Paradise on Earth

17. O jantar

                                   Valentina

Ah como descrever o meu sentimento por Henry ??
Muito difícil e fácil, contraditório eu sei, mas não consigo evitar. Eu adoro seu jeito, o modo educado e respeitoso que ela me trata, a sinceridade que ele tem, e principalmente como ele consegue mesmo com vergonha contar seus sentimentos.

Enquanto íamos para o restaurante eu não conseguia parar de pensar no nosso beijo no elevador. Ele me beijou com paixão, como se eu fosse a primeira pessoa que ele beija, suas mãos em volta da minha cintura, me traziam arrepios, eu sentia como se precisasse estar com ele por todo aquele momento.

Fiquei um pouco cabisbaixa quando terminamos o beijo, queria sentir suas mãos em mim novamente, ou apenas junto das minhas. O que eu sinto por Henry é novo, único e avassalador, é difícil tentar descrever algo que eu nunca senti. Tenho novas experiências e momentos com ele. Quem diria que eu, vulgo Valentina, beijaria meu chefe em um elevador?

Se me falassem isso enquanto eu morava no campo, iria rir e dizer que viajou na maionese. Mas eu não considero nossa relação um clichê, para mim o Henry traz um conforto e empolgação que eu nunca havia tido em relação a ninguém, conseguindo me trazer felicidade e risadas contando da sua vida, um simples assunto perto dele se torna a melhor conversa.

No carro, eu consegui falar com leveza e suavidade o meu sentimento, foi algo espontâneo, como se com ele eu não precisasse ficar ansiosa ou nervosa, porque ele é minha calma. Eu quero ter uma relação com Henry. E essa é uma das maiores realidades que eu tenho agora. Quero poder andar por sua casa e conhecer cada cantinho do lugar que ele tem como lar, conhecer seus amigos, que pelo jeito que ele já me disse, parecem ser pessoas especiais para ele. Fazer parte da sua vida era como uma missão e eu precisava cumprir. Me perdi no pensamento sobre ele e não percebi que o encarava sorrindo.

—Tina está tudo bem?- diz olhando para mim preocupado.- Você está olhando para mim e não respondia, achei estranho.
—Está tudo bem, só estava pensando em você. - digo envergonhada pela sinceridade.

Ao falar isso pude ver os seus olhos escuros, brilharem com a luz da mesa.

—Em mim ??- pergunta dando uma sorriso de canto.
—Uhum, você por incrível que pareça é o que eu mais tenho vontade de pensar ultimamente.
—Não posso dizer diferente.- pausa e chama o garçom.
—Oi boa noite!!- respondemos juntos "Boa noite".- O que o casal deseja??

Assim que o garçom diz " casal" sinto meu rosto corar por inteiro; a ideia de sermos um casal me deixa animada e envergonhada. Levanto meu olhar para ele e percebo um sorriso discreto.

—Poderia me trazer um vinho italiano, o melhor que o chef recomendar, pode ser Tina?- pergunta e eu apenas concordo com a cabeça.
—Vieram pelo rodízio de pizza ou churrasco ??
—Pelo de pizza.- responde Henry.
—Então apenas aguarde que em um momento trago o vinho e algumas pizzas que já irão servir.- diz o garçom deixando a mesa.
—Tina, eu não ligo que pareça precipitado quero te fazer minha, quero que você seja toda minha, o lugar mais certo que eu podia ter é do seu lado- diz Henry com um sorriso fraco e sincero.
—Henry, eu quero o mesmo que você, mas não quero apressar, e anunciar para todos, eu sei que pode ser difícil no começo, porém não quero arriscar estragar algo por culpa da pressa.

Henry procura minha mão, e segura com o maior cuidado, dando um leve beijo na parte visível.

—Meu anjo, eu espero o tempo que for, eu sei que você já é minha, essa paixão que eu tenho por ti, eu não arrisco fazer nada para perdê-la. - ele diz enquanto faz carinho na minha mão delicadamente.-Podemos levar o que tempo que precisar, desde que no final você seja a minha mulher.
—Então não precisaríamos nos apresentar para todos e para imprensa?- pergunto curiosa.
—Não, seria como você quer.
—Uau, quem esperaria que meu chefe seria esse carinho.- falo rindo, e ele me acompanha. Que risada gostosa e leve de ouvir.- Eu nunca namorei ninguém, então não sei como agir ou o que falar, mas eu espero que possamos conversar sobre tudo. Agradeço que seja tão respeitoso e que entenda minha aflição.
—Eu te enten...-Ele ia dizer e eu o corto.
—Henry, eu desejo de verdade ter uma relação contigo, não quero sentir medo do amor- digo olhando para a janela e baixo na esperança que ele não tenha escutado.- Hmm, eu estou com tanta fome que podia comer uma pizza toda.- digo para afastar o assunto.
—Você não pode ser mais parecida comigo.- diz com um sorriso bobo.- Gosto que não tenha vergonha de comer comigo, porque ao meu lado sempre terá as melhores comidas.