Capítulo 17 Planos falhos

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"Sou um maldito preguiçoso...."

Esse foi o primeiro pensamento coerente de Gal quando ele se levantou e se sentou, empurrando o cobertor para longe enquanto o suor imediatamente começava a escorrer por sua cabeça até o fim de suas costas. Ele apertou os olhos dolorosamente contra o sol brilhante do meio da manhã que entrava em seu quarto. Ele olhou para o relógio em seu bolso.

Dez horas... Da manhã?

— Seu idiota de merda... — Ele murmurou odiosamente para si mesmo. Ele não podia acreditar que tinha feito algo tão estúpido quanto dormir tanto tempo e nem ter se mexido quando o amanhecer chegou.  

"Era para ter sido a merda da noite perfeita" ele pensou consigo mesmo, todos os vestígios de sono se foram quando ele pulou da cama. Ele ignorou as dolorosas dores e rangidos de seus ossos, sem dúvida um resultado de suas "incumbências" do dia anterior, e correu para seu armário. Sua respiração ficou um pouco mais pesada com a raiva e o estresse quando o mitre começou a vasculhar suas roupas. 

Na maioria dos dias normais sempre que Gal pensava que havia a menor chance de ver sua pequena dama, ele sempre tentava se vestir de maneira impressionante; afinal, nenhuma senhora quer que seu homem pareça sujo e desleixado, mas hoje ele estava apenas procurando algo apresentável para vestir. E agora nada parecia apresentável.

Não importava o quão lindo o dia poderia parecer, para Gal tudo tinha aquele tom de desagradável e tudo por causa de que os planos dele para noite anterior nem haviam sido executados.

Era para ser uma noite agradável, ele iria até o apartamento dela bater em sua porta e quando ela abrisse ele entregaria um grande e caro ramo de flores, ele se desculparia pelos outros encontros que haviam tido e faria a proposta de recomeçarem como se as últimas noites não houvessem existido. Ele então a convidaria para um jantar em Solenne e mostraria sua área, local onde ela não precisaria se esconder já que Solenne era uma área mista dentre as raças, e ela estando ao lado dele ninguém teria coragem de encostar um dedo nela. Ele mostraria que não era um cara tão ruim, mas...

Gal desfez sua camisa quando percebeu que havia colocado um dos botões no buraco errado e uma vez que fixou o material corretamente, ele continuou a se olhar  no espelho antes de pressionar sua testa no vidro frio e fechar os olhos, ódio e raiva estava se tornando um pouco demais para lidar.

Gal abriu os olhos se afastando do espelho quando o telefone do andar de baixo começou a tocar. 

"Não posso ter um minuto para mim merda!" O homem pensou selvagemente,  enquanto ele descia as escadas correndo para atender o telefone. 

Ele não precisava se perguntar quem estava ligando. Sem dúvida, era Kax o verificando. Não era comum Gal acordar de manhã com uma casa vazia e a sensação era um pouco estranha. Normalmente, Kax e nonna já estariam acordados fazendo todo tipo de barulho. A voz alta de da velha que no mínimo estava ficando surda ecoava em todos os cômodos enquanto falava com Kax, que beberia sua décima primeira xícara de café enquanto a nonna preparava o café da manhã. Mas agora que Gal parou por um momento para perceber, a casa estava realmente... silenciosa. Ele não gostava de acordar em silêncio. Nem um pouco. 

Ele pegou o telefone.

— Como vai irmão. — Fala Gal.

— Onde diabos você está, Gal?! — A voz rouca e agressiva de Kax fez Gal  piscar tentando manter sua paciência intacta. 

"Acho que ele acordou de mau humor também"  Gal começou a pensar até perceber por que Kax estava tão puto. Gal sentiu suas pupilas dilatando-se quando uma nova explosão de estresse o atingiu por um motivo muito diferente. 

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