Capítulo 26

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Harley King estava furioso e como todas as vezes em que se sentia assim, foi pra sala de treinos da mansão King para esmurrar um ou dois sacos de pancada. Já faziam mais de duas horas que ele exaustivamente treinava suas habilidades com a espada tentando esvaziar sua mente. Não conseguia tirar as palavras de sua irmã da cabeça por mais que se esforçasse pra isso. Já faziam alguns dias desde a fatidica discussão que haviam tido no corredor, e quanto mais o tempo passava mais ele se dava conta de que o que ela estava tentando lhe dizer fazia absolutamente todo o sentido. 

—Eu… odeio… — disse ofegante, brandindo a espada de um lado para o outro — ser… o… herde…

—Senhor King? — Mário, o mordomo da residência entrou na sala e King se repreendeu mentalmente por ficar dizendo coisas proibidas em voz alta.

—Sim? — respondeu, colocando sua arma no suporte e pegando uma garrafa de água.

—O Senhor King ligou hoje — o criado respondeu e Harley demorou alguns segundos para processar a informação. Mário estava se referindo ao pai dele.

—O que ele queria? — perguntou desinteressado, tomando grandes goles diretamente do bico da garrafa.

—Ele pediu para avisar ao senhor e à Lady Elaine que ele chegará em breve para a cerimônia do Baile Esmeralda — respondeu.

—Obrigado, Mário — respirou fundo, encarando uma parede qualquer da sala — pode se retirar.

—Com licença, senhor. 

Harley se sentou no chão ainda com a garrafa nas mãos e apoiou os cotovelos nos joelhos. Os convites ja haviam sido todos entregues e não havia como fugir do baile iminente. 

—Acho que vou ter que pagar pra ver — sorriu sádico e se levantou do chão em um pulo, procurando o celular com os olhos. O aparelho estava em um suporte na parede e ele rapidamente o pegou e discou um número em seus contatos — alô? Diane? Sim, está tudo bem. Eu só queria saber… você já tem vestido para o baile? 

~●●●~

—Eu acabei de escrever a carta — Ban cochichou no ouvido de Elizabeth e a albina deu um pulo de susto. 

—Ban! — ela deu um tapinha nele e em seguida olhou para os lados, temendo ter chamado muita atenção no corredor por causa do susto — quer me matar do coração, é? 

—Você é muito barulhenta, Elizabeth — ele fez uma careta e ela apertou os olhos na direção dele.

—Vou fingir que não ouvi isso porque o assunto é importante. Cadê a carta? — ergueu uma sobrancelha. 

—Seu discurso motivacional me motivou — riu — Não vou deixar você ler, é segredo. 

—Sem graça — ela fez um biquinho e ele a empurrou levemente com o dedo indicador.

—Não seja enxerida, Elizabeth. É feio ler a correspondência alheia. 

—Você é um chato — se ergueu na ponta dos pés pra dar um tapinha na testa dele.

—Você não cresceu direito, faltam uns centímetros em você — ele riu e desviou, fazendo com que ela ficasse mais brava.

Logo os dois estavam em mais uma disputa infantil, dessa vez no meio do corredor da escola.

—Bom dia, Ban — disse uma voz e os dois se viraram — E Elizabeth.

—Bom dia, Meliodas — a albina sorriu.

—Qual é? — Ban cumprimentou. 

—Ah! Meliodas! Que bom que te encontrei! — Liz correu pra perto dele ao vê-lo ali parado — Bom dia pessoal! — cumprimentou os outros dois.

Minhas CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora