30. Antigas ruínas

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Valentina

A mãe de Henry é um amor de pessoa, além de me receber com animação, ela foi super educada e cuidadosa em me conhecer. Estávamos eu, Tin e ela, andando pela casa e conhecendo tudo, e devo dizer que essa casa é lindo, e maior por dentro.

Todos os cômodos eram separados, por isso a grande quantidade de corredores, o segundo andar apenas estavam os quartos, e cada um deles havia nomes da porta. Pude conhecer o quarto de Henry quando ele ainda morava aqui, e era bem badboy, segundo a mãe dele, após a perda do pai ele acabou se resguardando e começou a ser mais bruto e nervoso, como se ele se culpasse ou estava culpando alguém.
Era notável o tamanho da dor que ela tinha e ainda tem quando fala sobre esse assunto. E eu não posso e não vou julgar, pois se fosse comigo eu estaria igual ou pior.

Em seu quarto, eu podia ver alguns troféus, bastante livros, e jaquetas de couro penduradas no armário, ver o quarto dele, era entrar na mente e no mundo adolescente de Henry, conhecer e explorar o seu jeito um pouco rebelde na adolescência. Mas em meio a toda aquela revolta, eu podia percebe a dor dele, o sofrimento que ele teve; pequenos papéis espalhados pelo quarto apenas confirmavam, em cada um deles havia um frase marcante, e melancólica, expressando saudades e luto.

Imaginar crescer sem o pai, era algo que nunca passou em minha cabeça, e não me veio em nenhum momento esse pensamento quando eu conheci Henry, ele é tão educado e observador, que eu achava ter sido características passada de seu pai, mas não, esse jeito diferente dele foi devido ao que já passou. E eu me orgulho dele, não só por ter vivenciado algo difícil, mas por não ter se deixado perder no meio de tanta dor.

O quarto de seus irmãos eram bonitos, e diferenciados, enquanto um havia itens de cientistas, o outro era perdido em bandas e mulheres. A personalidade de cada um realmente é diferente.

A pequena varanda no final do corredor iluminava todo o ambiente, e dava vida a cor branca presente em toda a casa.

Valentin e eu estávamos adorando conhecer cada canto e medida dessa casa, ele não parava de sussurra coisas do tipo "Menina essa casa deve valer meu rim" ou "Nem se eu trabalhar o resto da minha vida consigo uma casa assim", e eu apenas ria, mas o que ele falava era verdade, essa casa deve mesmo ter custado uma fortuna pela imensidão e largura.

—Dalila, eu não quero me intrometer, mas essa casa é antiga?- pergunto com um receio de ter sido invasiva.
—Ah, meu marido construiu ela quando estava grávida de Henry, ela tem a mesma idade que ele.- ela fala com admiração.
—Então, o seu marido que construiu?- pergunto impressionada.
—Sim minha flor, Dave era um homem de muitos talentos, mas engenharia era seu preferido; sabe, nossa casa foi sua primeira obra, e quando terminou eu me orgulhei do talentoso homem que eu tinha do meu lado.- ela fala com os olhos lacrimejados.
—Ele deveria ser um homem de honra e respeito, e bem admirado.- digo pensativa.
—E era, eu me apaixonei por ele quando estávamos no ensino médio, mas já conhecia a tempos, e devo dizer que todos o amavam, ele era querido por toda a cidade.- diz andando até um portinha.- Eu vou buscar um vinho para continuarmos nossa conversa, vocês têm alguma preferência?- ela pergunta e Tin e eu negamos.- Então já volto.

Ela abre a portinha e desce para o que me parece ser a adega.

—Val sua sogra é um amor.- diz Tin do meu lado.
—Ela é mesmo, o Henry teve a quem puxar.- digo sorrindo.
—Será que toda aquela beleza dele veio do pai? Se sim, esse Dave deveria ser bonito.- diz atiçando.
—Aí Tin, só você para dizer algo assim.- diz brincando.
—Mas então, tu está indo muito na casa dele em, pode me contar, já sei que rolou.- diz convencido.
—Valentin!- eu digo incrédula.
—Aí menina, eu sei que tu está se acabando com aquele corpo divino.- diz abanando o corpo.- Mas agora falando sério, você já teve a primeira vez com ele Val?- ele pergunta com carinho.
—Uhum, e foi perfeita, ele foi carinhoso e a todo momento estava preocupado, me olhando para ver se eu não estava com muita dor.- digo relembrando aquela noite inesquecível.
—Ah que lindo! Quem me dera se minha tivesse sido assim.- diz rindo no final.
—Depois te conto mais.- digo dando uma piscadela.
—A parte fofa já foi, quero os detalhes tudinho.- diz exigente.
—Se liga Tin.- digo rindo.
—Voltei, espero que gostem do vinho.- diz Dalila fechando a portinha.
—O que você tiver trago, para mim já está ótimo.- diz Tin animado.

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