𝙄𝙢 𝙢𝙖𝙙 𝙬𝙞𝙩𝙝 𝙀𝙢𝙢𝙖.

V

  Gilda, assim que não ouviu mais nenhuma palavra, da parte de Ray, começou a falar.

  - No começo, eu sempre pensei que o possível par romântico do trio de vocês seria o Norman e a Emma, eu confesso. Afinal, ele disse várias vezes que gostava dela.- Ao ouvir as palavras, Ray quis não ter concordado com aquilo, ser chamado para ouvir fatos que ele tem que lidar todos os dias, era estressante.- Mas, nos dois últimos meses, vim percebendo algo...

  - Não faça suspense, não estou com paciência.- Ray falou, em uma única frase, mas de uma forma com que fizesse Gilda realmente se apressar. Talvez ela até tivesse medo do que poderia acontecer, se passasse do limite.

  - Você gosta dele, não é?- Aquilo foi demais. Ray, que estava com seus olhos fechados, e deitado de uma forma confortável, deu um pulo tão grande, que por pouco não bateu sua cabeça no teto. Gilda riu com a reação.- Eu pensava que você esconderia melhor.

  - Como...- Ele parecia espantado, mas, voltou a sua pose rapidamente, e interrompeu sua própria fase, continuando, como se estivesse se corrigindo.- Do que você está falando?

  - Ray, tarde demais para você fingir que é mentira.- Ela continuou sorrindo, imaginava que seria muito mais difícil chegar à esse ponto da verdade, mas, agora, ele finalmente parecia ter um ponto fraco, finalmente parecia ser um humano.

  - Como descobriu? Onde eu errei?- Ele parecia estar prestes a chorar, para alguém que é tão perfeito, errar uma vez é como a morte.

  - Você é muito bom em fingir, Ray. Eu assumo, mas qualquer pessoa podia perceber que você estava um pouco estranho, mas não com todo mundo, e sim com a Emma.- Ray arqueou suas sobrancelhas, agora ele queria saber até onde a garota sabia.- Você não gosta dela, né?

  - O que você está falando? A Emma é minha amiga.- Ray voltou a se irritar. É claro que ele tinha um pequeno ódio acumulado, mas dizer que ele não gostava dela, era demais.- Gilda eu acho bom a nossa conversa acabar por aqui.- Ray estava preparado para descer as escadas, e então saí dali, ele não sabia como fingir estar bem depois daquilo, mas, tudo o que não queria era estar com a garota, naquele momento.

  - Tudo bem, pode ir, mas eu posso te ajudar a contar para o Norman.- Ela disse, após ver Ray passar, em direção à saída.

  Ele pensou em parar, seus pés se moviam rapidamente, mas sua mente gritava para ele parar, e ouvir o que ela tinha a dizer.

  - O que querer me contar?- Norman, que se mostrou estar ouvindo tudo, do lado da porta, ficou à frente de Ray.

  - Norman?- Os dois disseram, quase como um coro, Gilda ficou calada, ela estava nervosa, já Ray, escondeu tudo o que sentia e entrou em uma encenação, em poucos segundos.- Nós estávamos pensando em fazer uma festa surpresa para Emma, não é Gilda?

  - Sim!- Gilda, que entendeu o jogo de Ray, se aproximou dos dois, e respondia, tentando parecer o mais normal possível, mesmo não dando muito certo, pois, ao contrário dos outros dois naquela biblioteca, ela era uma péssima atriz.