Henry
As lembranças do dia anterior insistem em se manter na minha mente, eu sentia raiva e remorso por ter me deixado levar, Jonathan sempre sabia me atingir com as suas provocações e eu consegui resistir, mas quando ele ousou desrespeitar a minha mulher eu perdi a linha. Nossas brigas sempre foram com socos fracos ou apenas empurrões, porém ouvir a simples palavra
gostosa saindo de sua boca, me encheu de ódio, ele a desejava e não tinha um pingo de decência de esconder ou apenas esquecer.Minha mãe sempre odiou quando brigávamos, porém é algo inevitável, nosso humor não coincide e ele sabe disso, desde criança não gostava de dividir ou apenas brincar com Jonathan, ele sempre se aproveitava de Vitor e aquilo me irritava, até que crescemos e as brigas pioraram; ele cobiçava as minhas namoradas, ou cobiçava as minhas amizades. Na realidade eu nunca soube o porquê de ele me odiar tanto, porque mesmo com as suas chantagens com Vitor, eu ainda continuava agindo "normal" com ele, ele sabe o motivo de eu não querer sua presença perto da minha, mas eu não sei a sua.
Eu tento desviar esses pensamentos de meu passado, e continuar a preparar um café da manhã digno para a minha mulher, depois de toda a confusão de ontem e da minha grosseria com ela, o mínimo que posso fazer é programar um dia calmo e relaxante.
A bandeja está disposta de diversos alimentos, desde frutas até bisnaguinha, que após uma conversa engraçada descobri que Tina adora esses pãezinhos, fiz com prazer os mini-lanches para ver o seu sorriso de novo naquele rosto belo. Eu só espero que ela goste do suco de maracujá, já que não é super fã da fruta.
A caminho do quarto consigo ver pela janela do quarto de hóspede o dia nublado, e confesso que o clima irá ajudar mais a desestressar o meu anjo.
Ela continua do mesmo modo que eu havia deixado, com o cabelo em um coque quase desfeito, seu corpo enroladinho na coberta, e suas pequenas mãos agarrando o travesseiro; Deus como essa imagem enche o meu coração de alegria e paz, apenas ver ela sem aquele olhar triste ou magoado.
Quando eu fui rude com ela, estava perdido na raiva e nas lembranças de antigas brigas, e quando percebi o que havia falado, já era tarde, e a dor no meu peito por ter magoado ela já estava apontando, o seu olhar caiu e a expressão de preocupação deu lugar a uma machucada e surpresa pela minha grosseria, e naquele momento eu percebi que a única pessoa que realmente pode afasta-lá de mim sou, eu e minha bagagem do passado que aumenta minha raiva.
Eu coloco a bandeja na mesinha, e volto a deitar na cama, mas puxando seu corpo para mim e chamando-a para acordar.
—Anjo?- digo beijando sua bochecha, mas ela mantém os olhos fechados.- Acorda minha preguiçosínha.- beijo sua outra bochecha e ela geme algo baixo.- Vai meu anjo acorda, ou quer dormir mais?- pergunto e ela abre os olhos com cautela se ajustando a claridade que se encontrava no quarto.-Bom dia anjo.- digo e beijo sua boca.
—Bom dia apressadinho, não está cedo não?- pergunta manhosinha tentando voltar a dormir.
—Hoje o dia te aguarda grandes coisas, quero que você tranquilize, o dia todinho é seu.
—O que vai aprontar em Henry?- diz com uma certa desconfiança.
—Vou fazer algo que vai gostar, garanto.- beijo sua boca novamente.- Deus eu nunca vou me cansar de beijar essa boca rosada.
—Eu estou com bafo, deixa eu pelo menos escovar os dentes.- diz tentando fugir de meus braços.
—Ah deixa de ser bobinha, não ligo para isso não, mas se quiser pode ir.- eu termino e vejo ela levantando e indo para o banheiro.
—Eu estou vendo você olhar para minha bunda Henry, deixe de ser assanhado homem.- fala já no banheiro.
—Não consigo, você é gostosa demais, eu não aguento passar um segundo sem admirar esse corpo curvado que você tem.- digo e já sinto minha ereção se tornar visível.
—Você anda bem assanhadinho esses dias em.-diz escovando os dentes.
—Você que me deixa assim tá mulher.- ela se cala.- Está demorando, e eu estou com saudades.-digo manhoso.
—Henry eu não demorei nem 5 minutos escovando os dentes.- diz sentando no meu colo, após ter voltado do banheiro.
—Ah mas já senti falta.- digo com biquinho.- Fiz café para gente.- aponto para a bandeja na mesinha.
—Oh meu Deus Henry, você teve esse trabalho de fazer tudo e trazer aqui?- diz com um sorriso único e os olhos brilhando.
—Eu faço o que for para te ver feliz, e sabe disso.- digo e ela posiciona as mãos em cada lado do meu rosto.- Você é meu ouro mulher, o que tirar um sorriso do seu rosto eu estou fazendo, nem que seja pintar suas unhas.- digo e ela ri.
—Como eu fui me apaixonar por um homem que me deixa bobinha?- ela termina e beija minha boca, e com paciência nossas línguas passam uma na outra, esse beijo é lento e calmo, demonstrando todo o seu carinho e sentimento por mim.
—Hora de comer apressadinho.- diz parando o beijo e finalizando com um selinho.- Esse café está de dar água na boca.

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Paradise on Earth
RomanceEm meio aos momentos mais inesperados, o amor emerge, muitas vezes desafiando nossas expectativas pré-concebidas. Longe dos enredos de novelas e dos contos românticos, encontramos um amor real, genuíno e singular, capaz de envolver e transportar amb...