03.

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Algumas horas depois...

Ruggero chegou em casa todo ferido, assim que entra ver seu pai no mesmo lugar que estava antes dele sair.

— Ganhou?

Seu olhar demonstrava tristeza ao ver a situação do filho.

— Talvez... Aí! – gemeu sentando no sofá.

— Meu filho, você não precisa se matar por mim. – Ruggero joga um pouco de dinheiro na perna do pai.

— Foi tudo que consegui hoje.

Havia dificuldades em seu tom de fala, o mesmo causado pelas dores ao pressionar sua costela lesionada.

—  Tá quebrado? – Seu velho questiona.

— Ainda não. E o senhor tá melhor?

— Ao menos melhor que você! – ele ri fraco, com expressão de dor. – você já cuidou disso? – refere-se ao machucado.

— Um pouco. –  deu de ombros.

— Cof-cof cof... E-eu vou pegar uma pomada. – Faz um pouco de esforço para levantar, mas é impedido pelo filho.

— Eu tô bem! Não se preocupe! – levantou e vai direto pra seu quarto, ele pega o cartão e observa novamente. – Que lugar é esse?

Estranhou o local do encontro descrito no papel.

— Cof-cof...cof. – Ele escuta seu pai tossindo.

De repente, Ruggero lembra-se do homem a qual encontrou depois da luta.

"- Ele precisa de ajuda, não?- perguntou apontando para a foto do Pai de Ruggero que estava na porta do armário.

- Como sabe do meu pai?- pergunta irritado batendo a porta do armário com força.

- Pense bem...".

Ruggero não queria aceitar um encontro com uma pessoa a qual sequer conhecia. O modo como aquele homem sabia sobre seu pai o incomodou.

Havia poucas pessoas que sabendo sobre isso. Além dele, apenas a vizinha ao lado, que as vezes ajudava com uma sopa ou canja de galinha. Mas ela não falaria a ninguém. Principalmente a um cara como aquele.

Ruggero segurou o cartão com o endereço em sua mão, enquanto pensa no assunto.

— Para de viajar, Ruggero. Ninguém surge do nada e lhe oferece uma oportunidade na vida sem querer algo em troca! – ralou consigo mesmo.

Mas por outro lado, o que ele teria a oferecer?

Morava com seu pai doente em um dos piores bairros da cidade. Não tinha muitas condições. E principalmente, suas habilidades com lutas não eram das melhores e somente dava para pagar as contas.

Ruggero deixou o cartão sobre sua cama e desceu com a pomada na mão, que com a ajuda de seu velho passou por cima dos baques e hematomas.

— Pai? – chamou, de repente, e ele o olhou. – O que você faria se alguém que sequer conhece viesse do nada lhe fazer uma proposta?

O senhor Pasquarelli balançou a cabeça negativamente, pensativo.

— Não quero você metido com drogas, Ruggero Pasquarelli! A-ainda aceito que lute. Mas se meter com essas coisas...

Seu filho interrompeu antes que terminasse.

— Acho que não é isso. Tipo, o cara estava todo engomado de terno caro, igual aqueles riquinhos, sabe?

O. S .C. EOnde histórias criam vida. Descubra agora