Capítulo 63

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Anastásia

Um arrepio percorreu todo o meu corpo com medo de Christian poder ser atingido por uma bala. Olhei bem nos olhos de Carla e só conseguia enxergar dentro deles ódio e raiva, tudo direcionado a mim. Quando ela destravou a arma fechei os olhos receando o que viria, mas mais uma vez a porta se abriu e por ela entraram Ray e Pietro, meus pais. Carla mudou de lugar, sempre segurando a arma e sorriu ao ver os dois juntos.

— Parece que todo mundo quer assistir a sua morte de camarote filhinha.— disse ela para mim

— Céus. Que tipo de pessoa você é? — Perguntou papai horrorizado

— Você não sente remorso Carla? — perguntou Pietro — Já matou uma de suas filhas, vai querer matar mesmo outra? — ela olhou-o com raiva

— Não ouse tocar no nome de April ou de me acusar pela morte dela. Se a minha filha não está mais aqui a culpa é toda dela. — apontou para mim que estava abraçada a Christian — Tudo que fiz era para atingir ela. Somente ela.

— Como pude ser tão cego e não ver o monstro que morava comigo? Baixe essa arma Carla e se entregue a polícia para ao menos tentar pagar um pouco por alguns dos seus crimes. — pediu papai e ela riu

— Me pergunto como um dia fui apaixonada por você Ray. Você nem parece um homem de verdade, é um ser fraco que além de perdoar uma traição ainda aceitou e amou o fruto dela. Vendo você ao lado de Pietro como se nada tivesse acontecido me faz perceber o quanto ridículo você e ele são.

— Acho que a prisão não é a melhor opção para ela. — disse Pietro e todos o olharam — Lugar de gente doida é no hospício.

— Falou bem sogrinho dois. — disse Christian e Carla olhou para ele com raiva e mirou a arma nele. Arregalei os olhos sabendo que ela preparava-se para disparar a arma e senti medo de perder o amor da minha vida.

No instante seguinte tudo aconteceu rápido.

Carla disparou a arma e quando pensei que a mesma iria atingir o meu Christian, Pietro se jogou na frente dele e depois caiu gemendo no chão. Carla aproveitou que estavam todos focados em estancar o sangue de Pietro e saiu correndo do quarto para não ser pega.

Papai ajoelhou-se ao lado de Pietro e fez força sobre o ferimento para parar o sangue e ao perceber que ele estava mal sai da cama com a ajuda de Christian e foi até eles com os olhos marejados.

— Não chore minha filha. — sussurrou Pietro

— Você pode morrer e a culpa será minha pois era a mim que ela queria matar. — uma lágrima correu pelo meu rosto e Christian abraçou-me

— Isso é um absurdo e fique sabendo que tomaria muito mais que um tiro para te proteger. Te amo minha pequena. — confessou e segurei na mão dele e limpei as lágrimas — Fico muito feliz por ter estado perto de você mesmo que por pouco tempo querida. — sorriu fraco

— Você está falando como se fosse uma despedida e isso não é. Você vai ficar bem pai. — ele arregalou os olhos e começou a chorar ao escutar a palavra pai

— Você me chamou de pai. — disse emocionado

— Tive muito azar por ter Carla como mãe, mas acabei sendo muito bem recompensada tendo dois pais. — Ray e Pietro a olharam —Ray sempre esteve presente em todos os momentos da minha vida e sabe o quanto o amo, ele sempre será o meu papai. E você, Pietro mostrou que me ama mesmo estando sempre longe por isso para diferenciar os dois te chamarei de pai. Então trate de ser forte e fique recuperado pois não estou disposta a perder nenhum dos meus dois pais.

Os médicos entraram naquele momento e afastaram todos levando Pietro para o centro cirúrgico e Ray veio até mim.

— Você faz com que sinta cada vez mais orgulho em ser seu pai. — disse ele me abraçando

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