Paradise on Earth

5. Nova vida

                                     Valentina

-Filha, não esqueça que amanhã teremos que ir ao aniversário da sua priminha Carla.- diz minha mãe terminando de arrumar um laço em meu cabelo.
—Mas mamãe eu não quero ir, ela sempre faz piadinhas ruins sobre mim.
—Val, esqueça o que ela fala, você é muito mais do que ela conhece, minha flor.
—Se ela brincar comigo, eu posso sair e vir ficar com vocês?- pergunto olhando-a pelo espelho.
—Claro, a mamãe sempre vai estar contigo.- diz dando um beijo na minha cabeça.- Agora vá chamar seu pai no ranjo que daqui a pouco temos que ir.
—Está bom mamãe.

Desço as escadas apressada, mas com cuidado para não sujar o vestido que eu sei que mamãe comprou a pouco tempo. Chego no ranjo e grito por meu pai, mas ele não responde ou faz algum barulho; olho em volta de todos os animais e não o acho.

Volto para casa e pergunto se minha mãe viu ele em outro lugar, ela diz que não e que irá procurá-lo.    Decido ir até à lagoa para olhar os cisnes, que adoram brincar na água, conforme eu me aproximo da água percebo algo boiando, mas não era um galho ou algum animal que morrerá. Chego mais perto e começo a me desesperar, era meu pai, boiando morto na lagoa.
—Pai!!- grito no sonho e na realidade.

Acordo suando e assustada com o horrível sonho que tive, sento na cama e tiro um tempo para processar tudo que eu sentia. Era medo de algo acontecer, um desespero de pensar que talvez minha família estivesse passando por algo, ou que algo de ruim tivesse acontecido com meu pai.

Assim que percebo o quanto já estou pensando, tento afastar esses pensamentos, e decido já me arrumar para o primeiro dia de serviço. Olho para o relógio, e ainda são 6:50. " Droga acordei muito cedo, e depois desse sonho eu não vou conseguir dormir". Decido olhar algumas coisas no notebook sobre a faculdade, sobre o site e como será a entrega de alguns trabalhos pelo programa deles. Acabo me distraindo do que estava fazendo, e o sonho volta na minha mente, não consigo tirar a sensação e o sentimento que estava sentindo toda vez que pensava na imagem de meu pai na lagoa.

Meu pai é sentimental, e eu sou também, mas não na intensidade que ele, eu amo ele e toda minha vida sempre pude contar com ele para tudo, pensar que algo pode acontecer com ele mexe com os meus sentimentos, e me leva à lugares escuros.Para acabar com essa inquietação, ligo para meu pai.

Na ligação .:
—Oi pai! - digo aliviada por ele ter atendido- Como o senhor esta?
—Oi filha, estou bem e você? Aconteceu algo? Está muito cedo para você ligar.
—Não pai, eu estou bem, apenas senti saudades de você e quis ligar.
—Então hoje é o seu primeiro dia na empresa em.
—Sim, estou nervosa, não quero estragar essa oportunidade por ser desastrada.
—Val, fica calma, eu confio em você e sei que irá se sair super bem na empresa.
—É a Valentina?- pergunta minha mãe com voz de sono.
—É sim, vou colocar no viva voz- ouço alguns barulhos- Pronto.
—Oi mãe, desculpa ter te acordado tão cedo.
—Não se preocupa flor, está tudo bem?
—Sim sim, liguei apenas para saber como estavam- dou uma pausa- papai já disse que está tudo bem.
—Boa sorte no serviço hoje. Arrasa tá princesa- diz meu pai.
—Vou tentar pai. Vou desligar para que possam dormir. Bjs, ficam bem.
—Tchau, bjs- dizem os dois juntos.

Após a conversa, me sinto mais aliviada, ouvir a voz do meu pai e da minha mãe deixou os meus pensamentos quietos e calmos. Percebo que está amanhecendo pelos raios de luz do sol, então decido levantar e me arrumar para o trabalho. Acabo optando por ir com algum dos modelos que eu comprei ontem, então fui até a lavanderia e peguei uma calça social preta e uma camisa branca também social, e corro para tomar meu banho. Depois de um banho morno, visto minha roupa calçando um salto preto, deixando minha bolsa que já estava pronta na cama. Estava arrumando meu cabelo com alguns produtos, quando minha campainha toca.