Capítulo 29 Madalline

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"O que diabos há de errado com ele?" Gal pensou e olhou em volta para todos os homens e a garçonete que compartilhavam expressões semelhantes de tensão. Algo estava definitivamente errado... isso era certo.

- Leve o seu tempo. - Disse o mitre mesmo sabendo que o velho não o ouviria por já estar distante do mesmo. "Vou perguntar a um dos trabalhadores o que está acontecendo. Se for um problema com dinheiro, isso pode ser facilmente resolvido."

E como já esperado o homem não respondeu, apenas apressou o passo para chegar ao telefone e, depois de entrar no escritório, a mulher... "Madalinne", não é? Então, novamente, Zippini a chamava de francesa... bem, não importava qual era o nome dela. Tudo o que importava era que, agora que o velho tinha partido, a senhora baixinha estava dando a Gal outro sorriso faminto.

Gal olhou para ela, sentindo o pequeno efeito da bebida ser rapidamente dominado por seus nervos.

- Tudo bem... você apenas fique aí e cuide da merda da sua vida - Gal murmurou para a senhora. "Apenas fique longe de mim. A mocinha vai estar aqui em menos de trinta minutos e a última coisa que eu quero é... NÃO! NÃO! NÃO! MERDA! SE AFASTE DE MIM!" Sua mente gritou quando ela começou a caminhar até ele, outra garrafa do que parecia ser a mesma bebida de antes em suas mãos.

Ela fez questão de balançar os quadris enquanto se movia e mesmo em seu estado de pânico, Gal teve que admitir que ela realmente era uma mulher adorável, com pernas curtas e charmosas, uma bunda impressionantemente apertada pela roupa que usava, e enquanto seu estômago não era completamente plano, sendo um pouco rechonchudo no meio, isso apenas aumentava sua figura.

Todos os homens no palco pararam para vê-la andar, sorrisos obscenos surgindo em seus rostos. O mitre podia adivinhar o que eles estavam pensando.

Ele também esperava que a mulher pudesse adivinhar o que ele estava pensando: "Não tente nada estranho, merda."

À medida que cada passo a fazia se aproximar mais dele, Gal sentiu seu mal-estar começar a crescer novamente e agradeceu às estrelas que Lene não pudesse vê-lo nesta situação. Se o mitre visse Gal ficando nervoso com a própria ideia de uma mulher fazendo avanços sexuais indesejados em sua direção, as piadas e o tormento nunca teriam fim. Não importava o quão desconfortável ele estava, Lene, sendo o melhor amigo que era, iria saborear a inexperiência de Gal com mulheres, e com razão. Gal fez a mesma coisa com Lene quando ele veio a se apaixonar pela mulher humana.

- Bonjour senhor mitre... - A humana disse enquanto ela chegava à mesa dele, sua voz baixa, sedutora e profunda com um toque de sotaque dando a Gal a impressão de que ela pode não ter nascido naquela cidade. 

Durante seu tempo na cidade humana, Gal conheceu alguns humanos da gangue de Don Bill com diferentes tipos de sotaques e quase todos eles afirmaram ter nascido fora daquela cidade ou até mesmo em outro país, mas ao contrário de seus sotaques, o dela era muito mais do que apenas diferente , e era um tipo de sotaque que Gal nunca tinha ouvido antes. Era muito mais... escuro e denso, se ele tivesse que usar duas palavras para descrevê-lo. Era o tipo de voz que Gal poderia achar sexy se nunca tivesse conhecido sua pequena dama, mas felizmente ele tinha, e então, com sotaque ou não, ele achou a voz da garçonete um tanto irritante. 

No entanto, ela era uma funcionária do Zippini e ele não queria ofender seu anfitrião, então lhe ofereceu um sorriso educado.

- Hum... Oi para você também, se é isso que você estava dizendo para mim... - Ele disse, tentando ser o mais formal e soar o mais entediado possível. - Olha, eu não quero ser rude, mas eu desejo ficar sozinho.

Suas palavras morreram quando a mulher de repente se sentou na mesa bem à sua frente, com as pernas cruzadas na altura dos tornozelos, enquanto se inclinava para frente, tirava o chapéu-coco de Gal com a mão livre, colocava-o na mesa atrás dela e corria suavemente as unhas roxas dela sobre o cabelo preto dele. Suas ações foram todas feitas em completo silêncio, rapidamente e de uma maneira tão graciosa, que tudo o que Gal pôde fazer foi sentar-se em estado de choque enquanto o sorriso da mulher ficava mais intenso.

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