VI

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  - Ray, você quer fazer uma festa?- Ele falou sorrindo, levemente surpreso com aquilo, pois nunca imaginara seu amigo organizando uma festa.

  - A ideia foi da Gilda, na verdade, eu só aceitei, e estávamos querendo falar com você, para nos ajudar.- Ray se aproximou dele, e cobriu seus ombros com o braço, sem sorrir, ou mostrar nenhuma outra expressão, apenas a mesma tediosa de sempre.

  - Bom, eu vou falar com Anna sobre isso, depois eu falo com vocês e com os outros, assim podemos planejar melhor, certo?- Gilda saiu do lugar que estava e passou por eles, se despedindo e saindo da biblioteca apressada.

  - A aula já vai começar?- Ray perguntou, e Norman assentiu, e também passou seu braço pelo corpo dele, mais especificamente, pela cintura de Ray. E assim, eles também seguiram seu caminho, e saíram da biblioteca, em direção até a sala.

  Ray sentia seu coração bater forte, forte até demais, ele não lembrava da última vez que ficara assim com Norman, depois de saber de seus sentimentos, era difícil ter qualquer contato com ele.

  Então, nesse momento, agradecia internamente para Gilda, afinal, mesmo não gostando das borboletas em sua barriga, sentir o corpo aquecer, por saber que Norman estava alí ao seu lado, era ótimo.

  - Por que saiu mais cedo do campo?- Ray perguntou para Norman, e curvou um pouco sua cabeça, fazendo ela se encontrar com o ombro de Norman, e coincidentemente, com seu próprio braço.

  - Estava com sede, e por saber que o intervalo acabaria, eu vim te chamar.- Norman girou um pouco sua cabeça, e olhou para ele, em seguida, sorriu, como sempre.- Aliás, eu pensava que você não gostava da Gilda, te ver sozinho com ela foi uma surpresa.

  - Não faço questão da presença dela, você sabe.- Ele deu de ombros, e agiu como se não fosse nada, e Norman soltou uma risada, deixando Ray confuso por algum momento.- O que está rindo?

  - Você aparenta ser tão independente. O que eu fiz para ser seu amigo?- Ray riu com aquilo, era uma boa pergunta.

  - Poção de amor, talvez?

  - Oh, quer dizer que você me ama?- Norman falou, e quase fez Ray parar de andar, com aquilo. O que ele deveria responder? Sim? Mas, ele desconfiaria? Não.

  - E..Eu não disse isso.- Ao responder, Ray se soltou dele, e cruzou os braços, apressando um pouco seu passo, e então tendo uma pequena vantagem, em relação à Norman.

  - Vamos, Ray... Pode falar, eu não vou zoar, eu também amo você, oras!- Tudo o que ele sentiu, foi um peso em suas costas, e em seguida, percebeu os braços de Norman se enrolando em seu pescoço, logo após isso, um impulso, que quase o fizera perder o equilíbrio, e então, as pernas de Norman tinham se prendido à lateral do corpo de Ray.

  - Você ainda gosta disso?- Sem nem mesmo perceber, um sorriso grande havia se formado em seus lábios, e Ray havia segurado as pernas dele.- Como sempre?- Ele havia virado um pouco seu rosto, assim pôde ver Norman assentir.

  Logo que teve a confirmação, Ray rapidamente calculou uma rota, no corredor, que havia menos pessoas, e começou a correr.

  Ele sentiu Norman se ficar mais ao seu corpo, e seus braços darem uma curva mais longa, fazendo ele ter mais certeza que não cairia.

  Alguns estudantes observaram a cena, talvez com medo, pois sabiam que se alguma das professoras chegasse alí, os dois receberiam uma bronca por estarem correndo no corredor, mas valia a pena.

𝙄𝙢 𝙢𝙖𝙙 𝙬𝙞𝙩𝙝 𝙀𝙢𝙢𝙖. Onde histórias criam vida. Descubra agora