Capítulo 38

105 8 0
                                    

Diane deveria ter dormido, sabia que deveria ter feito isso. Mas como dormir diante do que a esperava no dia seguinte? Arthur estava sendo extremamente gentil com ela e precisava admitir que ele era de fato o tipo de irmão que ela sempre quis ter em sua família, só não sabia disso até conhece-lo.

O ruivo dormiu na sala com ela para não deixa-la sozinha durante a noite e quando finalmente amanheceu, ele estava babando em um de seus ombros. 

—Bom dia — ele soltou um enorme bocejo e esfregou os olhos — como você dormiu?

—Eu não dormi — ela fez uma careta — não com você dizendo “Merlin-san” a noite toda.

—Perdão — engoliu um seco, envergonhado.

—É brincadeira, Arthur — ela riu e se alongou — eu não consegui dormir porque estava muito nervosa sobre hoje — admitiu e a expressão dele se aliviou — mas que você chamou o nome da Merlin... ah! Isso você fez um montão de vezes — soltou uma risada bem humorada — com o que estava sonhando?

—Não queira saber — fez uma careta — foi assim, estávamos eu e ela andando de jet-ski, né? Daí a mão dela virou um dinossauro e a gente subiu numa gaivota pra chegar na lua. Tinha unicórnio guerreiro pra tudo que é lado fazendo o passinho do romano. Apareceu um ninho quadrado feito de paçoca por um total de zero motivações e nossos filhos estavam lá dentro gritando: “Vai dançando na boquinha da garrafa! Da garrafa! Da garrafa! Da garrafa!” eles eram... — pausou ao ver que Diane o encarava como se ele fosse muito estranho — amendoins gigantes.

—Amendoins gigantes?!? — repetiu com uma careta.

—Pois foi — disse orgulhosamente — eles puxaram esse meu formoso tipo encantador.

—Imagino.

Silêncio.

—Pff... — Diane tentou segurar uma risada, mas infelizmente ficou só na tentativa. Ela começou a rir como se esse fosse seu objetivo único da vida e ficou vermelha de tanto gargalhar.

—Do que está rindo? — Artur perguntou – vermelho, mas de vergonha.

Diane ainda ficou rindo por um bom tempo antes de finalmente recuperar parte de seu – pouco – autocontrole.

—Arthur, você é tão bonitinho — ela enxugou os olhos depois de chorar de tanto rir — só você pra me fazer dar risada num momento assim.

—Estão me chamando de bonitinho com uma frequência considerável ultimamente — apertou os olhos na direção dela — devo considerar isso um elogio?

—Talvez? — riu e ele fez uma careta.

—O que é tão engraçado?

—Amendoins gigantes, Arthur? Sério? — ela soltou uma nova gargalhada — mas acho bonitinho que você pense na Merlin mesmo quando está dormindo. Nem que seja pra transformar a mão dela em um dinossauro — mordeu o lábio inferior.

—Chata — mostrou a língua — até parece que não é assim que você pensa no King — comentou e a afirmação a pegou desprevenida — nós somos iguais, eu sei — riu — é o mau de todos os que carregam o nosso sobrenome. 

—Pendragon deveria significar trouxa — ela riu.

—Falou, Diane Trouxa — ele debochou — antes de me ofender, lembre-se que esse sobrenome é seu agora também.

—Tinha esquecido disso — fez uma careta.

—Lembre-se de não fazer essas piadinhas de humor questionável em Camelot, sim? — ele sorriu e se levantou do sofá, fazendo um pequeno alongamento.

Minhas CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora