Capítulo 31

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Pov's Noah


Quando chego no escritório do andar de baixo da casa, meu pai está em pé em frente a estante ao lado da escrivaninha remexendo em alguns arquivos.

Logo que eu o vejo o sonho me vem a mente e sinto de novo aquele frio na espinha, porém trato de espantar a lembrança rapidamente.

-Bom dia filho - meu pai me cumprimenta, ele parece estar muito feliz.
-Bom dia... - digo um tanto desconfiado - o que aconteceu para você estar feliz desse jeito?
-Ah, hoje é um dia importante meu filho, você saberá o porquê hoje à noite no baile beneficente da Any - ele diz quase que euforicamente - esteja lá - conclui com um sorriso no rosto.
-Eu estarei - respondo ainda com desconfiança. Porém, decido esquecer o assunto e começar a trabalhar na pilha de papéis a minha frente.

Acho que fiquei cerca de 6 horas no escritório lendo e assinando papéis e respondendo e-mails. Agora são 2:30 da tarde e eu ainda não comi, então me levanto da cadeira para me dirigir a cozinha e é quando percebo que meu pai não está mais no escritório, não sei em qual momento ele saiu.

Atravesso o corredor em direção a cozinha. Encontro minha mãe sentada na ilha de centro almoçando e conversando com a Mary, nossa cozinheira.

-Boa tarde senhoras - digo me sentando ao lado de minha mãe.
-Boa tarde querido - elas dizem quase em uníssono.
-Como você está? - minha mãe me pergunta passando a mão pelo o meu cabelo como faz sempre.
-Bem, eu acho... Trabalhando bastante - respondo.
-Bastante mesmo, quase não te vejo mais, tô sentindo sua falta - ela diz com um sorriso doce e triste ao mesmo tempo.
-É, eu também - respondo enquanto Mary coloca meu prato em minha frente. Minha mãe me encara durante alguns segundos com cenho franzido, mas em seguida suspira e suaviza a expressão.
-Mas então... Pretende ir ao aniversário da Any hoje à noite? - como mais uma colherada antes de responder.
-Pretendo sim, preciso mesmo falar com ela.
-Vocês voltaram a se falar?!- ela abre um enorme sorriso e seus olhos brilham de animação.
-É... Mais ou menos - sua expressão não se modifica, então continuo - continuamos não sendo amigos, por culpa minha para variar - engulo a comida com dificuldade ao repassar rapidamente a merda que fiz dias atrás. Minha mãe me olha com compaixão.
-Meu filho, o que você pode ter feito de tão ruim que não possa ser perdoado? Não seja duro consigo mesmo - ela alisa minhas costas com a mão direita enquanto diz isso.

Reflito por um momento. Naquela manhã em que briguei com Bailey eu disse coisas horríveis para Any, eu a humilhei. Será que ela vai me perdoar depois de tudo?

-Espero que você esteja certa - digo por fim olhando em seus olhos. Ela sorri novamente.
-Querido, eu sempre estou certa.

O dia seguiu calmamente até a hora do baile. Nesse momento já estou pronto e apenas aguardando dar o horário de ir.

Nesse meio tempo fico ensaiando a minha conversa com Any. estou muito nervoso, andando de um lado para o outro e com as mãos suando. Tenho medo de que ela não me perdoe.

Depois de meia hora estou a caminho do local, ainda muito nervoso. O lugar não é muito distante, porém para mim o caminho parece durar horas.

Assim que chego, estaciono e caminho em direção à entrada do salão. Dou meu nome ao recepcionista que o encontra rapidamente na lista.

Adentro o espaço amplo e lindamente decorado em tons de branco e dourado e meu olhar circula pelas pessoas até encontrar Sabina de costas conversando com uma mulher que segura uma máscara branca que cobre seus olhos, presumo que a mulher seja a tia Priscila. Caminho até lá.

-Boa noite Tia Pri, desculpe interromper - digo quando me aproximo.
-Sem problemas querido, eu preciso mesmo cumprimentar os outros convidados. Aproveite a festa - ela diz e se afasta.
-Que cara é essa? Você tá muito pálido- Sabina diz analisando meu rosto.
-Eu preciso muito falar com a Any, onde ela está? - pergunto e ela arqueia uma sombrancelha.
-Que merda você fez dessa vez?
-Sabina, cadê ela? - minha irmã revira os olhos.
-Ela está perto do palco cumprimentando as pessoas - ela aponta o local e eu caminho rapidamente até lá depois de murmurar um "obrigado" para Sabina.

Any conversava animadamente com um jovem e elegante casal. Espero eles se afastarem e vou até ela suando frio. Assim que me vê sua expressão fica séria.

- Any preciso falar com você, é urgente - estou posicionado à sua frente olhando diretamente em seus olhos que parecem ainda mais lindos essa noite, mesmo com a máscara dourada que está usando.

- Estou muito ocupada agora Noah, preciso cumprimentar meus convidados, com licença - ela diz seca e faz menção de se afastar, mas eu toco seu braço levemente e ela se detém.

- Any, por favor eu te imploro - ela me encara por alguns segundos com a expressão endurecida, mas não perco a esperança.

- Tá bom - ela diz e nós caminhamos para um local mais reservado, um corredor externo que dá para um lago artificial na parte de trás do local.

Assim que chegamos ao imenso deque de madeira eu me posiciono novamente à sua frente e me preparo pra iniciar o discurso. O local em que estamos parece uma área de descanso com dois sofás azuis repletos de almofadas e uma fogueira de pedra no meio.

A vista do lago é linda, a lua refletida na água cria um cenário incrível, porém o elemento mais belo é a garota em minha frente com seu vestido dourado.

Respiro fundo e inicio.

-Any, eu fui um babaca do pior tipo com você, eu não medi minhas palavras - sua expressão séria não se altera até o momento - eu te feri e te humilhei, reconheço isso. Não vou me justificar porque sei que errei. Eu tô aqui porque não suporto mais sentir a culpa por ter te magoado. Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci e não mereceu o mal que te fiz. Por favor Any, eu te imploro, me perdoa.

Os segundos que se passam são de silêncio, Any olha para baixo e em seguida em direção ao lago. Quando me olha não sou capaz de decifrar sua expressão.

- Não.

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-Nota da autora-

Oi gente!

Alguém aí esperava esse "não"? Me contem nos comentários.

Espero que vocês tenham gostado do capítulo. Dêem suas opiniões e não se esqueçam de votar.

Amo vcs

Beijos.
Sara💕

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