Capitulo 13 - Especial de Natal

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Alguns anos atrás...

POV Meliodas

Era manhã de Natal e eu não podia estar mais mal humorado. Todas as crianças do parquinho estavam ali brincando com suas famílias e eu estava sozinho no balanço, sob os raros olhares da minha babá irresponsável. Eu odiava aquela situação situação e queria muito que um raio viesse e matasse todo mundo. Por que? Porque sim, oras. 

Eu não fazia ideia de qual era o paradeiro da minha mãe e acreditava com todas as minhas forças que havia sido abandonado. É o que se pensa depois de ser arrancado de tudo que conhece e ser passado de mão em mão até achar um parente que aceite ficar com você. O parente no caso não existia, então fiquei sob os cuidados da babá irresponsável que eu citei no primeiro parágrafo. 

Estava ocupado imaginando todo mundo morrendo por combustão espontânea quando uma bola vermelha me atingiu e eu cai pra trás como um mamão maduro caindo do pé. 

—Hei! Você pode me devolver a bola? — uma voz gritou.

Me levantei alisando o meu traseiro com uma expressão de fúria. O garoto albino de olhos vermelhos parado ali não fazia ideia de com quem estava mexendo.

—A sua bola idiota bateu em mim! — eu disse nervoso.

—Me dá! É minha! — ele estava começando a ficar bravo, percebeu que eu não tinha a menor intenção de devolver o brinquedo. 

—Quem é burro de comprar uma bola vermelha? 

—O vermelho é a cor mais legal que existe!

—Não é! É amarelo! — gritei. Você deve estar se perguntando: "qual a lógica dessa discussão?" Pois é, meus amigos. A lógica não se aplica para nós. 

—Vermelho!

—Amarelo! 

—Vermelho!

—Amarelo!

Não sei bem como aquilo se processou, mas nos segundos seguintes estávamos nos pegando no soco. O que pra nós era a batalha do século, para quem estivesse vendo provavelmente não devia passar de dois projetos de pessoa numa brincadeira nada saudável que machucaria ambos. “Lutamos” por longos cinco minutos e meio e caímos no chão, exaustos. 

—Meu nome é Ban — o garoto sorriu e estendeu a mão pra mim — Ban Benoic.

—Meliodas Sicksella — apertei a mão dele, exibindo um sorriso. 

—Quer ir na minha casa ver desenho?

—Quero! 

—Eu espero aqui pra você ir pedir sua mãe — ele sorriu — cadê ela?

—Eu não sei — admiti — minha mãe foi embora. 

—E seu pai?

—Não sei quem é meu pai — encarei meus pés, me odiando por aquelas respostas estúpidas. 

—E quem fica com você? 

—Minha babá — aqui vemos que a mulher era tão tchonga que eu tava todo relado e maltratado de um duelo super perigoso e ela nem desconfiou de nada. Tive um combate bem em baixo do nariz dela e ela não desconfiou. 

—Você acha que ela deixa? 

—Acho! Espera aqui. 

Corri para a moça que estava concentrada olhando para um ponto do além e quase teve um infarto ao me ver todo machucado. Menti que tinha caído de um balanço e ela acreditou, mesmo que tivesse uma enorme mordida no meu braço. Balanços não mordem, mas acho que ela não sabia disso. 

Minhas CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora