Capítulo 31 Abrindo o jogo

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Gal se lembrava de alguns flashes da noite passada, ele pode se recordar de estar conversando com a garçonete louca enquanto esperava a sua senhora chegar para sua apresentação, mas ela não chegou ao invés disso o Zippini o questionou se ele havia feito algo com a garota. O que deixou o mitre irritado, mas não a ponto de explodir. Ele apenas respirou tentando manter a calma com seu novo amigo humano, dizendo para si mesmo que o velho homem só estava se portando assim por estar preocupado com o paradeiro de Taliw. E por sorte de Gal o velho acreditou no mitre quando disse que sim, ele havia visitado a garota uma noite antes, mas ela não estava o que o fez agir daquela forma completamente preocupado.

Ele se lembra de ter saído do bar e ido direto juntar seus homens, dessa vez determinado em encontrá-la, mesmo que isso fosse contra a vontade da garota. Mas...

Mas...

Quando ele a encontrou se perguntou se a hipótese dela ter apenas fugido dele era tão ruim assim? Ela estava deplorável, e isso porque ele nem sabia o que realmente havia acontecido. 

Ele havia acordado a alguns minutos atrás, mas não tinha coragem de se levantar da cama, seu corpo doía como se ele houvesse caído de três remessas de escadas. Ele sabia que o dia já havia amanhecido pois os raios de luz entravam pela janela, se bem que pela posição do sol talvez já fosse tarde. 

— Quanto tempo pretende ficar na cama irmão? — Gal olhou para Kax que estava no batente da porta com um olhar sério. — Não acha que temos muito para conversar?

A sensação de cansaço que se apoderava do corpo de Gal rapidamente o deixou quando Kax deu a ele seu largo sorriso de orelha a orelha que era reservado apenas para as pessoas mais infelizes que pensavam que eram inteligentes o suficiente para cruzar o caminho do irmão mais novo dos Copae. Gal já havia se acostumado com aquele sorriso anos atrás, quando eles se separaram da gangue menor no qual os dois mitres contrabandeavam armas.

Na verdade, se Gal não estava enganado, e ele sabia que não estava, ele viu aquele exato sorriso não muito tempo atrás, quando Kax destruiu o bar de Karl. A inquietação surgiu quando Kax se sentou no pequeno sofá e cruzou as pernas.  

— Eu realmente gosto daquela mulher, você não havia me dito que ela era uma ninfe... ao contrário me fez acreditar que era uma humana. — Kax disse enquanto batia o dedo no queixo enquanto falava pensativo. — Ela acordou a algumas horas atrás e eu pude trocar algumas poucas palavras com ela, pobre mulher... Qual é mesmo o nome dela?

Gal não respondeu. Não consegui responder, ele só pensou o quão tolo ele foi por se deixar dormir por tanto tempo, ele sabia que essa interação aconteceria já que o mesmo havia a trazido para mesma casa onde morava com Kax, mas ele não esperava que essa interação dos dois fosse ocorrer tão cedo.

— O nome dela é Taliw, não é? — Kax continuou se divertindo com as reações do irmão mais velho. — É um nome bonito é bem típico da cultura ninfe, se eu não me engano na língua delas "Ta" é lua "Liw" é guardião, é uma junção de palavras diferentes, mas com muitos significados, não acha irmão.

Mas apesar de tudo o que estava sentindo por dentro, Gal deu uma risadinha despreocupada e encolheu os ombros dizendo:

— Eu não havia notado esse detalhe antes irmão, mas ela...

— Ela é sedutora. — Kax o interrompe dizendo. Ele queria provocar o irmão mais velho e Gal havia percebido isso, e mesmo sabendo, ele não pode deixar de se sentir irritado. — Muito bonita devo admitir, muito educada e amigável.

"Não vamos falar sobre ela, vamos conversar sobre qualquer outra coisa." Gal pensou e tentou manter o rosto o mais neutro possível. A pior coisa de ter Kax como irmão era o fato de que o desgraçado era realmente ótimo em ser observador. Uma contração em um sorriso, uma mudança rápida de olhos ou mesmo uma tosse fora do lugar nunca deixou a linha de visão do Copae mais novo sem ser detectada. Mesmo quando eram mais jovens, o bastardo podia ler qualquer pessoa.

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