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G L O S S Á R I O

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Fena gandala: idioma geral

— Calendra, o que eu te disse sobre não dormir? — O tom alarmado de seu irmão a arrancou abruptamente do sono

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— Calendra, o que eu te disse sobre não dormir? — O tom alarmado de seu irmão a arrancou abruptamente do sono. Com o susto — e olvidando-se de que estava debilitada —, veio para frente em um sobressalto, do qual logo se arrependeu. A compressa que descansava sobre os olhos voou em direção ao colo. Seu corpo inteiro reclamou, e tudo que pôde fazer foi voltar ao lugar com o maior cuidado possível, a fim de não o incomodar mais que o necessário.

— Mas eu não bati a cabeça... eu acho. — Murmurou, franzindo o cenho para a gosma esverdeada acumulada no vestido, apesar de aquele não ser o pior de seus males.

Rohden não mudou a expressão.

— Não temos certeza disso. Você pode passar mal e vomitar.

Ela bufou.

— Rá, rá, não seria a pior coisa que me aconteceria hoje, com certeza. — O seu tom mesclava zombaria a um toque de resignação, coisa que ela sabia muito bem que irritava seu irmão ao extremo. Notou a vermelhidão subir ao rosto dele.

— Calendra, pare de brincar com coisas sérias! — Advertiu Rohden.

— Não estou! — Defendeu-se. — É a verdade.

Pela contração do maxilar de seu irmão, Calendra soube que estava prestes a ouvir um longo discurso sobre os cuidados que deveria ter com sua saúde. Já se preparava mentalmente para o sermão quando, de súbito, foram interrompidos pelo som de vozes nas proximidades. Rohden pausou a fala para melhor ouvir, volteando o pescoço na direção do barulho. Calendra, também curiosa, aprumou os ouvidos para escutar. Naquela hora do dia, o bosque avivava-se com o som dos animais e do vento cortando os galhos, mas, apesar da sinfonia das aves cantando alto, Calendra era capaz de notar algo mais se movendo pelas redondezas: pés pesados esmagando as folhas secas do chão, atritando a terra batida. Não eram apenas os passos de tia Marion, havia mais pessoas com ela, mas o número ainda era indefinível.

O estômago de Calendra deu uma leve revirada, e a surpresa sugou o ar de seus pulmões. Rohden parecia da mesma maneira, mas também havia um sorriso em seu rosto, aquela feição de menino travesso e ansioso por mais uma aventura. Ele estivera particularmente ávido pela chegada dos convidados misteriosos de tia Marion, sobre os quais ela não abrira a boca para soltar nenhuma informação sequer. Para Calendra, fora particularmente uma tortura aquele tempo de espera, mas se sentia feliz por saber que finalmente estavam prestes a conhecê-los.

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