Capítulo 42

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    Parada em frente ao grande espelho, levanto meu grande moletom preto

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    Parada em frente ao grande espelho, levanto meu grande moletom preto.

Minha barriga ainda segue plana, como sempre, eu definitivamente não tenho nada de grávida.
Toco minha barriga, com as pontas dos dedos, desenhando alguns movimentos.

Estranho.

Eu nunca sequer troquei uma frauda.

Não quero um bebê. — Eu levanto meu rosto, vendo meu reflexo, através do espelho.

Pálida demais.

Talvez eu não estaria, se conseguisse manter algo no estômago. Eu simplesmente não posso comer nada, sempre para ajoelhada, segurando na privada, como se minha vida dependesse disso.
Odeio esses malditos enjoos matinais, minha mãe deu alguns remédios de grávidas para enjôo, mas comigo não funcionam, muito pelo contrário, parecem piorar... E sem contar nas tonturas, quando piso o pé no chão é como se tudo a minha volta começasse a girar e tremer.

Parece que tudo só piora. A cada dia que se passa.

Dormir chorando e acordar enjoada é terrível, sinto meu corpo cada vez mais desgastado.

Respiro fundo e fecho os olhos.

Tenho exatos dois dias para contar ao meu pai, ou caso contrário minha mãe o fará, o que será ainda pior.
Eu sei que minha mãe anda aflita pelos cantos, ela anda presa tempo demais seu quarto, respondendo e-mails, acho que talvez tentando esquecer o problema.
Ela sabe que meu pai não reagirá nada bem, isso é mais que certo.

Óbvio que não...

Eu menti por diversas vezes, traindo a confiança dele. Traindo ele.

Suspiro.

Isso tudo é uma grande merda.
Algo sem fim.

***

— Pelo menos sua mãe reagiu bem. — Kate diz. — E seu pai?

— Não contei. Mas sei que ele não vai reagir nada bem.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Talvez eu até precise de mais tempo... Eu preciso pensar nas opções que tenho, e...

— O que você quer dizer com; pensar nas opções que eu tenho? — ak Você pensa em aborto?

— Eu não sei, Kate... — Ponho meu rosto entre minhas mãos geladas, eu não sei se seria capaz de fazer algo assim, mas... — Não estou preparada para os julgamentos que eu irei receber... — Eu tenho medo, Kate. Medo de tudo. — digo com a voz chorosa.

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