Isabella finalmente, depois de um pouco mais de uma hora, se despedia dos alunos e saia da sala. Fazendo todos, quase automaticamente suspirarem e relaxarem as posturas.- Eu já não aguentava mais.- Don falou, do fundo da sala. Com aquilo, todos os outros também começaram a falar, alguns sussuravam, outros falavam alto, mas Ray apenas se focou em começar a organizar suas coisas, para sair daquela sala.
- Ray?- Norman, que também estava abrindo sua bolsa para guardar seu caderno, olhou para ele, e afastou a cadeira de sua mesa, assim, ficando mais próximo à Ray.
- Oi?- O garoto não olhou para Norman, apenas continuou juntando suas coisas, e em seguida as guardando.
- Você vai poder?- Norman perguntou, se referindo ao pequeno pedaço de papel, que agora estava aparente, no estojo aberto de Ray.
- Sim, você sabe que eu vou.- Ao responder, Ray terminou de organizar tudo, e colocou em sua bolsa, mas, ao olhar para Norman, viu um sorriso nele, e não pôde deixar de ser contagiado por ele.
- Norman, Ray!- A voz aguda de Emma pudera ser ouvida, e os dois rapidamente olharam em direção à ela. Emma andava até a mesa de Ray, já com sua bolsa pronta, e, aparentemente, estava esperando eles terminarem.- Vamos até o ponto de ônibus juntos, não é?
Norman assentiu, e após isso, voltou para perto de sua mesa e juntou suas coisas rapidamente, enquanto isso, Emma se virava para Ray e iniciava uma conversa.
- Vocês vão na casa do Norman, hoje?- Ray concordou, e se levantou, ficando lado à lado com Emma.
- Quer vir junto?- Ele se apressou a perguntar.
- Não, não.- Emma falou, com naturalidade, e se apoiou na mesa dele.- Não vou poder hoje, acumulei algumas coisas que eu tinha que fazer em casa, você sabe como minha mãe é...
Ray riu com aquilo, ele realmente sabia da aura assustadora que a mãe de Emma podia ter, quando se tratava de enrolação.
- O que estão falando?- Norman se juntou à eles, também com sua bolsa, e se posicionou no meio dos dois.
- Nada muito importante.- Emma deu de ombros.- Vamos?- Com isso, mesmo sem esperar a resposta, Emma colocou suas mãos nos ombros de Norman, e começou a empurrar o garoto, assim, fazendo um "trenzinho" que eles geralmente faziam, ao sair da sala.
- Tchau, Emma!- Gilda falou, assim que os viu chegando perto da porta, e Emma rapidamente a cumprimentou.
Como sempre, eles foram um dos primeiros a deixar a sala, e agora, andavam lado a lado, nesse horário o corredor ainda estava vazio, e eles poderiam se locomover sem se preocupar com esquivar de alguém.
- Eai, já pensaram para quem vão escrever na próxima semana?- Emma parecia ter se lembrado de algo, e disse a frase animada.
- O que tem próxima semana?- Ray perguntou, seu tom de voz não demonstrava nada, apenas o mesmo de sempre.
- Ray, você nunca lembra disso.- Emma falou, chateada, e Norman riu.
- A semana da carta, Ray.- Norman tentou fazer ele lembrar.- Todo mundo pode escrever uma carta para alguém, sem contar quem é, para encorajar a pessoa, ou pelo menos era esse o sentido, e até continua sendo para as turmas mais novas, mas, agora usam mais para se declarar.
- Isso existe?- Ray arqueou as sombrancelhas, procurou algo em sua mente, mas não lembrou de nada.
- Ray!- Emma esticou seu braço para dar um empurrão fraco nele.- No ano passado, você foi a pessoa que mais recebeu cartas na sala, porque todo mundo tinha dito que você parecia estranho, então tentaram te mandar mensagens positivas, e naquilo, tinham três declarações.
- Aquilo?- Ray coçou a nuca, e forçou o sorriso.- Vocês deveriam saber que eu não li as cartas.
A expressão de Emma ao ouvir isso foi de puro espanto, mas, Norman começou a gargalhar, pois já sabia daquilo, inclusive, um dos motivos para Ray ter ignorado completamente as cartas, foi porque os dois tinham ido para casa juntos naquele dia, e Ray ficou na casa de Norman por um tempo, e esqueceu completamente dos papéis.
Emma tentou começar a reclamar com Ray, dizendo que aquilo não se fazia, até porque várias pessoas estavam tentando apoiar ele, mas desistiu, sabia que o jeito Ray de ser não mudaria apenas com algumas palavras.
- Bom, se você receber uma esse ano, vou fazer questão de ver você ler. Entendeu, não é?- Emma cruzou os braços e olhou para ele, se fingindo de intimidadora.
Com isso, os três começaram a rir, Emma ficava engraçada quando tentava fazer uma pose de durona, na verdade, ela sempre tentava imitar Ray, e um dia aquilo se tornou uma piada interna deles, e Emma usava para fazê-los rir em momentos aleatórios.
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𝙄𝙢 𝙢𝙖𝙙 𝙬𝙞𝙩𝙝 𝙀𝙢𝙢𝙖.
FanfictionEu não sou burro, percebi a maneira com que você olha para ela. Eu devia ter percebido antes, é claro. Você mesmo disse, Norman, disse que gostava dela, disse que queria vê-la sorrir.