⋆ Alissa ⋆
O caminho todo até o circuito de Silverstone foi torturante. Fiquei uma hora dentro carro sem fazer contato visual com Carlos, que ficou no banco do passageiro, e Lando dirigia enquanto cantarolava uma música atrás da outra.
Eu estava sentada atrás de Lando e Emma atrás de Carlos, a loira ao meu lado provavelmente já tinha descoberto tudo e se segurava para não rir.
Quando coloquei meus pés no padoock minha ficha caiu: seria meu primeiro dia como engenheira automotiva.
Abrir um arreio percorrer minha espinha e minhas mãos começaram a suar. Começou a passar pela minha cabeça milhões de maneiras de dar tudo errada e eu ser demitida no meu primeiro dia de emprego.
Foi uma longa e cansada manhã. Eu tinha responsabilidades mais do que nunca. Mas fora tudo isso, eu estava amando meu emprego, isso é exatamente o que eu sempre quis.
— Alissa! — Zak havia me chamado — Sei que você não é mais estagiária, mas o Justin, o novo estagiário, ainda não terminou o que ele tem que fazer e é urgent...
— Só manda, Zak! — interrompi meu chefe, mas ele não pareceu desgostar. Aliás, Zak não parecia estar de bom humor mesmo.
— Por favor, vê se o Lando e o Carlos já estão na sala deles para começar a se prepararem e se precisam de algo.
— Sem problemas.
— E depois você está liberada para almoçar.
— Obrigada — disse gritando, pois já estava longe dele.
Primeiro fui na sala de Norris. Bati e depois de um tempo ouvi um "entre" do inglês, e então abri a porta.
— Precisa de alguma coisa, tampinha?
— Graças a Deus que é você, Alissa! — o inglês dizia enquanto se virou para pegar algo escondido atrás do seu armário.
— Aconteceu alguma coisa, Norris?
— Essa nova nutricionista doida! Ela cortou todo o meu açúcar! Você sabe que antes de todas as corridas ou treinos eu como chocolate! Você não vai contar nada para ninguém, né?!
Lando acabou me fazendo rir. Ele é uma piada.
— Fique tranquilo, tampinha. Seu segredo está seguro comigo.
— Aliás. Por que você que está fazendo isso. Não é obrigação do novo estagiário?
— Zak me pediu para dar essa mãozinha porque o novato não conseguiu acabar seus afazeres importantes.
— Não, não preciso de mais nada, nova engenheira automotiva — o inglês piscou e voltou a fazer seus exercícios de preparo.
— Okay... — disse rindo — Até mais, pirralho!
— Até mais, peste!
— Olha a boca, Norris! Crianças não podem falar palavras de baixo calão igual a essa!
Antes que o inglês me xingasse de verdade, eu sai da sua sala e fechei a porta. Irritar Norris era um dos meus passatempos prediletos.
Então bati na porta ao lado que era a de seu companheiro de equipe. Depois de ouvir um "Pode entrar", eu abri a porta, entrei e fechei atrás de mim.
Carlos estava sentado na poltrona enquanto mexia no celular. Quando ele viu que era eu, deixou o celular de lado e se levantou.
— E aí, palerma? — o espanhol disse, de certa forma debochando de como eu havia o chamado de manhã.
— E aí, Carlito — disse tentando soar com um sotaque espanhol, mas não deu muito certo.
Sem dizer mais nada, o piloto andou até mim e me abraçou. Ficamos assim um bom tempo enquanto ele fazia cafuné no meu cabelo.
— Está melhor?
— Sim... só estou um pouco cansada. Ser engenheira automotiva não é nada fácil. Vocês dão muito trabalho! — reclamei e Carlos riu.
— E como está sendo o primeiro de trabalhado dia da melhor engenheira desse padoock?
— Assim você me deixa sem graça — disse levantando a cabeça e o olhando.
— Apenas disse a verdade, Müller — o piloto disse enquanto me olhava com cautela.
Vendo-o olhar daquele jeito, fez com que eu sentisse meu rosto queimar. Eu com certeza estava corando e aquilo fez com que Carlos sorrisse ainda mais.
— Você está me deixando sem jeito, Sainz.
— E você não respondeu minha pergunta senhorita engenheira.
O espanhol tentou fazer uma cara de bravo, mas ele não conseguiu, conseguia vez um sorriso se formando nos cantos de sua boca.
— Está meio cansativo — respondi sua pergunta — E você? Preparado para a classificatória hoje?
— Não estou tão confiante — ele disse enquanto apoiava seu queixo no topo da minha cabeça.
— Por que?
— Não sei — ele parecia estar incomodado.
— Isso ajuda? — disse e ele parou de fazer minha cabeça de apoio para me olhar.
Sem que ele pudesse dizer algo, eu segurei seu rosto e beijei seus lábios calmamente. Aquilo fez com que um frio percorresse por todo meu corpo. Beijar Carlos Sainz era coisa de outro mundo; me fazia sentir sensações únicas.
— Beijinho de boa sorte... — disse sorrindo — Zak me fez vir aqui perguntar se você precisava de algo, mas acho que depois disso, não. Estou certa?
— Você sempre está certa — ele disse selando nossos lábios rapidamente.
— Agora eu tenho ir... preciso ir encher o buchinho — disse me afastando dele e piscando.
— A gente se vê a noite, Müller!
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Nothing But You ⋆ Carlos Sainz Jr.
FanficAlissa Müller sempre foi apaixonada pelo automobilismo e na faculdade consegue um estágio em umas das equipes mais tradicionais da Fórmula 1, a McLaren. Dentre todas as coisas que estava passando, a jovem jamais esperava que começaria a nutria algo...