seven

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⋆ Alissa ⋆

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Alissa

Carlos vestia um terno preto, junto com uma camisa social branca. Seus cabelos negros, por incrível que pareça, estavam bem cortados e penteados; e sua barba, que mais cedo estava um fiasco, agora estava mais rala.

A sua bebida chegou, o mesmo virou num gole só e em seguida ficou brincando com o copo, trocando-o de mão.

— Tá com sede, em... — disse e o piloto apenas sorriu de lado, parecia pensativo — Um martini para mim, por favor — pedi para o barman que nos encarava com cautela. Acho que não era todo dia que tem uma festa no hotel onde estão os pilotos de Fórmula 1.

— Mais um para mim, também — Carlos disse erguendo seu copo, sem fazer contrato visual comigo — Aliás, culpa da corrida de hoje — disse rindo, se referindo a bebida.

— Você novamente foi muito bem — disse encarando minha bebida.

Percebi que depois na minha fala, o mesmo me olhou, mas não o olhei de volta.

Nossos pedidos chegaram e ficamos em silêncio desde a sua última fala, mas agora nós dois evitávamos o contato visual.

— A Lollita deve estar feliz por você.

Um segundo depois eu já estava arrependida por dizer aquilo. Ele suspirou fundo, o que me fez olhar-lo; pegou sua bebida, e ainda, sem bebê-la, começou a dizer:

— Talvez... não sei. Eu e Lolla terminamos.

UOU...

Sem tempo que eu dissesse algo, ele continuou:

— Nós não nos amávamos. Era tudo marketing.

OI?

— Terminamos a duas semanas, depois da corrida em Barcelona.

Carlos não parecia triste, mas de certo modo aliviado por estar desabafando tudo aquilo.

— Ela era uma mulher legal, embora nem curtir Fórmula 1 — fez uma careta, mostrando a língua — Começamos com esse namoro falso, ideia do meu primo, eu não queria, mas ele dizia que isso era bom para atrair novos patrocinadores. — ele fez uma pausa — Acho que ela começou a nutrir algo a mais, e bom, eu não. — riu falso — Ela merece coisa melhor do que alguém que não corresponda seus sentimentos — suspirou fundo — E acho que eu também mereça ser feliz.

Ele levantou a cabeça, fazendo seu par de olhos castanhos brilhantes se cruzarem com os meus.  E pela primeira ver da noite, fizemos contato visual.

Talvez já seja o efeito da bebida, mas naquele instante senti um frio na barriga e um desejo louco de beijar Carlos Sainz.

— É... você merece - foi tudo o que eu conseguir dizer enquanto olhava-o, parado na minha frente.

Não conseguia decifrar suas expressões faciais, pareciam nulas. Seus olhos estavam intensos e misteriosos e, entre seus lábios estava formado uma linha perfeitamente reta.

Nothing But You ⋆ Carlos Sainz Jr. Onde histórias criam vida. Descubra agora