𝙄𝙢 𝙢𝙖𝙙 𝙬𝙞𝙩𝙝 𝙀𝙢𝙢𝙖.

XXV

  - Está bem?
Ray?
Ei!
Por que não me respondeu ainda?
Está tudo bem?
Aconteceu alguma coisa?
Ray... Eu estou preocupado
Já dormiu? Não, ainda é cedo.
Você sempre me manda mensagem quando está aí, o que aconteceu?
Está com raiva de mim?
Ray???

  Assim que pegou o celular e visualizou as mensagens perdidas de Norman, Ray não pôde deixar de rir, ele passou um tempo gargalhando, e pensando sobre o quão bom Norman era, mal tinham passado quatro horas e ele tinha ficado tão preocupado assim.

Norman, oi!
Você nem vai acreditar, eu passei esse tempo falando com ela
Eu disse que poderíamos ir um dia aí para sua casa, mas nem perguntei antes... Desculpa
Mas, eu estou tão feliz! É a primeira vez em séculos que eu consigo sorrir e ver ela sorrindo na minha frente.

O QUÊ?
Por que não me contou antes?
Eu fiquei tão preocupado!

Desculpa, eu só esqueci.
Mas está tudo bem, e eu acho que momentos assim vão acontecer mais vezes.
Não sei se estou errando ao me iludir, mas eu quero que isso aconteça...

Ray! Eu fico feliz por você!
Se tudo der certo, ela também vai poder sair conosco, e vamos ter um passeio em família completo, não acha?

Pensado por esse lado, é verdade
Mas, o que acha que eles vão pensar sobre nós dois?
Nós fomos criados juntos.. Pode ser estranho.

Não se preocupe por isso ainda, não é necessário.
Obviamente um dia teremos que contar, eu acho.
Mas até lá, aproveita e faz tudo ficar bem com sua mãe, certo?
Se for preciso, até eu mesmo ajudo

Obrigado, Norman.

Pelo que está agradecendo?

Por estar comigo. Obrigado.

Vamos estar sempre aqui um para o outro, foi o que prometemos, não foi?
Então, não agradeça, você pode me fazer algo em troca!

Eu não acredito que você quis se aproveitar da minha boa vontade num momento como esse.

--------

  Eles conversaram até o sono bater, e se despediram com algumas longas mensagens até que Norman tivesse coragem de largar o telefone e dormir realmente.

  Já Ray demorou um pouco mais para conseguir, ele estava feliz, tanto por Norman tanto por causa de Isabella, e em momentos como esse, sua insônia se mantia presente durante toda a noite, e ele já estava preparado para passar uma noite em branco, quando ouviu batidas em sua porta.

  - Ray?- Ele reconheceu a voz de Isabella, e então olhou para a porta preta no canto do quarto e disse algo, para deixá la entrar.

  - Como sabia que eu estava acordado?- Ele perguntou e se mexeu na cama, tentando se sentar e prestar atenção no que vinha.

  - Ah, eu ouvi uma risada, e pensei ser sua...- Ela disse, com as mãos entrelaçadas.- Você pretendia dormir agora? Eu posso deixar para amanh...

   - Não, está tudo bem. O que quer falar?- Ray seguia com o olhar a figura de Isabella, que se aproximava lentamente da cama dele. No momento, Ray não sabia o que ela estava sentindo, nem mesmo conseguia ler sua expressão.

  - Você já tem dezesseis anos... Acho que já é um bom momento para falar sobre o seu pai.