Capítulo 98

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       Mais garrafas vazias

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       Mais garrafas vazias. Mais uma noite que passei sem conseguir dormir direito — eu não dormi nem sequer quatro horas.
Eu tive pesadelos que me fizeram suar frio e me debater: Ana e Phoebe iam embora. Havia outro homem, Anastásia segurava sua mão, e sorria, ela dizia que o amava. Minha filha o chamava de pai. Elas estavam felizes e pareciam muito bem sem mim.

Como Ana disse que elas iriam ficar.

Meu coração se aperta mais.

Eu só queria que Anastásia acreditasse em mim, queria pode esclarecer as coisas com ela, com a nossa filha. Phoebe está confusa e não quer mais saber de mim; Tenho certeza que ela ouviu as terríveis coisas que Suzana disse.

Que droga!

Tudo é um grande e errôneo mal entendido.

***

— Mais uma. — O barman olha para mim por uns instantes.

— O senhor já não bebeu demais? — Eu sei que bebi demais, inclusive já perdi as contas, mas isso pouco importa agora. 

— Mais uma. — Repito com os dentes rangendo. Ele olha para mim e serve mais uma.

Sentado mais uma vez, no mesmo bar de ontem.
Encher a cara definitivamente não é o melhor remédio para isto, mas é tudo que posso fazer, tudo que tenho. A única coisa que me restou. A única terrível coisa que me restou, mais uma vez.

— Eu quero uma garrafa. — digo. Minha cabeça dói. O barulho me incomoda, as pessoas ao meu redor, as vozes me aborrecem.

Eu não queria estar aqui, assim...

Não queria ter que passar por essa situação, eu não queria ter que chegar a esse ponto de beber mais e mais para não deixar a dor florescer, mas mesmo assim ela ainda está aqui.

Eu sinto uma mão no meu ombro, eu viro meu rosto.

— Oi. — A loira diz. Ela se senta ao meu lado e sorri abertamente, mostrando todos seus alinhados dentes. Ela vira para o barman. — Um drink da mesma coisa que ele está bebendo. — Ela vira o rosto para mim novamente. — Hmm... Parece que você está sozinho, aceita companhia?

Eu ignoro.
Tudo que eu menos quero é companhia de alguém que não seja Anastásia ou Phoebe.

— Você parece sozinho.

— Estou muito bem. — É tudo que digo. Mas é uma mentira; Não estou nada bem assim.

— Já sei do que você precisa. — Ela abre a bolsa. — Isso. — Ela... Espera. Drogas? — Com isso você pode relaxar por completo.

Eu estou bebendo, mas usar drogas...? Isso já é demais. Eu já as usei uma vez e foi terrível para mim.

— E se você quiser... Eu também posso te ajudar a relaxar, com outra coisinha. — Eu seguro seu pulso quando ela faz menção de me tocar.

— Não encoste em mim. — Aperto seu pulso. Eu não quero que alguém como ela me toque. Por alguém assim perdi o que tinha.

Ela parece ser tão baixa quanto Suzana.

Solto seu pulso, também não quero toca-la, isso me deixa enojado. 

— Eu gosto assim, dos que tem pegada forte. — Aperto meus punhos. Baixa. — Atraente. — Ranjo os dentes quando sua mão toca meu braço.

— Não me toque. — Afasto meu braço do seu toque.

— Você parece muito tenso... Talvez precise relaxar um pouco mais. Isso... — Aponta para minha garrafa. — É pouco, você precisa de mais. — Não. — Você precisa disso, eu posso ver. — Eu não preciso de sexo e drogas.

— Eu não preciso dessa porra. — Eu agarro a garrafa e saio do bar.

Se eu aceitasse estaria sendo infiel a Anastásia e por mais que as coisas estejam indo mal, péssimas — por mais que as coisas possam estar acabadas —, eu estaria a traindo, estaria fazendo exatamente o que ela acha que fiz.
Eu não quero ser quem ela pensa que sou. Vou ser fiel até o último minuto, até o fim disto.

Sinto uma vontade absurda de chorar e eu deixo que ela floresça, eu não luto contra, eu preciso chorar, colocar todas lágrimas pra fora. Com a cabeça contra o volante eu choro, mais e mais, lembrando de cada palavra. Agora eu sei o quanto as palavras doem, o peso real que elas tem.
Eu abro a garrafa e bebo praticamente toda bebida, desce queimando na minha garganta.

Que se foda.

Eu acelero o carro e dirijo por aí, sem rumo. Não vou para casa, ficar lá só faz com que eu me lembre mais delas.

Não consigo respirar, eu luto, mas meu peito dói e as coisas a minha voltam giram e giram. As palavras de Anastásia voltam a se repetir e a dor só aumenta.

Eu vou perde-las. Elas vão embora e me deixar. Porque elas não precisam de mim. Ana tinha razão, elas não precisam de mim.

Fecho os olhos tentando respirar, mas não consigo, eu não consigo puxar o ar. Minha cabeça dói muito, eu suo frio, meu corpo treme.

E então tudo acontece muito rápido, eu sinto meu carro ser lançado, e minha cabeça bater com tudo contra o volante, cada vez que meu carro bate contra o solo eu sinto meu corpo chacoalhar, minha visão escurece, sinto mais e mais o cheiro de sangue, meu sangue.
Eu ouço o barulho; De pessoas gritando, vozes que eu nunca ouvi antes. Eu tento me mover, mas meu corpo está preso  nas ferragens, sinto meu corpo inteiro doer, como nunca, uma dor aguda que me corrói.

Meu corpo não me responde.

Não tenho forças para respirar.

Não tenho forças para manter os olhos abertos e aos poucos minha visão vai escurecendo.

Ana, Phoebe.

É tudo que eu consigo pensar antes de me deixar vencer pela escuridão.

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O Christian ele... 😓
O que vocês acham que vai acontecer agora?!

Kisses kisses bye!

❤️


















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