⋆ Alissa ⋆
GP Alemanhã | Hockenheim
Carlos me mandou uma mensagem de texto avisando que finalmente estava sozinho na sala dele. A semana aqui na Alemanha estava tão corrida, mais do que o normal, que nem conseguimos conversar a sós desde que chegamos.
Depois de receber a mensagem de Sainz mensagem, como eu já havia acabado meus a fazeres, por enquanto, fui a caminho da sua.
Estava caminhando pelo corredor, quando passei na frente em uma das salas e a porta estava aberta. Pude ver Lando com cara de sono, mexendo no celular, enquanto estava deitado em um tipo daquelas macas de massagem que tem até o buraco para colocar a cabeça. Pelo visto, sua sessão já havia acabado e ele estava enrolando, daqui a menos de meia hora ele tem compromisso; eu sei porque Emma, a pouco tempo, não parava de tagarelar na minha cabeça.
Peguei meu celular que estava no bolso da minha calça, abri na câmera e o chamei.
— Lando!
O inglês se levantou, ficando sentado sobre a maca e, consegui tirar uma foto exata de sua cara de sono enquanto ele dava um sorrisinho tímido.
— Oi para você também, Alissa! — ele disse enquanto se espreguiçava e revirava os olhos.
— Como vai, meu pirralho favorito? — disse me sentando ao seu lado.
— Ah, vai indo, Ali. Além de você não dar mais bola mais para seu melhor amigo.
— Eu não sou mais uma simples estagiária, Norris! Meu trabalho não é mais levar vocês para as conferências ou até mesmo vir perguntar se estão precisando de algo.
— Eu sinto saudades de uma das minhas melhores amigas... Mas como você vai, senhora Sainz?
Olhei feio para ele enquanto cruzava os braços, como gesto de reprovação, mas o inglês apenas riu daquilo. Cheque mate para ele!
Com certeza Lando deveria ter enchido a cabaça de Carlos para contar o que estava acontecendo entre eu e ele, e provavelmente o espanhol ficou sem alternativa; igual ao que aconteceu comigo e Emma. Quando esses dois querem saber de algo, eles conseguem.
— Sua peste!
— Assim você me magoa! — colocou a mão no coração, fingindo estar ofendido; mas não demorou muito para cairmos na gargalhada.
— O papo está bom Norris, mas eu preciso ir... estou atrasada para um compromisso.
— Esse compromisso seria na sala do piloto da McLaren número 55? — olhei feio para para ele — Ei! Não me olhe assim! — Lando gargalhava.
— Você é uma peste mesmo! Eu vou descobrir algum podre seu, Norris. E quando eu descobrir você está ferrado! — disse apontando o indicador na sua cara, tentando parecer ameaçadora, mas o inglês continuou rindo.
— Tente a sorte, Sainz!
— Peste!
Me levantei do seu lado e, de sair de sua sala, dei um tapa leve em sua nuca.
— Tá parecendo seu namorado já! Tá convivendo muito com ele.
— Continua assim que você vai merecer mais desses.
Sai de sua sala e então, caminhei em direção a sala do verdadeiro Sainz.
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Entrei na sala e Carlos estava andando de um lado para o outro com as suas mãos para atrás, ele parecia estar nervoso. Sainz percebeu quando eu abri a porta, e me olhou. Eu fechei a porta atrás de mim e, comecei a dizer o que precisava, o mais rápido possível
— Eu contei para a Emma!
— Eu contei para o Lando!
Dissemos desesperados em uníssono e, quando percebemos o que tínhamos acabado de fazer, começamos a rir.
— Okay... eu sabia que provavelmente você tinha contado, depois daquele climão no primeiro dia e, antes de vim para cá eu encontrei o Norris — enquanto eu dizia, Carlos se aproximava de mim, me abraçando — ele me chamou de senhora Sainz... achei suspeito.
Franzi a testa, fingindo estar pensando, enquanto passava meus braços em volta de seu pescoço e os seus passavam em volta do meu quadril.
— Hoje mais cedo, Emma me chamou de "palerma sortudo que dormiu com minha amiga".
Ele também franziu a testa, mas dessa vez nós dois caímos na gargalhada.
— Eu estava com saudade — disse enquanto abraçava ele.
— Eu também, mi amor... eu também — disse acariciando meus cabelos com uma de suas mãos — Como foi passar uma semana sem mim?
— Foi a pior de todas — confessei e ele riu.
Como eu senti saudade daquele sorriso.
— E como foi na terapia? — perguntou enquanto apoiava seu queixo no topo de minha cabeça.
— Sinceramente? Não achei que me pudesse fazer tão bem assim. Me sinto mais leve!
— Que ótimo! — disse e novamente viemos a fazer contato visual.
Sem que eu pudesse controlar, meus olhos foram parar em sua boca, Carlos estava mordendo seu lábio inferior. Vê-los tão de perto e não poder tê-los colado ao meu, me fez sentir uma angústia.
Não conseguindo me controlar, coloquei minhas mãos em volta de seu rosto e juntei nossos lábios o mais rápido possível. Quase que instantaneamente, Carlos retribuiu, colocando sua mãos que estava em meus cabelos, no meu pescoço, e a outra se no meu quadril.
Aos poucos, aquilo fez com que aquela angústia se encerrasse por completo. Eu, de certo modo, estava me sentindo completa. Amava como Carlos me fazia sentir assim.
— Eu tenho duas propostas para te fazer — ele disse contra meus lábios, me fazendo sorrir mais mais.
Nossos corpos estavam colados e, dava para sentir as batidas do meu coração cada vez mais rápidas.
— Ah, é? — perguntei curiosa, mas sem desgrudar nossos lábios.
— Hurum... — apenas aquela afirmação fez meus pelos se arrepiarem.
Parecia que todas as terminações nervosas do meu corpo se respondiam a ele.
— E quais seriam? — perguntei mordendo levemente seu lábio inferior.
— Topa de ir domingo num restaurante comigo? Eu já fiz até as reservas — riu nervoso — É um lugar tranquilo, muito difícil ter a presença da mídia — ele dizia rápido, parecendo estar nervoso — tentarei ser o mais anti-famoso piloto de Fórmula 1 possív...
— Cala a boca, Sainz! — o interrompi, beijando meu lábio inferior.
Ele estava sem reação alguma, não estava entendo muito bem. Não sei o que era mais adorável, ver Carlos nervoso e falando super rápido ou ver ele não conseguir expressar reação alguma.
— Oito horas? — perguntei com tranquilidade enquanto o olhava.
— Perfecto! — disse sorrindo.
— E qual seria a outra proposta?
— Só domingo à noite que te contarei, Müller! — disse beijando a ponta do meu nariz.
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Nothing But You ⋆ Carlos Sainz Jr.
FanfictionAlissa Müller sempre foi apaixonada pelo automobilismo e na faculdade consegue um estágio em umas das equipes mais tradicionais da Fórmula 1, a McLaren. Dentre todas as coisas que estava passando, a jovem jamais esperava que começaria a nutria algo...