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Ruggero

Pai, preciso sair, tá bom?!

Pegou a mochila, jogando no ombro.

Mesmo ressentido, sabia que precisava sair.

Pra onde você vai, garoto? Não me diz que vai apanhar de novo? olhou para o filho, que fez uma careta.

Sim, vou lutar suspirou fundo, chateado. —  Mas dessa vez vai ser diferente. Você vai ver! Vou conseguir! Estava decidido e convicto de que essa luta seria diferente.

T-tanto faz! Cof-cof Começou a tossir, alarmando o filho.

Bruno está muito doente. Porém, nem um dos dois tem condições no momento para levá-lo ao hospital.

Ruggero se ajoelhou na frente do mais velho, que estava sentado no sofá pálido e com a face cansada. A doença a cada mês que se passava estava piorando mais.

Prometo que vou arranjar uma maneira de ajudar o Senhor. Nós vamos sair dessa, eu juro.   Com tristeza na voz, falou, vendo como o homem a sua frente está.

Seu pai suspira com dificuldade enquanto segura as mãos do filho, mostrando um sorriso fraco.

— Ruggero, eu te amo! E não quero que morra pra tentar me dar mais alguns anos de vida. Apertou suas mãos, depois voltou a falar. Você é jovem, apenas viva! – Sua voz demostrava o quanto está chateado pelo que o filho tem que fazer para sustenta-los. Isso... isso... é... — A tosse se agravava. – só o que te peço meu filho.

Lágrimas banharam os rostos de ambos.

Prometo que não vou morrer e a gente vai sair dessa! falou levantando e dando as costas para o pai, decidido a não voltar até alcançar seus objetivos.

Algo lhe dizia que estava no caminho certo e que dessa vez seria diferente. E ele iria conseguir.

Horas depois, no ringue...

Já estava no segundo round. Ruggero tinha perdido o primeiro, mas não havia perdido a esperança. Com certeza mudaria a situação nesse round, ele estava certo disso.

Ele recebeu dois socos na cara e caiu, sua boca e nariz sangrando. Seu adversário ria do mesmo, porque era mais forte e experiente que Ruggero.

No entanto, isso não o impediu de levantar novamente ao ouvir a contagem do juíz iniciar. O moreno levanta, olha em volta sem escutar nada, só vendo o saco dos pesos mexerem.

Porém, de repente, no meio da multidão o mesmo viu uma pessoa ao contrário das outras. Essa pessoa estava quieta e calada, com os olhos fixos nele. E, ao se distrair com aquele que lhe observava, o jovem lutador leva outro soco em sua face esquerda, o fazendo recuar, rapidamente, ele se recompõe ainda meio zonzo e acerta o seu oponente em cheio com um soco no rosto. Sua técnica foi boa, ele era rápido e ágio,mas em compensação seu oponente era muito mais forte.

Ruggero se desvia de mais um soco e acerta logo em seguida o homem a sua frente. Ao ver seu adversário se curvar com o soco na barriga,ele comemora,levanta os braços e olha a multidão notando novamente a mesma pessoa que o olhava sério,ao virar para trás, só que o moreno ver é uma luva de boxe vindo na sua direção acertando assim sua costela o fazendo cair no chão gritando de dor.

O juíz começa a contagem de novo, enquanto o mesmo tenta levantar. Infelizmente, não consegue, o boxeador havia acertado uma de suas costelas e talvez fraturado. Pasquarelli se contorce no piso do ringue ouvindo em fim o último número da contagem.

Ele havia perdido a luta.

Alguns minutos depois...

Pasquarelli que saia da sala de enfermagem mancando devido a lesão na costela e vai até seu armário.

Você? falou, ao ver a mesma pessoa que não parava de olhá-lo no meio das pessoas minutos antes.

Olá, Sr. Ruggero! falou sério, apenas por um segundo o homem de terno perde a postura ereta. – Parabéns pela luta.

Como? Eu perdi e você vem me dar Parabéns?! Tá me zoando, é? questiona indignado.

Perder uma luta não significa que não foi boa! Você luta bem. afirma convicto. tenho uma proposta pra você!

Que tipo de proposta?– perguntou abrindo o armário.

— Não posso dar esse tipo de informação aqui! Me encontre nesse local. – Dita após entrega um cartão.

— Quê? Não sei nem seu nome! E você marca um "encontro"?! – olhou para o homem a sua frente incrédulo.

Ele precisa de ajuda, não? Apontou para a foto do pai de Ruggero que está na porta do armário.

Como sabe do meu pai? Argumentou irritado, batendo a porta do armário com força.

Pense bem! Após isso, simplesmente sai, deixando o moreno confuso e pensativo.

Ele não tinha tempo suficiente para pensar, pois o encontro seria no dia seguinte.

Karol

— Mas eu juro que não fiz nada! Você sabe que nunca desobedeci as regras da escola. –  relatava ao receber uma advertência da diretora da escola de ballet.

Infelizmente você será expulsa, senhorita Sevilla. Sabe que adoro você e suas técnicas no balé são infalíveis! Você faz as melhores piruetas. Eu lamento, a decisão está tomada.

— Ao menos pode me dizer por que mereço essa punição? –  Estava tentando ser a mais educada possível.

— Como já lhe disse, você desobedeceu algumas de minhas regras e o meu dever como diretora é puni-lá. – sua voz brandava com paciência.

— Tudo bem. – a morena suspirou tristemente.

Sevilla sempre foi muito educada e nunca ousaria discutir com a sua supervisora, mesmo tendo total certeza de que não tinha violado nenhuma regra.

— Você é uma boa moça! Se quiser conversar, espero você nesse endereço. –  Ela lhe ofereceu um cartão, que a mesma pegou.

— Ok.

Ela sai triste da sala da diretora e vai para sua casa sabendo que iria decepcionar sua Mãe com a notícia, então decidiu adiar essa situação.

Além de ser bailarina ser um sonho de Karol, era também o de sua mãe. Ela com certeza ficaria decepcionada ao saber que sua filha foi expulsa de uma das maiores escolas profissionais de balé no mundo.

— Querida, aconteceu algo? –  Observou a filha com o semblante para baixo.

— Um dia ruim, mãe, só isso.

Como de costume, beija o rosto da mais velha e vai para seu quarto.

Após tomar banho a morena deita em sua cama e percebe que deixou sua bolsa em cima da mesma.

Karol nunca deixava nada fora do lugar, tudo em seu quarto tinha que estar perfeito, na ordem e no lugar certo.

Ao pegar sua bolsa para guardar, algo cai no chão. Ela o pega e vê que era o cartão que sua ex-diretora havia lhe dado, a mesma ficou pensando se iria ou não.

No cartão tinha a hora do "encontro", que seria daqui há 5 horas.

Oie, sejam bem vindos à O.S.C.E❣️

O. S .C. EOnde histórias criam vida. Descubra agora