Ruggero colocou o terno e suspirando com alívio e correu até a entrada do avião, a qual dessa vez entra sem nem uma interrupção.
— Como eu sei onde vou sentar? – Avistava as poltronas. – Droga!
Resolveu ir andando pela "passarela" entre as cadeiras. Para sua surpresa não havia absolutamente ninguém no avião.
No entanto, uma mulher loira alta, para em frente as poltronas e como se não visse Ruggero ela inicia:
— Sejam bem-vindos a bordo do vôo 467. Meu nome é Giulia líder do vôo. Observe o número de seu assento no cartão de embarque. Por medidas de segurança, acomodem as bagagens de mão nos compartimentos acima de seus assentos e as que não couberem abaixo da poltrona a sua frente. Informamos que por determinação do Departamento de Aviação Civil–DAC é proibida a utilização a bordo de qualquer aparelho eletrônico emissor de energia eletromagnética, principalmente telefones celulares que deverão permanecerem desligados.
Então ela virou de costas para entregar na gabine do piloto.
— Ei, moça! – A chamou atenção, a fazendo voltar. – Desculpe, por acaso você viu um homem alto, forte e de terno? – Gesticulou ainda em pé.
—Ah, desculpe, senhor. Não o vi. Por favor, volte a seu assento e coloque o cinto. Iremos decolar agora mesmo. – Calmamente disse ela e se foi.
Ele passou a mão no cabelo tentando se manter calmo. O avião começou a tremer, pronto para decolagem e Ruggero correu e sentou em uma poltrona qualquer e colocou o cinto.
— Caramba! Nunca pensei que fosse tão difícil assim sair do país! Espera, eu vou sair do país?
Um frio penetrou a barriga do jovem assim que o avião saiu do chão. Ele segurou fortemente no "braço" do assento, enquanto seus olhos se arregalaram e pressionou-se com toda força contra a poltrona.
Foi impossível não lembrar da última vez em que ele esteve em um avião. O medo e o pânico era o mesmo, porém ele tinha seu pai. Poderia parecer infantil, mas quando seu pai estava por perto, segurando sua mão ele podia sentir que poderia até cair, mas estava seguro.
Agora ele não tinha ninguém, nem David!
O coração do garoto começou a acelerar drasticamente e sua mãos soarem.
Ele olhou para todos os lados e viu apenas lugares vazios. Pelas janelas podiam-se ver nuvens. Ele definitivamente estava no ar!
— Estou soando, meu coração vai explodir! Aí meu Deus, vou morrer! – gritou Ruggero em Pânico. – EU SOU AEROFÓBICO ALGUÉM ME AJUDA!
— Atenção passageiros, estamos entrando em uma turbulência. – O aviso soou no local.
— AGORA PRONTO! Ei! Eu não posso morrer! Me ajuda!
Como se não podesse piorar, luzes vermelhas começaram a piscar próximo a porta da cabine de comando.
Luzes vermelhas = perigo.
Pensou Ruggero.
— TEM ALGUÉM AI! EU PRECISO DE AJUDA! SOCORRO!!!
As máscaras de ar caíram, Ruggero não evitou em pegar uma. Ele respirava fundo segurando a máscara na boca. E podia sentir o pânico subindo a cabeça!
— faremos um pouso de emergência. Não se desesperem, está tudo sobre controle. – mais uma vez falou a comissária de bordo.
— GIULIA, VEM AQUI!- gritou Ruggero lembrando o nome da comissária.
De repente, tudo parou.
As luzes vermelhas pararam, o avião parecia estar desligado e as janelas ficaram pretas como tevês desligadas.
— Acabou? – perguntou ele, para ninguém por sinal.
— sim, acabou.
David saiu do que deveria ser a cabine de comando, com um sorriso no rosto e usando agora um terno cinza, sobre medida e bem passado.
E ele não estava só, ao seu lado havia um senhor de cabelos grisalhos, a qual Ruggero lembrava muito bem e ele tinha um terno muito bonito por sinal, bem diferente do que ele lhe emprestara.
— V-você não é o velhinho do terno? – perguntou ele confuso para o idoso.
— Velhinho? Não me ofenda! –disse o mesmo com diversão. – Posso muito bem deixá-lo paraliza-lo com um golpe, meça suas palavras da próxima vez meu caro!
— Prova realizada com fracasso! – disse David com desgosto.
Ele pegou um controle remoto e acionou às janelas uma visão de nuvem passando. Logo após cruzou os braços sobre o peito.
A pergunta no semblante de Rugge era bem clara: "era mentira?!".
— Sabiamos que tinha aerofobia, Ruggero. Não sei se já aprendeu, mas tudo é um treinamento. Você tem que aprender a controlar seus medos.
— Queriam me matar? – perguntou Pasquarelli, mas foi totalmente ignorado
David sorriu discretamente e disse:
— vamos descer.
— mas espera aí, já estamos fora do país? Quer dizer, não demorou nem 30 minutos. – Ressaltou.
— Vamos descer! – repetiu David. – responderei suas perguntas em breve.
A fora o avião pousará em um campo de golfe, com uma pista privada e uma bela pousada.
Os três acompanhados por um segurança, o mesmo da porta do avião seguiram até a pousada, a qual ao chegarem na sala se sentaram.
Ruggero ainda tinha o semblante desnorteada, como de um criança que acabara de descobrir que papai Noel não existe, e seus pais mentiram para ela.
— Primeiro.– iniciou David ajeitando seu terno ao sentar no sofá de couro branco, no interior de uma sala de estar. – Você teve duas provas, foi quase aprovado em uma. Que decepção!
— Que prova, o quê? Eu quase morri!
O velhinho riu, e Ruggero o olhou com irritação.
O moreno olhou ao redor e viu o segurança do avião. O cara bravo agora tinha um sorriso no rosto, o jovem só não podia saber se o motivo da graça era ele.
— E esse cara? Ele não tava na entrada do avião?
— Não se preocupe, ele é boa pessoa. – sorriu David. – aliás, te dou uma nota de 50 na forma como agiu para se adaptar a ordem do avião.
— Eu quem o diga! – resmungou o velhinho. – aliás, ninguém rouba um velhinho!
— Isso significa que não preciso devolver o terno?
— Ah, não. Pode apostar que quero meu terno de volta. Ele foi caro, e comprei na França, não tem burraco nem um no bolso, ok? Então, tira o cavalhinho da chuva!
Ruggero se jogou no banco e respirou fundo.
— Ao menos não temos mais que voar...
— Ah, ainda temos mais de uma hora de vôo, ainda estamos na sua querida cidade. Estamos à 3 quilometros do aeroporto.
Rugge levantou com tudo e arregalou os olhos.
— O-o quê?!
Oi, genteeeeee ❤️
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O. S .C. E
ActionSeis jovens tentando conseguir se dá bem fazendo o que gostam, são chamados para um encontro e mesmo um pouco relutantes decidem ir até o local. Será que vale a pena arriscar? "Limites precisam ser testados." Os limites do amor. A aventura de viver...