Capítulo 4

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~Quebra tempo~

POV King

Já faziam quase dez minutos que Hendricksen fazia seu monólogo biológico sobre DSTs da forma mais “interessante” possível. Obviamente eu estava super participativo pensando se estou vivendo ou apenas tendo aulas infinitas de biologia. 

—…abram seus livros na página 6 — o professor ordenou — quero que façam um resumo sobre o quinto parágrafo falando sobre a importância da conscientização da prevenção do vírus HIV. Alguém tem alguma pergunta?

—Poxa, Capitão! Se ferrou. Essa bagaça não tem cura! — Ban gritou aleatoriamente e a sala caiu na risada. Bom… menos o Meliodas.

—Senhor Benoic, talvez queira compartilhar seu laudo médico com o resto da turma — Hendricksen arqueou uma sobrancelha na direção dele.

—Não, obrigado. Meu ilustre conhecimento não merece ser compartilhado com meros mortais — O albino disse convencido.

—Talvez queira compartilhá-lho com o diretor. Tenho certeza de que ele vai adorar  — respondeu irônico.

—Não… — fez uma careta — ele também não é digno.

—Espero que seu julgamento de dignidade não interfira em sua nota no fim do semestre, senhor Benoic. Por que não dá seu veredito sobre a atividade ao invés de bancar o martelo do Thor?

—Hendricksen geek… essa é nova — Ban murmurou.

—O que disse?

—Hendricksen vip! Só passa atividade relevante de alta qualidade — sorriu inocentemente — já tô até fazendo.

—Ótimo — o professor disse mau humorado e prestes a perder a paciência com as gracinhas dele — mocinha, onde está seu material?

—Ainda não chegou — respondeu uma voz baixa e firme.

—E o que está esperando, senhorita… hã… 

—Diane — respondeu e o professor continuou a encará-la como se estivesse esperando algo — Hebi — completou.

—Senhorita Evi, sente-se com um de seus colegas — ordenou.

—Hebi — corrigiu em um tom mais baixo.

—O que está esperando?

—Hã? Nada… vou agora mesmo — disse meio insegura e começo a olhar para os lados como se procurasse alguém que a socorresse.

—Hei! — sussurrei pra ela gastando o estoque de coragem economizado durante toda a minha vida — pode se sentar aqui se quiser.

A garota sussurrou um obrigada e sorriu pra mim com um alívio enorme estampado em seu rosto como se eu tivesse salvado sua vida e não oferecido o livro emprestado. Diane trouxe sua carteira e a posicionou ao lado da minha, sentando-se logo em seguida e se encolhendo um pouco.

—Oi… — eu tentei puxar conversa. Aparentemente depois que conseguiu o livro emprestado nada mais parecia importar — eu sou Harlequin.

—Harlequin? Sério? — ergueu uma sobrancelha — como a peguete do Coringa?

—Na verdade, aquela é Arlequina. 

—Dá tudo na mesma — balançou os ombros em descaso, garotinha insolente ela — de onde seu pai tirou esse nome?

—Excelente pergunta — respondi coçando o queixo — provavelmente de um episódio de Batman. Mas você se chama Diane então não está muito em posição pra me julgar — ri.

Minhas CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora