She's my little sister

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Dean olhava para Celine, que olhava para a estrada como se fosse a coisa mais interessante do mundo

- Beleza, já chega. O que deu em você?

- Uh? - Ela virou a cabeça para ele, mas seu olhar ainda era distante e meio desfocado

Dean respirou fundo ao perceber que ela nem sequer havia ouvido o que ele disse

- Você não fala nada desde a última caçada. O fantasma levou sua língua embora?

- Eu só... - A loira suspirou - só esperava que o mundo estivesse melhor depois de tantos anos.

Dean não respondeu, ele não havia vívido na idade média, mas podia apostar que não era uma época muito agradável.

E ela estava certa, o mundo é uma merda. Se as pessoas soubessem das coisas que espreitam no escuro, de todos os monstros que vivem com o único objetivo de matar...

Eles continuaram em silêncio durante o resto do caminho, e se tudo o que ele aprendeu sobre linguagem corporal significasse alguma coisa, Celine não havia sido completamente honesta sobre o que a incomodava.

A chuva caía do lado de fora do impala como se o mundo fosse acabar em água, e quando Fool in the Rain começou a tocar no toca-fitas, Dean não pode deixar de pensar na ironia disso.


Oh, querida

Bem, há uma luz no seu olhar que brilha

Como uma estrela que não pode esperar pela noite

Eu odeio pensar que estou cego, querida
Por que não posso te ver esta noite?

O loiro começou a cantarolar junto a música, e, quando olhou para o lado Celine apoiava o braço dobrado sobre a janela e deitava a cabeça ali

E o calor do seu sorriso começa um incêndio

E a emoção quando me toca, me assusta

E estou tremendo tanto, desejando verdadeiramente

Por que você não aparece e faz tudo ficar bem?

Tudo bem

Os cabelos loiros encaracolados caíam sobre seu ombro esquerdo, e naquele momento, ela realmente parecia um ser angelical

E se você prometesse que me amaria completamente

E disser que sempre seria verdadeira

Você jurou que nunca me deixaria, querida

O que aconteceu com você?


Dean se perguntava como um ser de luz havia vindo parar em seu carro. Desde que começou a entender o significado da palavra fé, ele já se considerava um descrente. E agora tinha um anjo em seu carro.

Um anjo caído. Alguém que havia feito algo considerado tão repudiável a ponto de ser expulsa do paraíso.

Não que ele soubesse alguma coisa sobre o que os anjos consideram repudiável.

-X-

Quando eles chegaram Celine já havia acordado, e a chuva ainda caía como se fosse o fim dos tempos.

Dean conhecia aquela cidade, e se estivesse certo tinha um hotel barato a poucos quilômetros da entrada.

- Tem algum caso aqui?

- É o que nós vamos descobrir amanhã. - A loira ficou quieta por um tempo

- Por que aqui? - Dean revirou os olhos.

Porque nós não temos nenhum lugar para onde ir.

Mas ele não falou isso.

- Você tem alguma ideia de lugar melhor?

Ela não respondeu e nenhum dos dois voltou a falar até chegarem ao hotel, o lugar parecia ainda pior do que ele se lembrava, mas era o que tinham para hoje

O loiro esticou o braço para pegar as malas que estavam no banco de trás, jogando uma delas para Celine e pegando as outras duas. Ambos saíram do carro.

- ... nem ferrando que eu vou sair hoje! Aquele maluco ainda 'tá solto por aí ... - Uma garota de cabelos castanhos na altura dos ombros falava ao telefone quando eles entraram - Eu tenho que desligar Josh, já te ligo de volta.

O cérebro de Dean rapidamente entrou em alerta com a possibilidade de um novo caso, e ele sorriu para a garota, pronto para conseguir mais informações.

- Cama king-size? - Ela começou a digitar no computador antes mesmo da resposta, e agora que eles estavam mais perto podia-se ouvir o barulho do chiclete que ela mascava

Definitivamente não o tipo de Dean.

Mesmo assim o loiro colocou um braço sobre o balcão e lançou seu melhor olhar de flerte. Se havia algum monstro aqui, ele precisava descobrir tudo o que pudesse

- Duas de solteiro. Ela é minha irmãzinha.

A garota assentiu e voltou a digitar no computador - Quarto 107. - Ela pegou uma chave no suporte atrás dela e a estendeu à Dean, que estendeu a chave para Celine sem nem mesmo se virar para trás.

- Então... você sabe de algum lugar onde nós podemos... nos divertir por aqui?

- Bem...

A loira não ficou para ouvir o resto da conversa, ser humana era muito mais cansativo do que ela imaginava. Todas essas necessidades básicas como beber água e ir ao banheiro... além disso, alguma coisa revirou em seu estômago com a forma que Dean agiu com a recepcionista.

A loira entrou no quarto e colocou a bolsa sobre a cama mais afastada da porta, ela tirou de lá uma legging cinza claro e uma blusa larga, confortáveis para dormir.

A verdade é que ela não havia se acostumando aos jeans, eles eram apertados e desconfortáveis. Mas ela não reclamaria, Bobby havia feito muito em conseguir essas roupas para ela

A menina entrou no banheiro, e enquanto olhava nos armários daquele lugar, achou um frasco que dizia: shampoo e o outro condicionador, e ela só foi entender que aquilo servia para lavar os cabelos quando virou os frascos e leu as inscrições no verso

Ela não imaginava que as tavernas desse século ofereciam produtos para os hóspedes, ainda mais uma como essa.

Não que ela estivesse reclamando, mas o lugar parecia tão antigo e deteriorado...

-X-

Dean entrou no quarto no exato momento em que Celine saía, com os dois frascos na mão e os cabelos molhados.

- Eu não sabia que as tavernas ofereciam produtos.

O loiro a analisou rapidamente enquanto tirava a pesada jaqueta de couro

- Provavelmente alguém esqueceu aqui, esses lugares geralmente não têm nem sabonete. E isso é um hotel.

Quando ela se virou para guardar os frascos de volta no banheiro, Dean voltou a falar - Você deveria levar isso com você, ninguém vai voltar para buscar. - Ele pegou uma troca de roupas na bolsa e entrou no banheiro em seguida.

...

A loira enrolava as mechas de cabelo nos dedos quando ele saiu, já vestido, do banheiro

- Tem um possível caso aqui. Pessoas desaparecendo do nada, elas saem de casa para fazer coisas normais como ir ao mercado e nunca mais voltam. A polícia daqui ainda não encontrou nenhum corpo.

- O que você acha que pode ser?

- Eu não sei. Nós vamos ter que investigar mais. Sair nas ruas e perguntar para as pessoas. Começando pelas famílias das vítimas.

- Gosto de que você finalmente está me incluindo sem que eu tenha que insistir" - ela sorriu para Dean, e não, ele definitivamente não achou adorável - "Mas por que eles nos diriam alguma coisa?

- Porque nós vamos lá como policiais. Vou fazer uma identidade falsa para você amanhã, assim que a gráfica abrir.

The rebel angels will fall - SupernaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora