocamos de pé.

- Boa noite, sou o cirurgião Damon Stone. Vim esclarecê-los de que conseguimos estabilizá-lo - sua informação tira um suspiro de alívio de todos nós, mas ele não terminou aí - Todavia o senhor Azikiwe não está fora de perigo, o estado ainda é muito grave. Precisará passar por uma cirurgia de emergência.

- Se precisar de autorização, tem a minha, doutor - Kenner fala, apreensivo.

- Não é essa a questão. Infelizmente o seu cunhado perdeu muito sangue e o nosso banco sanguíneo não tem o tipo dele. Não é possível iniciarmos a cirurgia assim. Estamos procurando em outros bancos próximos, mas todo segundo é valioso para o estado dele. Há algum parente que possa doar?

Chefe Cretino Onde histórias criam vida. Descubra agora