- Eu já disse que eu vou sozinho, fim de papo. - A conversa estava começando a dar nos nervos de Dean, espíritos não eram grande coisa mas podiam ser bem perigosos para alguém que não sabia o que estava fazendo
- Você não manda em mim, você sabe. - Ela disse em um tom neutro, sem qualquer resquício de irritação em sua voz ou rosto.
...
Celine destravou a espingarda carregada com sal grosso, o que fez Dean erguer a cabeça de onde procurava o sal grosso na porta malas do impala
- Isso aqui - O loiro colocou a mão sobre os canos da espingarda - é em último caso. Nós vamos procurar o corpo aí dentro - Ele apontou com a cabeça para a casa caindo aos pedaços, que ficava no meio do nada - e só vamos usar se o espírito ficar violento.
Celine assentiu e entregou a espingarda nas mãos do mais alto, Dean não entendeu até que ela pegou uma barra de ferro puro que estava na mochila em seus ombros
A loira sorriu para ele e se virou, andando em direção a casa, seus cabelos, agora presos, balançando conforme ela andava
Dean a seguiu com a cara fechada, se ela se machucasse...
Quando o loiro entrou na casa Celine estava começando a descer uma escada que ele supôs levar ao porão - Hey hey hey! Eu desço na frente. - Ele disse a segurando pelo braço e se colocando à frente dela na escada.
Ele ascendeu a lanterna quando chegou ao fim da escada, e a porta atrás deles bateu, o loiro olhou para em direção a porta, típico. Aquilo era quase um comportamento padrão dos espíritos, e só podia significar que o corpo estava ali.
- Tente não ser morta. - Quando ele terminou de falar sua lanterna começou a falhar. O caçador bateu no compartimento de pilhas mesmo sabendo que era inútil. Quem estava fazendo aquilo era o fantasma.
Dean começou a andar pelo porão, procurando algum sinal de onde o corpo poderia estar
Ele ouviu um grito e se virou para Celine, que acertou o fantasma de uma mulher com a barra de ferro, a qual acabou ficando presa na parede de tijolos ao lado dela
O mais alto revirou os olhos, mas algo chamou sua atenção quando ela puxou a barra de volta
- Isso é... - Ele andou até a parede e pegou um pouco do pó que saia de lá
- É concreto - a loira completou
- E essa parede é de tijolos, eles deveriam usar cimento, não concreto - Eles se entre olharam e Dean pegou a barra de ferro das mãos dela, se afastando um pouco da parede e então batendo na mesma com toda sua força repetidas vezes
...
Celine observava a cena um pouco afastada a quase cinco minutos e Dean não havia conseguido adentrar mais do que dez centímetros na parede
- Isso não vai funcionar - A loira disse finalmente, depois de perceber a camisa dele ficando completamente molhada de suor nas costas e no peito
O loiro parou e se virou para ela, respirando fundo - Você tem alguma ideia melhor?
- Na verdade sim - ela caminhou pelo lugar até a mochila que ele havia deixado em cima de uma mesa velha, pegando um pé de cabra e um martelo.
Dean olhou cético enquanto ela colocava o pé de cabra no lugar onde ele batia antes, e com a outra mão batia o martelo sobre ele. O caçador se surpreendeu quando finalmente o pé de cabra fez um pequeno buraco na parede, Celine sorriu e colocou o martelo no chão, entortando o pé de cabra para a direita, fazendo com que um pedaço de concreto caísse do lado esquerdo, sendo empurrado pela parte do ferro que estava dentro da parede
Um espaço de uma cabeça se formou na parede, e o loiro ligou a lanterna do telefone, olhando lá dentro
- Ah! Que droga! - Ele afastou o rosto da parede cobrindo o nariz com a mão - Tá aí dentro.
Ele foi até a mochila pegar o sal e um litro de gasolina.
-X-
Dean virava o terceiro copo de whisky enquanto Celine ainda não tinha bebido nem metade da garrafa de cerveja
- E agora? - a pergunta não passou de um sussurro, e se Dean não estivesse tão perto dela não teria ouvido.
- Agora... - ele pensou por um momento, e agora? Na verdade, ele também não sabia o que acontecia agora. - agora nós achamos outro caso, em outra cidade, e matamos outro desses desgraçados.
Era o que John sempre fazia, era o que Dean havia aprendido a fazer.
Ela concordou levemente com a cabeça e não disse nada, desviando o olhar para a entrada do bar. Dean observou pelo canto do olho enquanto ela balançava a garrava de cerveja
- Você vai beber isso? - Ela entregou a garrafa para ele, o loiro puxou uma nota de cinquenta da carteira e deixou no balcão, pegando a garrafa antes de sair do bar
Celine continuo quieta o caminho todo até o hotel. Nenhuma pergunta, nenhuma observação sobre como as coisas na terra tinha mudado, nada.
Quando chegaram ele se jogou na cama de solteiro, sem se importar com os sapatos - Ah, eu estou morto.
A loira deu um pequeno sorriso que não chegava aos olhos e assentiu, de novo.
Ela caminhou até a "cozinha" que tinha no quarto, e quando voltou Dean fingiu estar dormindo, ele a sentiu o observar por alguns minutos, então seu coturno esquerdo foi tirado de seu pé, depois o direito
Ele ouviu os passos se afastando e depois silêncio, quando abriu um olho Celine já havia deitado, o cobertor fino puxado até o queixo e um braço embaixo do travesseiro, os cabelos loiros agora soltos se espalhavam no travesseiro e por cima dos ombros dela
Um anjo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The rebel angels will fall - Supernatural
FanficUm anjo da primeira tropa que se rebelou contra o céu, um ser quase tão antigo quanto o próprio Deus, que no começo de tudo foi responsável por espalhar a palavra ao lado de seus irmãos. Um anjo que não precisa de casca pois tem um corpo próprio, qu...