Capítulo 32

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King estava nervoso, tamborilava os dados no banco de forma impaciente e balançava as pernas freneticamente. Olhava diversas vezes em todas as direções da rua esperando ansiosamente que Chris aparecesse. Não esperava que a garota fosse tão compreensiva quanto Elaine tinha mencionado, mas estava surpreso por ela ter oferecido o mapa antes que ele pudesse dar algo em troca pela informação. Harley sabia que ela precisava de algum tipo de recompensa, afinal pra fazer o “certo” ela estava abrindo mão de uma informação confidencial de sua família. Os calabouços era como segredos de estado, não eram revelados a absolutamente ninguém. 

—Oi Harley.

—Chris! — ele se levantou ansioso.

A garota tirou um papel do bolso traseiro da calça e o estendeu na direção dele.

—Sei que não temos tempo então fiz um resumo geral do que vocês possivelmente encontrariam nas salas do calabouço. Tomem cuidado com as ervas da montanha, elas podem parecer inofensivas mas muitas delas poderiam matar em segundos. Não se esqueça de levar a Elaine, ela sabe reconhecê-las.

—Anotado — ele pegou o papel com as mãos trêmulas — Eu não tenho palavras pra…

—Eu sei — ela sorriu — não precisa me dizer agora. Tenho muitas coisas pra perguntar sobre o que você me disse no telefone mas receio que não seja o momento certo pra isso. Vá — pôs a mão no ombro dele — ela está esperando você.

—Chris, eu… — ele engoliu um seco e sorriu — obrigado de verdade. Prometo que darei um jeito de retribuir o favor — disse se afastando. No fundo ele sabia que isso seria quase impossível, nada no mundo poderia pagar o que ela estava fazendo. 

Chris ficou ali assistindo Harley praticamente sair correndo pela rua sem nem mesmo olhar pra atrás. Ela já deveria ter se acostumando com aquilo, o fato de ele sempre acabar indo pra longe dela. O herdeiro King fora seu primeiro amor e quase como coincidência do destino seu pai havia conseguido um contrato de casamento para os dois. O problema era que ele não a amava.

Apesar de ter dito quase imediatamente um sim para Harley quando ele lhe pediu o mapa do calabouço da fortaleza Baskerville, não era por Diane que ela havia feito aquilo. Por mais egoísta que pudesse parecer, Chris havia feito aquilo por Harley. Apesar de amá-lo cegamente e sentir seu coração se partindo por vê-lo ir embora, Chris se colocava no lugar dele. Assim como ela não conseguia se imaginar presa num contrato de casamento com outra pessoa que não fosse ele, podia imaginar como Harley havia se sentido quando o noivado dos dois foi anunciado. 

Se Harley fosse sequestrado, Chris provavelmente ficaria sem chão até que ele fosse resgatado. Não comeria, não dormiria e não viveria. Por isso ela havia dado o mapa. Ajudar Diane era como cuidar de Harley. 

—Por favor, esteja bem… por ele — Chris sorriu tristemente, sentindo uma lágrima solitária escorrer em seu rosto perfeito como porcelana. 

~***~

—Ok, sem tempo irmão — Elizabeth suspirou.

—Essa ela aprendeu comigo — Ban disse orgulhosamente.

—Arthur?

—Presente! 

—Você vai bolar a estratégia. Chris nos deu detalhes sobre o que nos espera nas salas do calabouço e qual é a melhor forma de entrar e sair — a albina anunciou — a forma mais fácil de entrar é por uma caverna situada mais ou menos na metade da montanha. 

—Ela citou que a Elaine deveria ir pra conseguir identificar as plantas venenosas — Harley lembrou.

—As conheço como a palma da minha mão — a loira sorriu satisfeita — passei um bom tempo da minha estadia estudando aquelas plantas.

Minhas CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora