Cruel

Capítulo 38 Só um pequeno descaso...

Bem... Tudo estava um caos.

— Como?... — Taliw entrou em seu apartamento se sentindo descrente no que via.

Sua porta havia sido arrombada e apesar de na primeira olhada não parecer estar faltando nada ainda sim dentro de sua casa estava uma bagunça, a mesinha havia sido derrubada e o vaso que uma vez esteve em cima da mesma estava espatifado em vários pedaços pelo chão e a terra que estava dentro do recipiente estava espalhada para todo lado, não bastando havia doces de chocolate espalhados, doces que ela nem se quer reconhecia de tê-los comprado.

E apesar da surpresa inicial a bagunça em si não abalou a mulher, pois o apartamento vivia bagunçado, mas o que a preocupava mesmo era aquela maldita porta. Como ela passaria a noite...

Gal parecia ter percebido que a pobre mulher estava quebrando a cabeça para achar uma solução a ponto de esquecer a presença do homem ao seu lado.

— Acredito que a senhora se sentirá mais à vontade se puder passar a noite em sua casa, mas é perceptível que com uma porta nesse estado será impossível... — Gal estava tentando pensar em alguma solução razoável para o problema de sua pequena dama, era uma certeza que ela não queria voltar para a casa dos Copae (já que dificilmente a mesma confiava nele), pagar um hotel não seria má ideia, mas qual era a possibilidade dela recusar por orgulho ou por desconfiança? E então ele se lembrou de algo, ou melhor de alguém. — Não se preocupe pequena dama antes da noite cair sua porta estará no lugar e melhor do que nunca foi.

Taliw não teve tempo de retrucar, pois antes mesmo de abrir a boca e se pronunciar a sala se encheu de fumaça e o mitre já não estava mais no pequeno apartamento.

Taliw pairou em meio a sala de estar, mordendo o polegar e lutando contra a sonolência enquanto observava os dois grandes mitres estudando os danos de sua porta de entrada e murmurando baixinho entre si.

De vez em quando ela dava um pequeno beliscão no cotovelo, a sonolência de Taliw estava a incomodando e era algo realmente incomum ao pensar que a mesma passou os últimos dias apenas dormindo e comendo. E ela já não sabia dizer se era a droga dada a ela por aqueles criminosos (apesar da mesma não acreditar nessa hipótese já que faziam tantos dias), mas se Taliw fosse uma apostadora ela com certeza colocaria suas fichas em seu "dom". Taliw apenas havia utilizado aquilo duas vezes sendo a segunda essa última, e ela se lembrava claramente do quanto ela dormiu logo após usar seu "dom" pela primeira vez, na época ela não relacionou a sonolência a aquele poder e sim ao cansaço emocional e aos altos níveis de estresse que estava vivendo.

Ela percebeu que se continuasse pensando nisso ela acabaria ficando emotiva e chateada então ela apenas se concentrou em tentar entender o que estava acontecendo com os dois mitres.

Lene, como Gal o apresentou, estava segurando a porta e apontando para a mesma e gesticulando para as áreas mais danificadas, e enquanto Taliw não conseguia ouvir exatamente o que mitre estava dizendo, sua voz era agradável e calorosa e toda vez que ele se virava para encarar Gal, Taliw pôde ver um sorriso estranho em seu rosto.

Gal, por outro lado, não parecia compartilhar o bom humor de seu companheiro. De forma alguma. Ele estava suando muito mais agora do que quando chegou em sua porta e, assim como com Lene, Taliw não conseguia entender o que ele estava dizendo, mas ao contrário de Lene, sua voz parecia agitada e tensa, e muito mais desagradável do que o normal.

Mas, aparentemente, Lene não parecia muito incomodado com a maneira como Gal estava rosnando para ele. Na verdade, quanto mais a ninfe os observava, mais ela percebia que havia um padrão. Lene diria algo para Gal e então Gal latia uma resposta silenciosa, então Lene ria baixinho de tudo o que Gal dizia com aquele sorriso estranho no rosto e Gal ficava ainda mais... bravo (embora, para ser justo, a mulher naquele momento só podia presumir que o Gal estava de mau humor, já que ela não conseguia ouvir os dois mitres. Embora fosse seguro dizer que algo aconteceu com Gal durante a vinda dos dois ao apartamento da mulher há alguns minutos, porque quando Gal sumiu de seu apartamento mais cedo ele parecia minimamente bem e quando eles voltaram para a porta dela, Gal parecia mais nervoso e continuou olhando para o companheiro de serviço.)