XV

4.8K 599 872
                                    


  - Ray...- Norman falou pela primeira vez, depois que o garoto confessou, e teve sorte de que suas cordas vocais pegaram antes dele passar pela porta. Mas, Ray ignorou o chamado, ele apenas continuou andando, talvez não quisesse brigar, mas, aquilo deixava Norman irritado.- Ray.- Ele falou alto. Em menos de dois segundos, Norman tinha se levantando e dado alguns passos até segurar o pulso de Ray.- Eu te chamei, vai me ignorar agora?

  - Só estou adiantando o processo, Norman.- Ray falou irônico. Ele virou o rosto e o encarou.- Não é isso que vai fazer?- Ele sorriu, como sempre, mantendo o orgulho acima de qualquer coisa. O que era bem comum sempre que eles brigavam.

  - Por que você sempre quer ter a última palavra?- Norman chegava a se irritar com aquilo.- Isso é tão infantil...

  - Porque eu tenho medo Norman. Eu também sinto medo, sabia?- Ray continuou com um sorriso orgulhoso no rosto.

  - Ray, você pode parar com esse risinho, e começar a perceber que eu estou tentando resolver a situação?- Norman se irritou ainda mais, e inconscientemente apertou o pulso de Ray, e ele instintivamente puxou seu pulso, que já estava com uma pequena marcação vermelha.- Desculpe eu não tive a intenção.

  - Tudo bem...- Os dois voltaram a se acalmar, e então se olharam.

  Aqueles olhos... Ambos se sentiram tão bem por um momento que chegaram a esquecer de todos os problemas dos últimos dias. No momento, Ray só precisava de um abrigo de novo. E Norman, só queria conseguir proteger Ray mais uma vez.

  Em um piscar de olhos, os dois tinham pensado na mesma coisa, e estavam abraçados mais uma vez. Ray tinha começado a chorar como um bebê, e Norman estava rindo daquilo. Ele adorava ver Ray chorar, não porque ele gostava do sofrimento do garoto, e sim porque, naquele momento, ele realmente parecia apenas um ser humano, um que precisa de atenção, amor e carinho, como todos os outros.

  - Norman, me desculpa.- Ray falou e apertava ainda mais o abraço. Mesmo eles se abraçando constantemente, aquele era diferente, ambos estavam precisando daquilo agora.- Eu não quero te perder, nunca. Eu... Eu te amo tanto.

  - Você não vai me perder, Ray.- Norman voltou a sorrir, aquilo era reconfortante.- Bom, isso não é necessário, mas eu acho importante eu te contar. Na verdade, eu não gosto da Emma... Nunca gostei, e você tirou conclusões erradas.

  - Eu pareço idiota o suficiente para acreditar nisso?- Ray levantou o olhar, e o encarou, e aquilo só fez Norman ter uma crise de riso.- Norman, está brincando comigo? Eu acabei de me confessar, agora está me fazendo sair como um idiota.

  - Ray...- Norman tentou recuperar o fôlego, e continuou a frase assim que conseguiu.- Se gostar de você me faz ser gay. Pode me chamar assim a partir de agora.- A expressão de Ray foi tão boa, que Norman nem saberia explicar, caso fosse pedido. Era uma mistura incrível de felicidade ao mesmo tempo surpresa...- E a Emma foi a primeira a saber disso. Então, tudo o que passou com a Gilda, foi na verdade, um plano bolado por mim. Não achou incrível?

  - Norman, sério mesmo que você me fez passar por todo esse sufoco quando na verdade, você já sabia de tudo?- Ray se indignou.

  - Eu não diria bem assim... Foi mais uma coisa para saber se poderia ser recíproco?- Norman tentou se esquivar da situação, e aquilo fez com que os dois rissem.

  Aos poucos o clima ruim que estava na casa, foi dominado pela risada dos dois.

-------

  Mais um hoje, e sim, estou levando a história para um rumo completamente diferente do que eu tinha pensado, à princípio.

  Espero que isso não faça a qualidade da fanfic diminuir, mas, estou dando meu melhor para fazer ela ser menos previsível possível.

  E, por último, queria dar um pequeno aviso. Eu não me recordo se já tinha, em alguma parte da história, falado sobre a idade dos meninos nessa fanfic. E se disse, estou me contrariando agora.

  Pensei algumas vezes, e não me sentiria bem em fazer dois garotos de doze anos para entrarem em um relacionamento, então, por ser em um universo paralelo, decidi que eles seriam um pouco mais velhos, comparado ao anime, então, digamos que seja por volta dos quinze anos. Fazendo com que eles estejam no "primeiro ano do ensino médio".

𝙄𝙢 𝙢𝙖𝙙 𝙬𝙞𝙩𝙝 𝙀𝙢𝙢𝙖. Onde histórias criam vida. Descubra agora