Vigésimo Sétimo Capítulo

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- Nova York.

Essa foi a mensagem que eu li assim que acordei no dia seguinte. É irmão, não sei o que deu na sua cabeça pra fazer isso, só espero que seja feliz.
Queria que você tivesse confiado mais em mim para contar sobre sua vida. Mas eu entendo, não é fácil dizer algo assim e nunca esquecerei de você. Afinal é impossível esquecer alguém que tem a sua cara!

- Bom dia senhor Mendes._ falou uma das empregadas assim que eu sentei na cadeira.

- Onde está o meu pai?_ perguntei.

- No escritório como o senhor César.

- Okay!

Comecei a tomar meu café tranquilamente, escutei algumas vozes alteradas vindo do escritório, mas não me importei muito. Meu pai tem mania de gritar ao invés de conversar.

- LUKAS SEU INÚTIL, CADÊ VOCÊ?_ gritou meu pai, não me preocupei muito, todos na casa sabia o amor que ele tinha pelos filhos. Principalmente pelo meu irmão, ele não fazia a menor questão de fingir que gostava dele. - Você entrou no meu escritório novamente filho da puta?_ falou quase cuspindo fogo.

- Eu não.

- Não brinca comigo muleque, não seria a primeira vez que você faria isso.

- Você sabe muito bem que só foi uma única vez que eu fiz isso._ falei jogando o copo de suco que estava na minha mão na parede. Tenho muita dificuldade em controlar minha raiva e coitado do objeto que estiver na minha mão quando isso acontece. Pois eu não penso duas vezes antes de destruir.

- Você fala direito comigo seu merda._ falou me pai levantando a mão pra me bater. Só que antes dele fazer isso, eu segurei.

- Devo lembrá-lo que está tentando bater no gêmeo errado? Não sou o Luke para abaixar a cabeça para suas merdas. Se tem força pra bater, tem pra apanhar também._ falei abaixando o seu braço "delicadamente".

- Lukas solte o braço do seu pai agora!_ falou meu tio se intrometendo.

- Tio faz um favor pra nós e vaza daqui. Vai cuidar do merda do seu filho._ falei apertando ainda mais o braço do meu pai.

- Sai daqui César dos meus filhos cuido eu._ falou meu pai.

- Senhor Mendes, o senhor Luke não está no quarto!_ falou uma das empregadas com uma bandeja na mão, acho que deveria ser o café da manhã dele.

- Como assim?_ falou meu pai se soltando de mim.

- Eu cheguei no quarto dele e ele não estava lá.

- Ele deve ter saído empregada burra, ou ele deve ficar apenas no quarto?

- A cama dele estava arrumada e o closet estava revirado. As malas dele de viajar sumiu.

- Cadê o seu irmão?_ perguntou meu pai olhando pra mim.

- Nascemos juntos, mas não grudados._ falei voltando a me sentar.

- Lukas do céus, não me irritada porra. Tu sabe onde está o seu irmão?

- Quem sabe?_ falei dando uma pequena risada.

- Será que foi ele?_ ouvi meu tio sussurrando para o meu pai.

- Desde quando o viado do meu filho tem capacidade pra isso?

- Nunca se sabe!

[...]

O tempo foi passando, a saudade do meu irmão foi aumentando. As dúvidas pelo seu sumiço só crescia, eu não entendia como um menino que até então era calmo e que não fazia nada de errado. Acordou no meio da madrugada, roubou o dinheiro do próprio pai e fugiu para Nova York. A parte de roubar o próprio pai, eu nem me importava, eu já fiz isso e agora estou querendo fazer o mesmo que o meu irmão, roubar ele é fugir.
Estou vendo as pessoas ao meu redor mudando, Thais se mudou para Argentina para morar com sua mãe. Rodrigo cada dia que passa fica pior, passa até pela minha cabeça que ele gosta do meu irmão. Tio César e meu pai estão sempre no escritório, pelo jeito é algo com uns russos, não entendo muito bem. Quando meu pai aumenta o tom de voz, meu tio já manda ele se acalmar.
E eu comecei a trabalhar, queria juntar dinheiro para visitar o meu irmão. Ou melhor, procurar! Não sabia onde ele estava, Nova York não é uma cidade do interior que todos conhecem todos. Mas de uma coisa eu sabia, cedo ou tarde, eu ainda vou abraçar o meu irmão e não vou deixar ele sair de perto de mim nunca mais.

Yuri Marchal - Um Mafioso IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora