Capítulo 9 Aqui jaz um vendedor de drogas.

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— Se... senhor ele está aqui! — O segurança do bar chegou ofegante pelas portas do fundo parecia horrorizado como se houvesse visto um fantasma. — Nós tentamos guiá-lo para que ele entrasse pelas portas dos fundos, mas... — O segurança foi interrompido pelo som da porta da frente do bar se abrindo. — Nos perdoe senhor nós tentamos detê-lo, mas... 

— Pode ir eu já entendi. — O proprietário do bar parou de limpar o minúsculo copo, sentindo cada músculo em seu corpo ficar tenso enquanto a música alta, a dança, as conversas gritantes e a risadas bêbadas chegavam a um ponto insuportável. O barulhento e animado bar estava agora tão quieto quanto um cemitério e tudo por causa daquela presença, daquele maldito homem.

O dono do bar, Karl fechou a cara com força, enquanto observava um bom número de seus clientes rapidamente sair do bar, com seu dinheiro, assim que o mitre híbrido se afastou da porta. Karl apertou ainda mais o copo, ele não esperava que o desgraçado realmente viesse pela entrada principal durante o horário de funcionamento. Quando aquele subordinado disse a ele que um de seus chefes viria falar com ele diretamente sobre algumas... preocupações que estavam tendo com o negócio de Karl, o subordinado imbecil tinha passado pelas portas dos fundos durante o dia, ainda quando o bar estava fechado.

Mas em vez de deixar sua fúria levar a melhor ele apenas respirou fundo e se concentrou em parecer tranquilo, Karl tinha ouvido muitas coisas sobre os Copae, como o temperamento infame, natureza violenta e aquela coisa que aconteceu ao Don Onir (antigo chefe de Solenne) a todos esses anos atrás foi algo verdadeiramente brutal e desumano, se bem que não era como se tal termo pudesse se aplicar a tais criaturas. O homem delicadamente colocou o copo de vidro claro de cabeça para baixo no balcão limpo, ajeitou os óculos e olhou para cima para ver a figura imponente do mitre vindo em sua direção.

E toda a sua fúria se transformou em inquietação e depois em uma quantidade de medo, ele sentiu o estômago se contrair desagradavelmente. Até aquele exato momento, Karl nunca conhecera pessoalmente nenhum dos irmãos Copae e agora tinha um vindo em sua direção. Karl pegou o pano de limpeza do bar e começou a limpar a sujeira imaginária da superfície de madeira brilhante, inclinando-se casualmente sobre a madeira enquanto o fazia.

A última coisa que ele queria era que seus clientes vissem o quanto suas mãos estavam tremendo, especialmente quando aquele homem não tinha feito nada, exceto entrar no prédio. Isso o fazia  parecer fraco e Karl sabia que esse encontro entre os dois provavelmente não era grande coisa.

Quando o subordinado lhe disse que seu chefe queria falar com ele, Karl tinha simplesmente assumido que os Copae estavam finalmente discutindo uma taxa para permitir que ele montasse seu bar na parte da cidade em que eles comandavam. É verdade que já se passaram três anos desde que ele se instalou em Solenne pela primeira vez, e nenhuma vez durante esses três anos algum dos irmãos Copae se aproximou dele pedindo para pagar uma taxa. Foi muito surpreendente para se dizer. Mas Karl não reclamou, e nem trouxe o assunto atona, ele não era idiota.

Ele ficará mais chocado durante aqueles três anos em que decidirá forçar sua sorte e perguntar se poderia permitir que ele levasse o álcool humano da cidade vizinha para a cidade de Solenne. Um dia depois, seu subordinado entrou no bar e disse que seus chefes haviam concordado com o pedido e também não se falou de nenhuma taxa por isso. A única condição era permitir que um dos irmãos soubessem com antecedência quando chegariam as cargas da cidade humana para que pudessem ser inspecionados. Era uma condição simples e razoável e ele respeitava isso e Karl não teve que pagar um centavo, bem... ao ver até agora. Ele supôs que todas as coisas boas acabariam eventualmente e ele só queria que essa discussão acontecesse durante as horas fechadas do bar.

O leve medo que girava dolorosamente em seu estômago começou a crescer e Karl não pôde deixar de se sentir um pouco irritado consigo mesmo. "Reúna-se" , pensou ele, esperando que pudesse aliviar seu medo. "Você não é um capanga com medo e ele só está aqui para discutir uma taxa de negócio com você". Isso não aliviou seu medo, não quando o Copae estava andando em direção a ele. Os passos silenciosos, mas decididos, pareciam ecoar quando ele se aproximou do balcão. O restante dos clientes do bar, os bêbados e os sóbrios, imediatamente se separaram fazendo um caminho para o mitre.

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