UM BOLOR ENORME!

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Lucas lançou uma piscadela em direção às duas.

Imediatamente, Alice desviou o olhar.

Quando olhou novamente, reparou que Paulo servia o que parecia ser uma cerveja contrabandeada para Lucas e Iago.

— Estou de boa, não bebo cerveja! — disse Lucas —, sabe que é contra nossos princípios cristãos.

— Mentira é coisa do diabo sabia? Outro dia te vi bebendo destilados! — gargalhou Iago.

— Vamos, dê só uma experimentada, é bebida de macho — insistiu Paulo.

— É sério, estou tentando me manter em forma... — explicou, enquanto erguia a camisa exibindo seus gominhos, em uma cena que não passou despercebida na mesa ao fundo.

— Olha só quem está se exibindo de novo — criticou Ivana, enquanto Alice suspirou enrubescida.

— Deixe de ser transviado — caçoou Iago.

Imediatamente, Lucas virou o copo, brindando à morte dos invertidos, gesto que foi retribuído por todos.

Na sequência, Abel ressurgiu com cortes recém assados.

— Traga para cá, eu gosto de mal passado! — acenou Paulo.

— Lucas, me alcance uns pedaços, e jogue isso fora... Está frio, descarte no cemitério... — disse Iago, apontando para um prato ao centro da mesa.

Alice foi até a mesa e serviu-se de outro pedaço de carne.

Um bolor enorme lhe saltou aos olhos, e ela derrubou a carne no chão.

Foi aí que reparou que havia inúmeros focos de bolor por todos os cantos. As pessoas comiam normalmente. Como seria possível que somente ela reparasse? Seriam todos eles desleixados ou tratava-se meramente de uma histeria de sua cabeça?

De qualquer forma jamais poderia alertá-los de algo impregnado nas carnes por ela mesma fornecidas...

Simão, contudo, parecia ter reparado em alguma coisa estranha ao lado de Lucas:

— Dê-me um gole deste refrigerante! 

MICÉLIOSOnde histórias criam vida. Descubra agora