XVIII

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  - Vem dormir, Ray.- Norman falou, enquanto tentava achar uma posição boa na cama.

  Ray tinha acabado de colocar as coisas que utilizaria no chão do quarto, ele sempre se animava para terminar rápido, mas, Norman estava com sono, e ele ficaria reclamando, como sempre.

  - Mais dez minutos?- Ray olhou para em direção da cama, onde Norman estava, e tentou pedir algum agrado, mas, como resposta só teve uma expressão séria de Norman. Ele resmungou, e não teve opção, a não ser guardar as coisas, e se levantar, desligando a luz antes de se deitar na cama.- Você é chato quando está com sono.

  - Sempre dizes isso, Ray. Já não é novidade.- Norman, sorriu, e, mesmo enrolado no lençol, se moveu um pouco, e deixou um beijo na ponta do nariz de Ray.

  - Sua mãe está em casa, não fique fazendo coisas assim, em qualquer momento.- Ray fingiu não ter gostado daquilo, e mudou o lado em que se deitava, ficando de costas para Norman, escondendo o sorriso.

  - Você não pensou nela, quando estava na sala, não é?- Norman, como sempre, tentou provocar, e passou o braço pelo corpo de Ray, assim, o abraçando. E Ray não pôde deixar de fazer sua risada escapar, momentaneamente.- Eu sabia que essa era a resposta.

  - Bom, ela não deve desconfiar disso...- Ray comentou.- Afinal, nós sempre dormimos juntos, e algumas vezes até mesmo abraçados. Não mudou muito.- Mesmo sabendo que apenas aquilo não era uma certeza, Ray ignorou o medo de ser descoberto, pois ele sabia que teria que contar sobre o relacionamento um dia, e se virou para Norman. Agora, ambos tinham os rostos próximos, e sorriam um para o outro.

  - Posso ter um beijo de boa noite?- Norman perguntou, e colocou a mão livre na bochecha de Ray, acariciando o local.

  - Norman, você é tão brega.- Ray soltou uma risada, mas, não pôde deixar de cumprir o desejo dele.

  Ray aproximou ainda mais ambos os rostos, e fechou seus olhos, em seguida, curvando um pouco o rosto, até que tivesse em uma posição boa para fazer os lábios se tocarem.

  Dessa vez, Ray foi o impaciente, aquela posição não era confortável para nenhum dos dois, Ray mudou rapidamente de posição, e agora estava sentado sobre as pernas, já Norman, que tinha rapidamente entendido, tinha levantado suas costas, e livrado todo seu tronco do lençol, que antes diminuía sua mobilidade.

  Eles tinham separado os rostos ao fazer isso, mas, com apenas um olhar de Ray, Norman aproximou os rostos novamente e desta vez, abriu um pouco sua boca, pedindo passagem para sua língua, que logo foi concebida por Ray.

  Aquela era a primeira vez de Ray fazia aquilo, então se sentia um pouco perdido, na verdade, ele nunca tinha perguntado para Norman se ele já tinha beijado, mas naquele momento estava curioso.

  A língua de Norman tinha gosto de menta, ocasionado pela pasta de dente, e ela se movia com precisão, parecia dançar, tomando qualquer espaço da coca de Ray para si mesma.

  Eles passaram algum tempo assim, o fôlego de Norman acabou e ele quebrou o beijo, mas antes de separar completamente os rostos, deixou alguns selares nos lábios de Ray.

  Ray naquele momento estava sorrindo, ele voltou a se deitar, um movimento que Norman também fez, mas por dentro, nem mesmo Ray conseguia explicar o que sentia.

  Então era assim que pessoas apaixonadas eram? Se fosse, Ray não sabia se odiava, ou amava o frio na barriga e o coração acelerado. Mas, entendia que teria que se acostumar com aquilo, pois, não pretendia se separar de Norman tão rapidamente.

𝙄𝙢 𝙢𝙖𝙙 𝙬𝙞𝙩𝙝 𝙀𝙢𝙢𝙖. Onde histórias criam vida. Descubra agora