Milena
Hélio afirmou que seria bom que eu saísse da república pelo menos hoje. Contei a ele sobre o moço dos olhos esmeralda que invadiu o meu quarto na noite de ontem e quem foi a real culpada de tal acontecimento. Ele apenas maneiou a cabeça com um meio sorriso nos lábios e disse: "depende de você se quer que ele continue lá esta noite." Disso eu sabia, porém não entendia o motivo de não ter o expulsado ontem mesmo, então apenas dei de ombros e antes que o clima ficasse diferente ele sugeriu que eu fosse junto dele na festa do quintal das repúblicas.
E aqui estou eu, na sacada do andar de cima do edifício mais próximo de onde organizaram o social entre estudantes, meus antebraços apoiados na grade de vedação e meus olhos fitando perdidamente os varais de luzes amarelas suspensas acima do jardim dando um clima mais aconchegante a quem chega ao ambiente. — Isto porque eu dispensei o moreno de cachinhos a uma garota que não parava de devorar ele com os olhos mesmo que o garoto Não percebesse de tão distraído que estava com a conversa.
"Não quero deixar você sozinha". É o que ele me disse, no entanto eu o enxotei e da movimentação que está lá no gramado, vim aqui em cima onde está mais calmo, apenas observar as pessoas com seus copos de bebidas, dançando e conversando.
— A vista daqui é linda, não acha? — a mesma voz penetrante que eu tenho tentado não dar importância me tira do transe em que eu estava, fazendo com que eu encare por curtos segundos, o dono dela parado do meu lado direito na mesma posição em que eu me encontro. Festas são para todos os estudantes. Sacadas também.
Fredson
Roberto questionou o porquê de eu ter estado na república dele tão cedo. Não menti, apenas disse que fui fazer um favor a alguém e antes que ele me enchesse de perguntas dei a desculpa de estar atrasado e dei um fora. Sempre funciona.
Sempre curti ir a festas acompanhados, principalmente se essa companhia fosse a de meus amigos que como todo bom companheiro tem noção de que no momento em que chegamos ao local temos a liberdade de nos dispersamos, mas ao final da mesma como se estivéssemos conectados, encontramo-nos no ponto de encontro, que segundo Patrick, deve ser por aonde adentramos o espaço de entretenimento.
Ainda não tive um diálogo interessante com ninguém. Espero por Ange faz alguns minutos desde que me separei dos outros e decidi pegar num copo de bebida em uma das várias mesas longas, decoradas em redor das suas bordas com luzes de natal. Meus pés se afundam na grama a medida em que caminho procurando a garota loira pela festa. No entanto, não é ela quem encontro a minha esquerda. E outra garota relaxada na sacada do edifício erguido naquela direcção, que diferente de Ange, mexe demasiado comigo desde o dia em que jogou seu ponche em mim.
A mesma parece imersa em seus próprios pensamentos. Seu olhar fixo nas lâmpadas suspensas nos varais, sem que ela esteja naquele lugar. Acho o inigualável a capacidade que temos de viajar para lugares distantes parados em um único lugar. Aprecio o poder da mente, e não posso negar que tenho interesse em saber aonde é que ela está neste momento.
Abro um sorriso de canto com a visão dela tentando alinhar os cabelos curtos dançam levemente ao soprar leve do vento noturno que igualmente farfalha as folhas das árvores e se mistura com cheiro de churrasco. Sua face iluminada pela luz artificial em meio a escuridão da noite de hoje, me dá uma melhor visão das calças que demarcam suas coxas atraentes e da blusa de alça marrom que lhe cobre a parte de cima.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando As Nossas Vozes Ecoam [✓]
Romance[+16] Sinopse Conhecida pelas suas excepcionais notas no fundamental tanto como no ensino médio, Milena Mayer, uma garota de 18 anos, é presenteada com uma bolsa de estudos pelo seu antigo colégio para frequentar uma das melhores universidades...