Prólogo - Capítulo 01

492 29 0
                                    



Obs: Mais uma vez afirmo que essa história não me pertence, o autor original a escreveu no site CDC. Só repostei aqui por que amo a história. Não sou escritora, infelizmente não tenho esse dom, sou só uma apreciadora de boas histórias do público LGBT+.
Obrigada, A. 



Um sentimento de repudio e imensa tristeza me inundava naquele momento, nem mesmo a água gélida que escorria pelo meu corpo me deixava melhor, as lembranças vivas na minha mente do que havia acontecido há pouco me atormentavam. Como pude me submeter a tal ato? Como pude trair minha melhor amiga?

– Algumas horas antes:

A casa se encontrava no mais absoluto silêncio depois de uma festa grandiosa e barulhenta promovida por mim em comemoração a... digamos que a vida (rsrs). Não poderia passar em branco a rara ausência de meus pais não é mesmo?

Me despedia dos últimos convidados quando me dei conta de como a casa estava imunda. Com os empregados dispensados, o único jeito era eu mesmo arrumar tudo mas já se passava de meia noite e eu estava exausto, acabei deixando tudo para quando acordasse. O sono e o cansaço aliado a uma dor de cabeça insuportável devido as bebidas ingeridas se apoderavam de mim da tal forma que mal consegui subir os lances de escadas a minha frente sem dar alguns tropeços, mas finalmente cheguei ao meu quarto que se encontrava numa total penumbra se não fosse o fecho de luz que se esgueirava pela porta entre aberta atrás de mim vinda do corredor enquanto deslizava minha mão na parede a minha esquerda em busca do interruptor, e com um click todo quarto foi incendiado por uma luz ofuscante que a princípio fez meus olhos cerrarem até se acostumarem ao ambiente iluminado, a minha frente atravessado em minha cama com o rosto na beirada da mesma estava o Caio, o namorado de minha melhor amiga dormindo, alto, moreno, forte por conta da academia e de alguns esportes que ele praticava, cabelo curto sempre na máquina um, olhos pretos penetrantes que agora se encontravam fechados. Um cara digno de um "Oh my god". Deveria ter pego o celular e ligado para Teresa para lhe dizer que ele não havia ido embora sem ter dito nada a ninguém como pensávamos sem ter dado conta de ter procurado em meu quarto, talvez apenas se sentira mal e procurou um local para descansar, ele nunca foi de beber muito e naquela noite provavelmente havia extrapolado na dose. Nunca havia o visto dormir e estava adorando contemplar aquela cena, não entendia como uma única pessoa fosse detentora de tamanha beleza, não erámos tão ligados assim um ao outro mas tínhamos uma amizade legal. Sim, eu gostava dele e muito até. Me odiava por isso.

"Essa é sua chance, se aproveita, ele está dormindo"

"Não, isso é erra..."

Antes mesmo de completar o segundo pensamento, já me encontrava ajoelhado ao chão perto da cama, minha mão numa ação quase que involuntária foi de encontro ao seu rosto mais não antes de pender no ar hesitante "Isso é loucura" – gritava meu cérebro inebriado pelo medo – mas minha mão continuou o seu trajeto até o alvo: seu rosto. Meus dedos tocaram sua face um pouco a cima de sua sobrancelha esquerda e foi deslizando até tocar em seus lábios. Por um momento me perguntei se era apenas o efeito do álcool que estava me dando aquela coragem extra mas não tinha resposta apenas queria sentir o momento.

- Eu gosto tanto de você – falei num sussurro na esperança de ouvir um "eu também. "

Ter essa esperança por se só já me tornava ridículo.

Minha mão ainda continuava deslizando de um lado a outro como se fosse um tique, eu não conseguia parar. Sentir uma lágrima escorrer pelo canto direito de meu rosto e baixei a cabeça mirando em algum ponto no chão e comecei a falar:

- A Teresa não te ama como eu, ela não te merece – Tudo blefe, não a parte que o amava. Naquele momento sentia como se aquelas palavras fossem as coisas mais normal a se falar, era como se eu tivesse sendo instruído a falar essas coisas, é como se o álcool em minha corrente sanguínea tivesse tirado parte da minha sanidade – Quero ser seu mais que um amigo – me arrependo de ter admitido em voz alta – Quero andar de mãos dado contigo por aí e mostrar para todo mundo minha felicidade, um dia casar... – Alguém cala por favor a minha boca? – quem sabe adotar uma criança também – as lagrimas já escorriam pelo rosto que ainda se encontrava mirando algum ponto qualquer no chão – poderíamos... – dessa vez sou interrompido por um gruindo baixo e ergo a cabeça de pressa.

Era ele.

Estava com os olhos abertos.

Numa expressão que eu jamais conseguiria decifrar. O medo veio como uma avalanche em cima de mim me fazendo gelar por dentro, sua mão num movimento rápido segurou o meu pulso que ainda se encontrava em seu rosto petrificado e apertou com força me fazendo soltar um grito de dor e tentar me soltar. Tudo em vão.

- Tá me machucando Caio, me solta.

Pedi mas ele não soltou, jogou todo peso de seu corpo em cima do meu fazendo me deitar no chão, me imobilizou totalmente, prendeu minhas mãos ao chão um pouco a cima da minha cabeça e aproximou o rosto de meu ouvido e falou:

- A ideia é essa.

- É sério cara, você está bêbado, me solta, você ouviu errado – falei morrendo de medo pois seus olhos reluziam uma raiva que eu jamais havia visto antes.

- Eu tenho nojo de pessoas como você – vociferou aquelas palavras, seus músculos todos contraídos em uma raiva crescente em cima de mim e literalmente cuspiu no meu rosto – Você gosta de tá falando mal dos amigos né, sua putinha safada – com certeza ele falava da Teresa, me senti péssimo naquela hora e por um estante pensei ter merecido aquela cuspida.

- Por favor me solta Caio. Me desculpa – Já começava a choramingar diante dele – Foi o álcool.

- Agora você vai ter o que queria – mal terminou a frase e já me virou com tudo no chão. Agora tendo meu rosto de lado pressionado no chão pelas suas mãos.

- O que você vai fazer? Por favor, me solta – falava mais era em vão. Senti algo se esfregando na minha bunda e sua boca em meu pescoço o mordendo com bastante violência vez ou outra me fazia solta um grito de dor que logo era abafado pelas suas mãos. Ficou nesse jogo por bastante tempo até decidir rasgar minha camisa e amarrar meus braços com o lençol da cama na perna da mesma só para poder tirar minha calça, eu me debatia para todos os lados, o que ele iria fazer já que tinha tanto nojo de pessoas como eu? Definitivamente eu não iria querer ter minha primeira vez assim, estuprado então com todas as forças que pude reunir gritei, gritei alto numa tentativa de chamar sua atenção;

- CAIO, CAIO, PARA – já tinha tirado toda minha calça quando voltou sua atenção para mim – o que você está fazendo cara? – As lagrimas começavam a caí do meu rosto como uma enxurrada

Essas últimas palavras causaram um impacto nele que nem eu previa, sua feição de raiva mudou para total confusão.

- Eu... eu... hã

Nada mais do que isso, levantou e saio em dispara esbarrando em tudo no meu quarto até com muita dificuldade conseguir sair me deixando largado no chão. Totalmente bêbado.

Minutos haviam se passado e minha mente ainda tentava processar tudo que havia acontecido.

Ele tentou me estuprar? É isso mesmo?

Sinceramente eu não sabia no que pensar, no que fazer ou até mesmo o que sentir naquele estante. Consegui me desamarra do pé da cama, fiquei lá sentado com o olhar totalmente perdido até levar novamente vários minutos para eu poder me levantar e entrar com tudo debaixo do chuveiro, com roupa e tudo. Sentei no chão, tirei toda minha roupa já molhada e deixei água cair.

Louco Amor (Lipe "Anjo Apaixonado" CDC)Onde histórias criam vida. Descubra agora